Marcelo Falcão

Do início com O Rappa ao primeiro single solo “Viver”: as ‘sete vidas’ de Marcelo Falcão

Conheça as múltiplas facetas do cantor ao longo dos últimos 25 anos.

Quantas vidas um artista pode ter em sua carreira? Para um artista multifacetado como Marcelo Falcão, certamente são necessárias muitas. Para um menino que cresceu no subúrbio carioca, nem sempre as oportunidades surgem com frequência. Foi preciso alguma perspicácia para agarrar as chances que eventualmente pintavam. Assim foi no início d’O Rappa, as investidas em projetos paralelos – musicais ou não -, até a decisão de investir na carreira solo. O POPline repassou as múltiplas facetas de Falcão ao longo dos últimos 25 anos. Muitas vidas, muitas histórias: todas regadas à muitas músicas que permeiam o consciente coletivo. Conheça as ‘sete vidas’ de Marcelo Falcão:

Foto: Eduardo Abreu

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1. A oportunidade da vida nas páginas do jornal

A música está na vida de Marcelo Falcão desde muito cedo, quando ele ganhou um violão de seu pai. Nascido no Engenho Novo, zona norte do Rio de Janeiro, chegou a estudar violão clássico no Instituto Villa Lobos e violão flamengo na Casa de Espanha (Rio), quando leu o anúncio no jornal de uma banda que buscava vocalista. Em 1993, com Falcão nos vocais, Marcelo Yuka na bateria, Xandão na guitarra, Nelson Meireles no contra-baixo (posteriormente substituído por Lauro Farias) e Marcelo Lobato no teclado surge O Rappa, uma das influentes dos anos 90. Se o autointitulado álbum de estreia lançado em 1994 não chamou muita atenção, o segundo Rappa Mundi (1996), produzido por Liminha, introduziu a banda no cenário nacional e produziu uma série de hits como “Pescador de Ilusões”, “A Feira”, “Miséria S.A.”, “Ilê Ayê”, a regravação de “Vapor Barato” (que ficou conhecida na voz de Gal Costa) e a versão em português para o sucesso de Jimi Hendrix, “Hey Joe”.

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2. Reconhecimento da crítica e aclamação do público

Depois de estourar nas rádios e cumprir uma extensa turnê entre 1996 e 1997, O Rappa voltou ao estúdio para gravar Lado B Lado A (1999), que revelou uma banda mais madura em suas letras e fez de Marcelo Falcão uma das vozes mais importantes do rock nacional. Chico Neves produziu 10 das 12 faixas e para chegar à sonoridade que queria, O Rappa convidou o produtor Bill Laswell, nome lendário dos primórdios do hip hop, para produzir as faixas “Lado B Lado A” e “Na Palma da Mão. Com aproximadamente 500 mil cópias e impulsionado por clássicos como “Minha Alma (A Paz que Eu Não Quero)”, “O Que Sobrou do Céu”, “Me Deixa”, além da faixa-título, o disco é frequentemente listado entre os melhores do rock nacional e rendeu diversos prêmios da MTV (seis para “Minha Alma”, incluindo Vídeo do Ano e Escolha da Audiência em 2000, e três para “O Que Sobrou do Céu”, incluindo Vídeo do Ano em 2001).

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Em 2000, com o acidente de Marcelo Yuka, O Rappa entra em uma nova fase com Falcão e os companheiros assumindo a responsabilidade de tocar o legado da banda. Assim nasceram as canções de O Silêncio Q Precede o Esporro (2003), que contou com a produção de Tom Capone e gerou os hits “Reza Vela”, “Rodo Cotidiano”, “Mar de Gente” e “O Salto”. Nos anos seguintes vieram mais dois álbuns de inéditas: 7 Vezes (2008) e Nunca Tem Fim… (2013). Em fevereiro de 2018 fez seu último show com o grupo que encerrou as atividades.

3. E nas férias, surge o Loucomotivos

Pensando em fazer um som diferente ao lado de amigos, Marcelo Falcão convocou músicos de peso como o tecladista João Fera (integrante da banda de apoio dos Paralamas do Sucesso), o baixista Bino Farias (Cidade Negra), B. Negão (Planet Hemp), além do baterista Cléber e o DJ Negralha, também integrantes d’O Rappa, para tocar músicas de Tim Maia, Bob Marley, Planet Hemp, Gilberto Gil e Ultraje a Rigor. Nascia assim o Locomotivos: o que era pra ser apenas um encontro de amigos rendeu shows em um trio elétrico nos carnavais de 2006 e 2007 em Salvador.

Foto: Fernando Azevedo

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4. Em palcos menores, o Jet Dub System

Falcão se juntou ao DJ Negralha (O Rappa), o trompetista Pedro Selector (Seletores de Frequência) e o baixista Jorge Valladão (Kid Abelha) para criar o Jet Dub System, onde “JET” é como o Falcão é chamado por seus amigos. Alguns costumavam chamar como “o projeto solo do Falcão”, mas a ideia era apenas atingir um formato mais enxuto, onde pudessem tocar em palcos menores do que o Loucomotivos vinha tocando, e ter uma proximidade maior com seu público na hora do show. No repertorio, músicas de Charlie Brown Jr., Jorge Ben Jor, Tim Maia, Bob Marley e, claro, d’O Rappa.

5. Para além das bandas…

Inquieto, Falcão conseguiu emplacar um programa de rádio. Ao lado de Alexandre Woolley, semanalmente a dupla comanda o Mofaia, um programa basicamente de reggae e dedicado à sua paixão por vinis. Paralelamente à música, Falcão criou a Jonny Size, marca de roupas que tem como fonte de inspiração as raízes africanas e o conceito de praticar o bem e respeitar as diferenças. Além de refletir o seu estilo de vida, patrocina músicos e esportistas brasileiros.

6. O encontro “pesadão” com IZA

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Em entrevista no programa “Conversa com Bial”, comandado por Pedro Bial na TV Globo, IZA revelou que armou um plano com o presidente de sua gravadora para conseguir gravar com Falcão. “Eu falo que foi sem querer, mas foi de propósito. Sempre fui muito fã d’O Rappa e do Falcão. Quando eu e os produtores do meu álbum criamos essa música, pensei nele de primeira. No dia que ele estava na gravadora, eu apareci”, explicou.

Para uma cantora iniciante, ter um artista como Falcão por perto é chancelar um projeto consistente. “Pra mim, o Falcão é um dos nomes mais importantes da música brasileira, e eu não consigo acreditar que ele está nessa comigo. Então assim… tudo que eu quero ver é a galera curtindo muito essa música”, disse IZA na época do último Rock In Rio.

E assim nasceu “Pesadão”, um dos maiores hits nacionais nos últimos meses, que já garantiu à IZA e Falcão uma placa comemorativa de platina tripla pelas vendas. Somente no Spotify, “Pesadão” já soma mais de 56 milhões de streams. No Youtube, o clipe da parceria se aproxima dos 200 milhões de visualizações.

7. Vivendo o voo solo

Chega em janeiro o primeiro e aguardado álbum solo de Marcelo Falcão. Viver Mais Leve Que o Ar é um projeto autoral e partiu do material que ele vem compondo nos últimos anos. Cerca de 600 arquivos foram lapidados e selecionados até chegarem ao formato final, com 14 canções. Co-produzido por Falcão e Felipe Rodarte, o trabalho foi gravado no icônico estúdio Toca do Bandido (RJ). O primeiro single, “Viver”, já está nas plataformas digitais e rodando nas FMs. Composta por Falcão em parceria com seu pai, Ademir Custódio, a música tem a participação do compositor Lula Queiroga, que recita um texto criado sob encomenda. O clipe dirigido por Raul Machado (Pitty, Nação Zumbi) e gravado em terras cearenses, conta com participações de Chino (Oriente), J. Moziah e Ras Lau (Reação), Pablo Martins (1Kilo), Hélio Bentes (Ponto de Equilíbrio), Fauzi Beydoun (Tribo de Jah), DJ Negralha e IZA.

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Em carta aberta, Falcão comentou a expectativa pelo ano que virá e os próximos passos na carreira solo. “A tão aguardada hora tá chegando, depois de onze anos trabalhando quietinho no meu estúdio Mofaia, e nesse último ano na Toca do Bandido, com a ajuda de amigos e com o Felipe Rodarte, que chamei pra produzir comigo esse disco. Cheguei com os meus arranjos, minhas composições, só com energias positivas e coisas boas no meu coração pra dividir com vocês (…) Na minha cabeça eu sempre pensei em três discos, mas sabia que precisava começar pelo primeiro. E o meu primeiro é tudo de mais up que vocês possam imaginar. Eu precisava estar perto dessas 14 músicas, que representam exatamente quem eu sou, e botar essa produção à serviço da música da alma, do povo brasileiro que eu amo, que é sofrido e que precisa sempre de estímulos positivos pra continuar caminhando.”

2019 promete ser o ano do Falcão!

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