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Em carta, Kesha fala pela primeira vez sobre a internação


kesha“A fama tem um lado sombrio”. É assim que começa o texto da Elle que antecede a uma carta de duas páginas escritas por Kesha para revista britânica. Internada em janeiro para lidar com transtornos alimentares, a cantora e agora jurada do reality “Rising Star” afirma ter renascido.

“Minha mãe me levou para a clínica. Estava morrendo de frio e precisamos parar a caminho do aeroporto em uma loja de usados para comprar um casaco. Me enrolei nele e chorei no banco do passageiro”, começa Kesha revelando ainda que o primeiro dia do tratamento foi o “dia mais assustador” de sua vida.

“Estava preocupada com o que as pessoas iriam pensar. Lidava com um transtorno alimentar, mas certamente iriam imaginar outras coisas. Claro, eu escrevi músicas sobre festas, mas meu segredinho é que eu sou uma pessoa responsável. Levo minha música e carreira a sério e certamente não cheguei neste ponto festejando”, se defendeu.

Ke$ha continua o texto afirmando que o início da fase crítica começou após encerrar sua turnê mundial. A cantora se disse extremamente cansada. “Por algumas semanas eu não tinha forças nem para sair da cama. Meu corpo estava morrendo e eu sabia o porquê”.

“Achava que parte do meu trabalho era ser o mais magrela possível e para fazer isso eu acusava meu corpo. Não o dava energia suficiente para me manter saudável e forte. Meu cérebro me disse para lidar com a pressão, mas meu coração sabia que algo devia mudar. Então eu decidi colocar em prática o que eu pregava. Coloquei minha carreira em pausa para seguir o tratamento”, continuou.

Na carta, Ke$ha ainda revelou momentos do passado como o bullying que sofria na escola e as lições de auto estima dadas pela sua mãe. “Aos 18 eu assinei contrato com uma gravadora. De repente estava tudo bem ser ‘diferente’. Me diverti com meu estilo. Usei moicano e maquiagem inspirada em Alice Cooper. Se alguém me chamava de bonita eu fazia careta e colocava mais glitter. Não queria ser apenas bonita. Queria ser louca, sem amarras. Falei sobre sexo, bebidas. Quando homens fazem isso é rock and roll, mas quando eu fiz as pessoas assumiram que eu era um caso perdido. Banquei a confiante, mas ainda me sentia uma estranha”, desabafou.

As críticas ao seu corpo afetaram em cheio a auto estima da cantora e colocavam abaixo tudo o que havia aprendido com sua mãe. “Fiquei com medo de sair em público ou usar a internet”. Para Kesha, neste ponto, as letras de suas músicas passaram a soar como mentiras. “Dizia as pessoas para se amarem como elas são enquanto eu me odiava e machucava meu corpo”.

A internação mudou Kesha. “Fiquei lá por dois meses e durante este tempo eu comecei a mudar minha mentalidade e a entender meu valor. Comecei a não me preocupar com o que as pessoas achavam de mim. Pude focar na minha música e na minha felicidade”, disse a cantora afirmando ainda que por muitos dias não soltou uma palavra durante a terapia.

“Esta é uma história desconfortável para compartilhar, mas se apenas uma pessoa procurar ajudar após ler isso, estou feliz que tenha o feito. Forte o suficiente para admitir que eu precisei de ajuda e forte o suficiente para ter encarado o problema”.