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Drake, a inescapável estrela do pop


De vez em quando a gente encontra um artista que parece estar em ascensão constante desde que apareceu, sempre percorrendo o seu próprio caminho, quebrando seus próprios recordes e se transformando na grande estrela que sempre deveria ter sido. Um artista que sempre mesclou gêneros e confundiu definições, sendo aplaudido pela audácia e criticado pela falta de foco. Um artista que parece que nunca explodiu de verdade porque, na verdade, sempre esteve ali fazendo sucesso. E quando esse artista atinge um status de ícone, líder de mercado e mestre das tendências, a pergunta que não quer calar é: por que demorou tanto tempo?

Eu poderia estar falando de Taylor Swift, mas estou falando do Drake.

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O Drake é um rapper que já se arriscava a cantar nos tempos em que isso era um absurdo. O Kanye West foi duramente criticado pelo pop e meloso disco “808s & Heartbreak” – que hoje é considerado um clássico ¬– de 2008, e o Drake insistiu em cantar na mixtape “So Far Gone” de 2009 e no primeiro álbum de estúdio “Thank Me Later” de 2010. O hip hop sofreu uma grande transformação nesse período, deixando a raiva e o deboche para trás e mergulhando-se em sentimento, dor, amor. O Drake expôs a sua versatilidade entre o rap e o R&B desde o início, indo da autoconfiança à “sofrência” num passe de mágica.

E as meninas curtiram ver um rapper colocando para fora o seu lado sentimental. No início, o Drake era bem isso: hip hop para meninas. Meninas que curtiam ver um homem falando de como se sente depois que um relacionamento acaba, de como dói quando é traído, de como é afetado pelas brigas e ofensas. O hip hop, que sempre retratou o homem como imune ao amor e às mulheres, passou a servir como plataforma para que os homens desabafassem e que as mulheres compreendessem esse outro lado. O Drake permaneceu sozinho – por muito tempo – como o centro desta revolução.

Nasceu um popstar com ambições de estrelato universal. O hip hop, assim como o country para Taylor Swift, se tornou muito pequeno pro Drake. Músicas como “Take Care” e “Hold On, We’re Going Home” abrangeram a sua presença pop, e outras como “Headlines” e “Started From The Bottom” continuaram a apoiá-lo como rapper. Daí teve “The Motto”, música que lançou a sigla YOLO (You Only Live Once), que se tornou tão, tão, tão, tão, *tão* popular que pouca gente sabe que veio do Drake. De repente o universo Drake tava nos festivais de EDM, nas rádios pop, no Instagram da sua ex, no carro do seu tio, e por aí vai. Um rapper de sucesso, sim, mas sucesso este muito mais abrangente do que simplesmente hip hop.

O último álbum de estúdio (oficial, pelo menos) do Drake foi o “Nothing Was The Same” de 2013, e só em 2015, enquanto ele grava o próximo (chamado “Views From The 6”), Drake teve três grandes momentos: 1) lançou “If You’re Reading This It’s Too Late”, que só era uma mixtape mas se transformou no álbum mais vendido do ano; 2) brigou com o Meek Mill e nos presenteou com quatro músicas durante o processo, incluindo “Hotline Bling”, que quase(!) se transformou no seu primeiro #1 no Hot 100 da Billboard; e 3) se juntou com o Future pra lançar “What A Time To Be Alive”, outra mixtape que também se transformou num dos maiores sucessos de vendas do ano.

Não tem para onde correr: Drake é o grande popstar do sexo masculino que estava em falta no mercado, e o seu sucesso é tão grandioso, porém tão previsível, quanto o de Taylor Swift. Vamos observar até onde The Boy vai.