Entrevistas

Em ascensão, Majur revela os próximos passos sobre a carreira e a vida no Rio de Janeiro

Nesta quarta-feira (14), Majur lançou nas plataformas digitais seu novo single “20ver”, que já chegou acompanhado de videoclipe que levanta a bandeira da pluralidade com dançarinos de corpos com vários formatos e peles de diversos tons brilhando na coreografia.

“Tentamos ser o mais plural na idealização desses caminhos, (mostrando) a sensualidade dos encontros e a arma de sedução de cada um, em suas diversas formas. Temos gays, lésbicas, trans, plus size, negros, brancos e até um galo, que na minha religião representa caminho. Minha arte é plural e não poderia ser diferente”, disse ao G1 sobre o vídeo dirigido por Del e Fernando Young.

E para celebrar o lançamento, Majur veio à Casa do POPline para mostrar à equipe seu novo trabalho em nossa sala de cinema.

Foto: Gustavo Bresciani

Além do videoclipe, batemos um papo franco e revelador com Majur, que tem a música pulsando em suas veias desde criança. “As bandas e artistas que tinham mais proximidade com o soul, porque eu era da igreja e ainda sonhava em conhecer o mundo, eram Fat Family e Djavan. Ele, em especial, me referenciou muito. Cantei muitas músicas dele durante toda minha vida. A construção de Majur começa por ele. Desde ontem estou respondendo a algumas entrevistas e não dei essa informação a ninguém. Eu estava esperando alguém me perguntar o por que do nome de Djavan estar na música. Que bom que você perguntou [risos].”

Assim como seus singles anteriores, Majur compôs “20ver”. Mas pela primeira vez assume a primeira produção musical. Morando no Rio de Janeiro há quatro meses, foi inevitável inserir algumas referências do samba carioca. “As três faixas do EP ‘Colorir’ (2018) são de minha autoria, mas não fiz a produção delas no sentido sonoro. Já essa música pude fazer tudo. Idealizei os sons, toda construção no estúdio com os profissionais. Nesta nova fase eu quis trazer uma música que dissesse um pouco de onde estou agora. ’20ver’ fala de encontro e, desde então, o que tenho feito é encontrar pessoas, estabelecer conexões.”

Essa mudança para o Rio de Janeiro teve apoio de ninguém menos que Caetano Veloso, seu padrinho musical. “O primeiro mês fiquei na casa de Caetano. Acordar todos os dias e dar de cara com ele foi surreal. A festa que ele fez no dia 2 de fevereiro de 2019 foi o dia que marcou minha vida. Eu cantei na festa e saí de lá com os convites de todo mundo: Daniela Mercury, Marcio Victor (Psirico), Marcia Castro… Estava com o carnaval todo pronto.”

Celebradx por nomes como Maria Gadú, Junior Lima e Emicida, com quem colaborou em “AmarElo” (ao lado de Pabllo Vittar), Majur diz querer ser popular. “Sempre fui muito ligada ao social. Minha mãe cuida de ressocialização de menores infratores, por exemplo. Quando tive acesso a ‘AmarElo’, que é um single de superação, entendi que minha missão ali era válida. Eu tenho uma tatuagem no braço com a frase ‘seja luz’ que ouvi de uma voz desconhecida aos 9 anos. Nunca esqueci disso e resolvi tatuar. Por isso acredito que ‘AmarElo’ veio testificar isso. Recebo muitas mensagens de pessoas que desistiram de tirar a própria vida após ouvir esta música. Pra mim é uma sensação de dever cumprido. Se eu morresse hoje, estaria feliz por ter ajudado tantas pessoas com a minha arte.”

>>> Quem é Majur? Conheça artista não-binário que brilha no clipe “AmarElo”, com Emicida e Pabllo Vittar

Para os próximos meses, Majur pretende lançar mais músicas acompanhadas de videoclipes. “Uma por mês, no melhor estilo Anitta”, brinca. E muitas parcerias já estão alinhadas, mas ainda é segredo. “Não posso falar muito a respeito. Mas entre essas músicas tem uma delas que é bem pop. E já tenho a participação do Marcio Victor (Psirico) confirmada. Aguarde que vem muitas novidades por aí”, promete.

Antes de finalizarmos o papo e darmos play no clipe, perguntamos ‘quem é Majur’? Com beleza e simplicidade, definiu-se: “Majur é força. Majur é fé. Majur é verdade. Essas três palavras me definem. Desde que nasci levo isso comigo. A verdade sempre será a melhor saída. A verdade liberta. Trago minha verdade nas minhas composições e acredito que é isso que toca o coração delas. Eu sempre falo que minhas músicas são plurais. Eu não defino gênero de quem estou falando por causa disto. Quero que todos se sintam ali na música.”

Assista (e dance com) o novíssimo clipe de “20ver”:

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