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Em processo judicial, ex-presidente do Grammy alega que premiação é misógina, racista e fraudulenta

Afastada semanas antes da edição deste ano, Deborah Dugan também aponta assédio sexual de membros de alto escalão da Academia.

Faltando poucos dias para o Grammy Awards 2020, a situação da premiação não está nada boa. A ex-presidente do Grammy, Deborah Dugan, afastada semanas atrás, iniciou um processo contra a Academia e revelou junto algumas polêmicas envolvendo seus membros de mais alto escalão, incluindo assédio sexual, misoginia e racismo na escolha dos indicados e vencedores do Grammy.

Segundo alega o processo, o predecessor de Deborah, Neil Portnow, foi afastado do cargo por ter assediado sexualmente (com possível estupro) uma artista da música, cujo nome permanece desconhecido. O assédio sexual também foi sofrido pela própria Deborah, só que por parte de Joel Katz, um poderoso advogado da indústria da música que representa o Grammy.

Como se não bastasse tudo isso, Deborah Dugan também expõe fraudes no processo de escolha de indicados e vencedores do Grammy Awards, alegando misoginia e racismo. “Tudo isso foi possível pela mentalidade de ‘clube do Bolinha’ e abordagem da administração da Academia”, alega Deborah no processo.

A ex-presidente explica que os comitês que escolhem os indicados ao Grammy Awards, chamados de “comitês secretos”, são compostos por pessoas que representam alguns dos possíveis indicados, que acabam sendo favorecidos. Deborah exemplifica a prática ao explicar que um artista (cujo nome permanece em segredo) ganhou indicação ao Grammy 2019 mesmo estando entre os menos votados dos 20 pré-selecionados para a categoria de Música do Ano, mas acabou sendo indicado, superando Ed Sheeran e Ariana Grande, que estavam em posições melhores.

Há também a influência do diretor da premiação, Ken Ehrlich, que pressiona os comitês para indicar algum artista ou música que ele quer ver apresentada ao vivo no palco do evento.

Deborah também explica que o Grammy Awards é extremamente racista, afirmando que dificilmente artistas do R&B e Rap, predominantemente negros, saem vencedores das principais categorias da premiação, como Música, Gravação e Álbum do Ano, mesmo nomes consagrados pela crítica e público, como Beyoncé, Kendrick Lamar e Kanye West. No processo, há alegações de que membros negros da Academia eram expulsos por falar da falta de diversidade do Grammy Awards.

Toda essa polêmica já começa a surtir efeitos e há rumores, apontados pelo site Hits Daily Double, de que algumas artistas femininas, anunciadas para performance na noite deste domingo (26), podem cancelar suas apresentações.

Vale lembrar que em 2019, Ariana Grande cancelou sua apresentação e presença no Grammy Awards após divergências com os produtores da premiação, apontando uma cultura misógina no evento.

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