#BIZ

Levou um ‘NÃO’? E agora?

Duane Gigliotti - Music Specialist/ Music Operations
 
Foto: Dick Rowe (esquerda) – o cara que rejeitou os Beatles, apenas.(Imagem: Getty Images)

 

 
Um artigo recente do site Hypebot me inspirou a tocar nesse assunto: o “NÃO”.
 
Talvez você ainda não tenha se dado conta, mas o mercado fonográfico, de mau só tem a cara. Se você souber onde pisa, e principalmente, quem é você na festa (assunto do meu primeiro post no MM – confira), vai aprender a encará-lo… olho no olho. 
 
E vai perceber que ele (o mercado) precisa de você, na mesma proporção que você precisa dele. Talvez você só não saiba disso… ainda.
 
Conhecer o mercado não é uma tarefa que leva alguns dias, nem semanas. Leva tempo. Meses. Talvez anos. Isso requer disciplina, dedicação e muito sua capacidade de absorver essa informação.
 
Hora do segredo: nem todo mundo estuda o nosso business pra valer. É POR ISSO QUE AS PESSOAS SE ASSUSTAM com as gravadoras, selos importantes, empresários, produtores, etc. (estes, geralmente estão estudando e aprendendo).
 
Acredite: na vida do músico, a frase “minha escola é a rua” no sentido mais rock’n roll da palavra – já era.
 
Hoje em dia, as bandas e artistas que mais se destacam, são aqueles que conhecem os processos. Não tem achismo. É foco, dedicação e trampo. É ser esperto e ganhar o movimento como um todo.
 
Como transformar a brincadeira em algo sério
Como organizar uma agenda de tarefas e compromissos
Como compor, ensaiar, começar a gravar prés
Como produzir pra gravar
Como se preparar para gravar pra valer
Como se preparar para lançar o trampo
Onde (e como) lançar
Onde (e como) divulgar
Onde (e como) marcar shows
Como organizar as finanças
Como fazer a engrenagem girar
 
Quem não se compromete, não aprende, e essas são as pessoas que se intimidam, e nunca estarão (nem se sentirão) prontas.
 
O que resta é você saber se está pronto ou pronta pra fazer acontecer.
 
E mesmo se você responder que sim: pode ser que você ouça um “não” (ou vários) por aí.
 
Portanto pegue essa visão: selos, empresários, gravadoras – não importa o tamanho – todos tem um budget. Uma grana que dispõem em seu caixa para investir no cast dos artistas que já estão DENTRO das casas. É um dinheiro que TEM FIM.  Não dá pra sair investindo em todo mundo.
 
Portanto – você mirou em algum selo / gravadora, mostrou seu trabalho (aquele EP bacana, foto promo nível hard profissa, release caprichado, etc…) e mesmo assim sentiu que foi mal atendido?
 
Pediram pra deixar na mesa, ou pior… enviar por email?
 
Te disseram “assim que possível vamos conferir”, e depois de 1 mês (com você já tendo feito 15 contatos por email) pra conseguir uma resposta, levou um “NÃO” / “NÃO SE ENQUADRA” / “ESTAMOS COM UM FOCO DIFERENTE” / “HOJE EM DIA TEM QUE TER BEAT” / “SUA BANDA TEM MUITA GUITARRA” , “ISSO NÃO VIRA MAIS” ou whatever?
 
Ok.
Suave.
Sério.
Acredita.
 
Aperta “Responder” e de alma leve, agradeça gentilmente.
 
Não responda de forma grosseira… nunca feche portas, nem vá dormir digerindo isso. Não vale a pena.
 
É hora de rever o seu trabalho, avaliar o que pode melhorar, encontrar as pontas soltas e amarrá-las. Reconheça as falhas. Analise o seu pitch. Sua apresentação.
 
Será que você abordou aquele “pica das galáxias” do selo do jeito certo?
Deu a idéia certa? Demonstrou confiança?
 
Você viu a foto no início do post, né?
Mesmo sendo clichê falar de Beatles, essa foi uma das rejeições mais icônicas da nossa era.
 
Em 1962, a gravadora Decca simplesmente disse para o Mr. Eipstein (empresário do grupo) que “bandas com guitarra estavam com os dias contados”.
 
E deixaram The Beatles saírem pela porta.
O resto é história.
 
A dica é simples:
Se o seu trabalho realmente for BOM (não vale a opinião da mãe), acredite: coisas boas acontecem. Só não se engane, nem tente enganar ninguém. Talvez o mesmo cara que recusou o seu material hoje… te procure amanhã, quem sabe?
 
FAÇA MUSICA BOA DE VERDADE.
ESTEJA PREPARADO.
 
Tudo começa a acontecer depois disso. Nunca antes.
 
Em algum momento, alguém vai ouvir sua música e falar “ca-ce-te”. E vai querer trabalhar com você. E se esse alguém também fizer um trabalho do “ca-ce-te”, a mágica acontece.
 
A cada “não” deixado pra trás, o SIM se aproxima!
 
Obs.: Essa idéia vale não só para selos, gravadoras e escritórios, viu?
Promotores e proprietários de casas de shows, rádios, canais de música na internet e tv também.
É isso!
 
Tô no twitter
 
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