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Em 1993, Jô Soares assinou documento de Gloria Perez por mudança nas leis penais

A entrevista feita meses após o assassinato de Daniella Perez foi uma entre as mais de 14 mil do apresentador que morreu nesta sexta-feira (5)

Relembre: Jô Soares entrevistou Gloria Perez, após o assassinado de Daniella
Foto: TV Globo/ YouTube / V H S RETRÔ

Jô Soares totalizou ao longo de sua carreira cerca de 14 mil entrevistas. Uma delas, em especial, que foi com Gloria Perez, em 1993. A autora de novelas esteve em seu programa no SBT após o assassinato da filha, Daniella Perez, e deu detalhes sobre as investigações do caso. Na época, o apresentador ainda registrou seu nome em um abaixo-assinado para pedir mudanças nas leis penais do país.

Foto: Divulgação/ HBO

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Eu estou aqui ainda espantado“, destacou , na época. Ele fez questão de ler o abaixo-assinado e deixar seu nome na lista. A manifestação era um pedido para que o Congresso Nacional fizesse ‘modificações imediatas na legislação que tange a crimes hediondos’.

De modo que o direito à vida, como bem supremo garantido a cada brasileiro pela Constituição, seja resguardado e não agredido como tem sido pelas leis penais do país“, dizia o documento, que precisava de 1 milhão de assinaturas para que o parlamento pudesse validar. “A inquietação social exige uma resposta“, finalizava o texto.

ainda quis saber como Gloria reuniu forças após o assassinato da filha para continuar escrevendo a novela “De Corpo e Alma“, que a filha atuava.

Quando acontece uma coisa dessa, você fica tão sem chão porque seu desejo é desaparecer, morrer também, você perde todos os referenciais. Aquela novela serviu, naquele momento, de muleta, um ponto de apoio e vínculo com a vida concreta“, afirmou ela.

“Eu precisava manter este vínculo porque no dia seguinte da morte da minha filha eu chego em casa do enterro, a família inteira arrasada, ligo a televisão e vejo um delegado falando que aceita a versão do criminoso como verdadeira. Então percebi que minha filha foi assassinada pela segunda vez moralmente”, lamentou.

Gloria Perez levantou informações sobre os envolvidos no crime

Segundo a autora, a versão de Guilherme de Pádua sobre o assassinato era de que Daniella ‘gostava dele, estava o assediando e tentou beijá-lo’. Ele contou que precisou se defender com uma tesoura.

“Quando eu vi o delegado dizer isso na televisão, não pude acreditar. Eu disse: ‘Não, isso não pode ficar assim, tenho que sair em campo e mostrar para as pessoas e não posso deixar que minha filha seja moralmente assassinada'”, declarou.

Guilherme de Pádua e Daniella Perez na época da novela “De Corpo e Alma” (Foto: TV Globo / Divulgação)Em seguida, ela contou que levantou informações sobre a vida dos dois porque, a princípio, ‘Guilherme era um rapaz que vinha do interior tentando uma carreira’. “Eu pensei: ‘Ninguém é uma pessoa comum e comete um crime desse. É óbvio que no passado desse rapaz é que está a explicação dessa atitude“, disse.

Ela descobriu que Paula Thomaz, esposa do ator na época e que participou do assassinato, teve este mesmo comportamento outras vezes. “A moça também tentou matar outras vezes outras pessoas, não tinha encontrado um cúmplice e, infelizmente, na hora que cruzou o caminho da minha filha ela encontrou“, contou Gloria.

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Paula contava, na época, que não estava no momento do crime. “Mas veja bem, ela foi vista pelo porteiro do prédio descendo com o lençol e o travesseiro, foi vista no estacionamento da Globo envolta num lençol“, disse. A mãe de Daniella Perez concluiu que o crime foi motivado por ciúmes doentio.

Detalhes das investigações

Guilherme e Paula chegaram a adulterar a placa do carro que utilizaram com fita adesiva. De acordo com Gloria, o delegado descobriu o envolvimento do ator após perceber a modificação de identificação do veículo.

A filha dela tinha trabalhos na Tycoon Estúdios no dia, e foi descoberto que o carro de Guilherme de Pádua esteve no local.

“Na Tycoon tem o controle quando você entra todos os carros são anotados na entrada e na saída. O delegado desconfiou que ela estava gravando ali perto e as circunstâncias o levavam a crer que tinha sido uma pessoa conhecida, ligada ao trabalho”, disse.

Cristiana Oliveira e o Fábio Assunção acompanharam o delegado até a Tycoon, onde ele viu a planilha de controle dos carros”, contou Gloria. Ela explicou que ao ver a placa adulterada, mas com a mesma numeração, ele descobriu o envolvimento do ator.

Assista a entrevista completa de Gloria Perez a Jô Soares:

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