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Entrevista: Alok explica como vai levar a música eletrônica para o Carnaval, parcerias internacionais e “uma quebra de forma” em próxima música

Alok vai ser uma das atrações do Carnaval de 2020! Com seu próprio bloco, ele levará um trio elétrico “turbinado” para as ruas de São Paulo no próximo domingo (16), assim como em Salvador. Com concentração às 14h, o bloco desfilará pela Av. Brigadeiro Faria Lima, ponto importante da folia paulista. Essa não parece ser uma combinação óbvia, não é mesmo? Música eletrônica e carnaval? Sim, isso funciona e, em entrevista ao POPline, o maior DJ brasileiro falou sobre os seus planos para esse projeto.

“Eu já faço em Salvador vai fazer 3 anos. Desde então, estou vendo muito o crescimento do Carnaval de São Paulo. Fui bastante cobrado pelo público para fazer. Então nós pensamos o em fazer o mesmo projeto que a gente faz em Salvador e trazer em São Paulo”.

 

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Os planos de Alok são ousados. Não espere um trio elétrico como de costume. O investimento em cenografia será grande! “É como se fosse um grande festival de música eletrônica no meio da Faria Lima. É o mesmo palco que a gente vai levar para salvador. É uma cenografia bem legal, bem tecnológica, trazendo todos os aspectos de um festival de música eletrônica. Eu quero fazer uma coisa que seja inovadora para o carnaval, que traga uma nova roupagem, uma nova leitura, inclusive para mim, durante essa festa”, explicou.

Alok já se apresenta nos maiores festivais do mundo, pra ele, isso nem é uma novidade. No entanto, o Carnaval tem suas particularidades e ele pretende se adequar, mas sem perder seu lado autêntico. “Existe uma dinâmica diferente no set. Por exemplo, quando toco no Tomorrowland, eu toco um set mais segmentado. No Rock in Rio, é um set mais pop, porque abrange um cenário mais pop, dividindo o palco com o Drake. Já no Carnaval, é um cenário carnavalesco de folia, diferentes tribos, multicultural. Então eu acabo trazendo diferentes sonoridades, algo que eu já tenho feito bastante na minha carreira”.

Seguindo essa linha, o tema escolhido para o bloco é “Liberte o seu melhor”. Nada da carreira do Alok é feito sem um significado e ele fez questão de ressaltar a mensagem que quer passar. “O ponto do tema é que, no carnaval, a gente quer celebrar, festejar, esquecer dos problemas, se libertar! Eu quero passar essa mensagem de liberdade, mas que liberte o melhor de você. Ou seja, respeite o próximo, seu limite acaba quando você atinge o limite do próximo”, reflete.

O DJ dá dicas para um carnaval mais saudável e ainda manda uma mensagem para todos os envolvidos. “Se for paquerar, paquere com respeito. Eu quero que os pais saibam que seus filhos estão em um lugar seguro. Se for libertar, que liberte o melhor de você”.

Durante o bate papo, Alok lembrou que o Carnaval é algo novo em sua vida. Ele não cresceu participando dessas festas. No entanto, nos últimos anos, tem sido uma descoberta. “O Carnaval não é uma coisa que eu sempre participei. Era, realmente, uma contracultura entre o eletrônico e o Carnaval. Eu tenho descoberto o Carnaval de uns 5 anos pra cá e tem sido uma aventura incrível”, disse.

Para ele, a entrada da música eletrônica na maior festa do Brasil é uma forma de crescimento para a folia. “Eu acho que o Carnaval vai continuar crescendo e tem que abrir novos leques com sonoridades diferentes. Isso vai acabar trazendo foliões diferentes, deixando mais democrático. O eletrônico está entrando, mas não está tirando o Axé. Só está entrando e trazendo mais. Acho que o mundo está mudando, o Brasil está mudando e a nova geração mudou. Acho que o caminho agora é acolher todo mundo”.

Com várias horas de música, Alok não vai tocar sozinho. Ele anunciou um vasto line-up, incluindo o irmão Bhaskar e os pais, Ekanta e Swarup. Além deles, Almanac, Cat Dealers, Chapeleiro, Claudinho Brasil, Illusionize, Liu, Sevenn e Vici Vici.

“Eu tocarei a todo momento. Todo mundo que toca, tocará comigo. Como são de quatro a cinco horas de show, pra não ficar repetitivo, eu trago uma galera pra fazer uma mistura legal. Meu bloco em São Paulo vai andar só 80 metros, diferente de Salvador, que eu ando quilômetros. Então eu consigo repetir músicas, porque a galera muda. Já em São Paulo, será mais concentrado e não tem motivo pra repetir música. Por isso eu fiz esse festival”, explicou ele.

Questionado se tem alguma música do repertório que representa o tema do bloco, ele escolheu “Vale Vale”, sua parceria com Zafrir lançada em 2019. “Todo mundo se conecta e canta junto, eu acho que a gente fala uma só voz”.

Mudando um pouco de assunto, Alok vive um momento completamente novo em sua vida. Ele agora é pai, cuidando do pequeno Ravi, de apenas um mês. Como um bom pai, ele já está fazendo mudanças em sua rotina de trabalho para ficar mais próximo da família. “Já mudou muito, tô muito mais caseiro, até porque ele só tem um mês de vida e eu e a Romana (esposa) estamos muito focados. Estou revendo minha agenda de shows. Por exemplo, eu iria para a China e não vou mais, por conta do Corona Vírus. Nesse tempo, tentei não fechar nada no Brasil para ficar livre em casa. Eu vou fazer um mês de turnê na Europa, e eu vou tentar pegar uma casa fixa para levar todo mundo. Tudo tem que ser diferente”, disse.

 

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Em 2019, Alok estava frenético no ritmo de lançamentos. Para 2020, os fãs podem esperar ainda mais. “Eu lancei ‘The Book Is On The Table’ agora. Para o dia 21, eu vou lançar ‘Symphonia’, que é uma quebra de forma. Eu me inspirei naquele som de fluxo que está rolando nas periferias. Eu tô trazendo à tona essa inspiração misturando com o eletrônico, ou seja, uma mistura com o funk. É diferente. As pessoas que não estão acostumadas a ouvir, vão estranhar no começo, mas tenho certeza que depois de três vezes estarão amando. Foi a música que abri o show do Big Brother, inclusive”, detalhou.

Uma pergunta que não poderia faltar em uma entrevista com Alok é sobre parcerias. Rapidamente, ele já respondeu com cartas na manga. “Mês que vem tem uma com Calum Scott”, soltou. No entanto, ele pisou um pouco no freio e ressaltou: “A cada entrevista que eu faço, eu recebo essa pergunta e tenho que ser sincero. O que acontece… Por exemplo, a minha música com a Anitta já está pronta há mais de um ano. Tá totalmente pronta! Mas não conseguimos lançar, por várias questões burocráticas, como gravadora, etc. Aí, acaba que eu sou muito cobrado, criam muitas expectativas e não depende de mim mais. Tipo, eu falei no começo do ano passado que eu lançaria com Calum Scott, aí não rolou, mas acabou que vamos lançar no mês que vem. Então, eu prefiro não falar, porque acaba tendo ramificações que não dependem de mim e eu sou muito cobrado”.

Ressaltei que iria mesmo perguntar sobre a Anitta mesmo se ele não tocasse no assunto. Afinal, é algo que todo mundo espera. “Tá pronta, mas o que eu vou fazer?”, questionou. “Tem uma com o Luis Fonsi pronta também, mas não depende de mim, eu fico refém da situação”.

Nesse momento, Alok surpreendeu. Disse que iria pegar uma coisa… “Só pra você”, disse. Quando chegou, era a tão esperada música com a Anitta. Ele foi muito cuidadoso e pediu pra não gravar. É claro, prometi que não faria isso. “Vou te mostrar uma parada, olha aí”… Não dá pra contar muitos detalhes, mas a música é boa, realmente boa, cantada em inglês. Não dá pra comparar com nada o que Anitta fez anteriormente, nem mesmo com “Is That For Me”, parceria com o DJ Alesso.

“É muito boa a música mesmo, tem muito potencial”, disse ele, após ouvir elogios. “E ela canta super bem em inglês, se saiu muito bem”, continuou.

Mas não é só com grandes nomes da música que Alok faz parceria, ele também apoia quem está começando. A música “Free My Mind”, com o trio nacional Rooftime, também sai no dia 21. “Essa música faz parte de uma campanha com a gravadora que eu criei, chamada CONTROVERSIA, e essa música eu tô lançando nessa gravadora. Então, se eu quero que a coisa seja completa, genuína e com credibilidade, eu tô assinando junto”, contou.

Alok é só elogios ao Rooftime: “Acho eles demais. Eu tava no Spotify ouvindo umas músicas, de repente eu ouvi tocar uma música e eu pensei: ‘que sonzeira’. Aí eu decidi mandar para os caras do Rooftime. Depois que eu fui perceber que a música já era deles. Eu pensei: ‘que legal, eles já estão soando como gringos’”, relembrou.

A música eletrônica no Brasil está em abrangência, tanto que o Vintage Culture chegou 1º lugar da parada dance da Billboard. Na entrevista, ele falou sobre esse fenômeno: “Eu acho que o Brasil tem uma sonoridade diferente e o jogo está virando. Antigamente, lá fora era muito edm. E o nosso Brazilian Bas estava indo, mas não ia. Agora o jogo virou agora. O edm não é o som que eles estão atrás, eles querem músicas mais limpas e com energia, então o Brazilian Bass se encaixa muito bem nisso. Era só uma questão do pessoal lá fora prestar atenção”, completou.

Ficou animado para o Trio do Alok? Não perca!

Serviço: Trio do Alok em São Paulo
Quando: 16 de fevereiro (domingo)
Horário: 14h
Concentração: Avenida Brigadeiro Faria Lima, 4.532
Gratuito

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