Foto: Patrícia Lino
Elza Soares viu sua carreira reerguer nos últimos anos após juntar-se a jovens artistas da cena paulistana contemporânea e produzir um dos melhores discos desta década, “A mulher do fim do mundo” (2015), que rendeu à cantora o Grammy Latino 2016 na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira. Na sequência foi a vez de “Deus é mulher” (2018) manter o padrão de qualidade nas alturas. A artista, em fase prolífica, já anunciou o lançamento de “Planeta Fome” para o dia 13 de setembro, com produção de Rafael Ramos.
O título remonta a uma estória curiosa da carreira de Elza: a primeira delas, na verdade. Em 1953, a cantora participou do programa “Calouros em desfile”, que era apresentado por ninguém menos que Ary Barroso (1903 – 1964), compositor de “Aquarela do Brasil”. Foi a primeira apresentação ao vivo de Elza, no auditório da rádio Tupi (a maior na época). A princípio não foi levada a sério, por seu jeito bem humilde de falar e se vestir, o que levou Ary Barroso a perguntar ironicamente a ela: “De que planeta você veio?”. Imediatamente ela respondeu: “Vim do mesmo planeta que o senhor. Do planeta fome”.
Elza não se abalou, mostrou todo seu potencial, tirou nota máxima, ganhou um dinheiro pela participação e comprou os remédios do filho, que, mesmo assim, veio a falecer pouco tempo depois. Passado todo este tempo, a cantora volta no tempo para relembrar a primeira de tantas lutas vencidas ao longo de todos esses anos e que agora ganha título em seu 34º disco.
Escolhida para apresentar o novo trabalho, o primeiro single “Libertação” tem autoria de Russo Passapusso e foi gravada e produzida por sua banda BaianaSystem, na Bahia. Depois Elza Soares gravou vozes no Estúdio Tambor, no Rio de Janeiro. Batizada pela própria cantora, “Libertação” ainda conta com a cantora Virginia Rodrigues como convidada e com arranjos de Letieres Leite executados pela sua Orkestra Rumpilezz. A canção chegará às plataformas digitais no dia 16 de agosto.