Dua Lipa

DJs e produtores brasileiros comentam remix de “Levitating”, que une Dua Lipa, Madonna e Missy Elliott

O POPline conversou com quem entende do assunto e todos deixaram suas impressões.

Foto: Reprodução/Instagram

O remix de “Levitating” chegou nesta quinta-feira (13) dividindo opiniões na internet. Os nomes de Dua Lipa, Madonna e Missy Elliott foram parar nos trending topics do Twitter imediatamente após o lançamento e as reações são as mais adversas possíveis: há quem ame, mas também há quem prefira a versão original. Por isso, o POPline decidiu ouvir a opinião de DJs e produtores brasileiros a respeito da nova versão da música.

Da esq. p/ dir.: Missy Elliott, Dua Lipa, The Blessed Madonna e Madonna (Foto: Reprodução/Instagram)

Todos possuem anos de experiência, com trabalhos de destaque na música e estão atentos às novas tendências. Após ouvirem a faixa, eles deixaram suas impressões acerca do trabalho de The Blessed Madonna na produção e, sobretudo, sobre o conceito de Club Future Nostalgia, o álbum de remixes que Dua Lipa lança no próximo dia 28. A gente adianta que a maioria das reações foram positivas. Confira!

Ober (DJ e produtor)

É um bom remix, mas achei que viria algo mais grandioso pra caber a participação de Madonna (que inclusive está com a voz muito bem mixada). Senti que faltaram elementos pra dinamizar mais a música. Entendo que é uma remixagem, mas senti falta de um punch, de momentos na música, sabe? Verso, refrão, bridge meio que viraram uma coisa só. Achei a produção simplista diante do conceito do álbum original. De qualquer forma, acho que quando sair o álbum inteiro, que é nonstop, ele acabe fazendo bem mais sentido. O Future Nostalgia faz jus ao nome de forma excepcional, não poderia existir definição melhor. O álbum faz um belo passeio pelo pop dos anos 70, 80 e 90 mas com muitos elementos do que também é ouvido em produções atuais. Espero que o Club Future Nostagia traga o que rolou na música eletrônica nessas décadas, nas boates. Disco, funk, synthpop a la Depeche Mode, e a própria house music. Senti que o remix de “Levitating” tentou, mas não conseguiu. Ansioso pra ouvir as outras faixas da mixtape e entender como o remix vai se encaixar no conceito como um todo.

Boss In Drama (DJ e produtor)

Sobre o remix novo da Dua com Madonna e Missy Elliott, achei que ficou em cima do muro entre um house chic e um remix pop dançante. É bom pra abrir uma pista, mas não vejo esse remix como a cereja da noite (quando as baladas abrirem é claro!) O que salvou na intenção foi o rap da Missy Eliott. Queria uma versão extended só com a batida e o rap dela pra tocar na pista.

Anne Louise (DJ)

Então… A segunda mais me pareceu uma “segunda versão” mesmo, um encontro com a musicalidade da Madonna do que um remix para pistas como costumamos pensar. Me deu um saudosismo da Madonna época do Confessions, mas eu acho que ainda prefiro o balanço mais funky disco da primeira versão. Future Nostalgia é um conceito muito interessante sobre o nosso momento, uma enorme revisitação a tudo de bom que já foi produzido. Eu amo a era disco e a forma como ela conduziu mantendo a ideia de bateria e baixo marcantes mas sempre com um ar futurista. Eu realmente amei este disco. Do remix eu senti muito mais uma música para conceito, pra invocar a Madonna em si, do que algo voltado pra realidade das pistas. Eu toco um estilo muito mais acelerado, não caberia, mas mesmo os clubs de house faltou uma pitada mais pra cima.

Pedrowl (produtor)

Eu adorei! Era super o que eu esperava e eu não faria nada de diferente. Tá super na proposta do Future Nostalgia e entregou o que prometeu que seria: um remix da Blessed Madonna com a Madonna e a Missy. Esse relançamento foi anunciado como um CD de remixes, né? Eu não entendi porque esperavam que fosse a música original só que com vocais novos. Enfim achei super a ver com a vibe 80’s do Future Nostalgia e ter A MADONNA ali junto é muito icônico. Talvez a galera mais nova não tenha as referências pra entender que só disso existir já é icônico.

Pablo Bispo (produtor)

Eu acho que o álbum de remix da Dua Lipa faz total sentido na construção artística dela, sabe? Porque o Future Nostalgia nada muito nos anos 80 e 90 e acho isso incrível. E o álbum de remix dela a mesma coisa, é como um paralelo entre o que tocava nos clubs. Ela usa a mesma estratégia, mas pra outro lado! O álbum dela Future Nostalgia é muito pop, é incrível, eu amo esse álbum. Mas essa parte agora, o de remix, é voltado para o remix! Então assim, quando você já entregou um álbum pop muito icônico, muito legal, a parte de remix não necessariamente precisa ser algo pop! Ela pode flertar com outros estilos e ela fez uma coisa que é incrível e é o que a galera fazia nos anos 90 e até no início dos 2000 que é o que chamamos no Brasil de mixtape. Músicas que não param, como se fosse um DJ set, onde uma música emenda na outra. Essa essência, essa estética dela, se repete e eu acho muito inteligente porque acho que mantém a identidade artística dela, mantém o conceito que ela quer passar. Traz alguns featurings muito legais, isso é muito legal também, mas não necessariamente precisava deles! Normalmente esses remixes grandes são feitos por DJs que têm uma identidade também, então cria-se uma nova identidade para a faixa e ela pode atingir outros públicos! Esse conceito é bom para trazer coisas “novas” que a galera de hoje em dia não viveu. É o famoso “só quem viveu sabe”. Pra mim esse álbum e o álbum de remixes são realmente uma nostalgia, porque é tudo que eu vivi na minha época de adolescente e com o conceito “Future Nostalgia” da Dua Lipa, é a verdadeira nostalgia do futuro: eu vivi isso e hoje no presente estou revivendo de uma forma nova e única. Então tem que aplaudir com os pés, porque com as mãos eu tô mandando coraçãozinho!

Filipe Guerra (DJ e produtor)

A versão é um resumo perfeito do que temos de melhor na dance music. Totalmente coeso com a proposta do álbum, o remix resgata elementos ícones de toda uma sonoridade club das pistas de dança. Os vocais novos com as participações da Madonna e Missy Elliott deixaram a música ainda mais gostosa de ouvir e de dançar. O encontro de gerações que embalaram os sets dos DJs. É comum que os fãs prefiram a versão original. Aquela coisa de memória afetiva, a primeira audição é a que fica. Mas esse remix deixou a música ainda melhor, para tocar em qualquer pista de dança.

E você? Qual a sua impressão sobre o remix?

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