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Diversidade no DCU: representatividade na nova era da ‘Casa das Lendas’

Próximas produções do estúdio terão personagens negros, femininos, latinos e LGBTQIAP+ em posições de destaque!

Foto: DC Comics

Há quase um século eles estão entre nós. Tremulando suas capas ao vento, rompendo a barreira do som em seus voos, enfrentando ameaças dessa e de outras dimensões, protegendo os mais fracos e levando justiça para os oprimidos. Mas, principalmente, inspirando o melhor em cada um de nós! Ainda que ficcionais, o impacto dos super-heróis no mundo real é notável e até mesmo tangível.

Seus lemas representam nossos ideais mais puros para uma sociedade melhor; e deste modo, suas histórias são um reflexo de quem somos e como nos enxergamos. E uma vez que somos plurais, tanto como indivíduos quanto culturalmente, não é de se espantar que tais figuras também sejam.

Apesar de algumas pessoas torcerem o nariz, a diversidade faz parte do mundo dos super-heróis, e será uma peça fundamental na nova era do Universo DC nas telonas, telinhas e outras mídias.

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Foto: Gabriel Picolo (DC Comics)

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Quando James Gunn e Peter Safran, atuais co-CEOs do DC Studios, revelaram em janeiro desse ano os primeiros projetos do novo DCU, muita gente se surpreendeu e aplaudiu a decisão da dupla em produzir filmes e séries de personagens não tão conhecidos pelo grande público.

Para além da importância de trazer histórias inéditas para uma audiência que já viu quase de tudo, tais escolhas também dizem respeito sobre o interesse em atrair novos consumidores. A fim de alcançar esse objetivo, é preciso sair do senso comum e explorar o vasto catálogo de heróis e possibilidades que fazem parte da Casa das Lendas!

Negros, mulheres, latinos e LGBTQIAP+: uni-vos!

Para muita gente, ‘diversidade’ significa apenas inserir um personagem gay numa determinada trama. Contudo, de acordo com a definição encontrada no Dicionário, diversidade é umacaracterística ou estado do que é diverso, diferente, diversificado” e também uma “reunião do que contém vários e distintos aspectos, características ou tipos“.

Logo, o conceito da palavra vai além de ter somente um personagem diferente dos demais em uma história. Significa abraçar e celebrar as diferenças, trazendo para os holofotes grupos e pessoas que historicamente foram segregados e discriminados; tanto pela sociedade como um todo, quanto pela indústria do entretenimento. Tais grupos incluem negros, mulheres, latinos, LGBTQIAP+, e outros.

Foto: Warner Bros. Pictures (divulgação)

Entre os títulos anunciados por Gunn e Safran para o 1º capítulo do novo DCU, chamado “Deuses e Monstros“, está a série “Waller“. Estrelada por Viola Davis, a produção é um spin-off de “Pacificador“, e acompanhará a personagem título nos eventos após a revelação de sua identidade secreta como responsável pelo Esquadrão Suicida.

Vencedora de um Emmy Awards, um Grammy Awards, um Oscar e dois Tony Awards (sim, ela é uma EGOT), Viola também assina como produtora executiva da nova série. Se em 2015 ela declarou que “a única coisa que separa as mulheres negras de qualquer outra pessoa é a oportunidade“, hoje ela desempenha um papel de autoridade tanto em frente quanto atrás das câmeras, servindo de inspiração para milhões de jovens negras ao redor do mundo.

Aliás, por falar em autoridade, também teremos diversidade em “The Authority“, filme baseado na equipe homônima criada por Warren Ellis e Bryan Hitch. Para além das questões políticas e éticas inerentes ao grupo, que serviram de inspiração para quadrinhos como “The Boys“, o time de heróis é liderado por um casal de homens gays: Apolo e Meia-Noite.

O primeiro é como uma versão alternativa do Superman, enquanto o segundo como uma variante do Batman. Além de enfrentar vilões, eles também lutam contra o preconceito! Nas HQs, já até se casaram e adotaram um filho, constituindo uma das famílias mais queridas da DC Comics.

E por falar em família, ainda em 2023 teremos “Besouro Azul“, 1º longa-metragem protagonizado por um personagem latino (que possui forte ligação com sua família) a estrear nos cinemas pela DC. O elenco e a equipe também são formados majoritariamente por latinos, incluindo a atriz brasileira Bruna Marquezine.

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O novo DCU ainda irá contar com um filme solo e em live-action da Supergirl que adaptará a HQ “A Mulher Do Amanhã“, escrita pelo autor Tom King e com desenhos de Bilquis Evely. Indicada ao Prêmio Eisner, considerado o Oscar dos quadrinhos, a obra mostra que a personagem é muito mais do que apenas a prima do Superman!

Também haverá uma série live-action das Amazonas ambientada na Ilha Themyscira, lar da Mulher-Maravilha; que será “um drama estilo ‘Game of Thrones’” segundo Gunn e Safran. Além de ser uma produção 100% feminina, visto que só mulheres habitam a Ilha, ela também deverá abordar a sexualidade das personagens.

Canonicamente, a Princesa Diana é bissexual, portanto, é de se esperar que suas companheiras amazonas também sejam.

Espaço para mais

Mesmo em produções onde a diversidade não é necessariamente uma propriedade de relevância para a trama, ela também estará presente. Ezra Miller, por exemplo, que dá vida ao super-herói Flash em “The Flash“, é declaradamente não-binário. A atriz Sasha Calle, que interpreta a Supergirl no mesmo filme, é descendente de colombianos. E até em “Superman: Legacy“, longa escrito e dirigido por James Gunn que começará a ser gravado em 2024, o intérprete do vilão Lex Luthor deverá ser um ator negro, segundo diferentes insiders.

Isso sem mencionar outros projetos que ainda estão em desenvolvimento e não foram anunciados oficialmente! Essas escolhas reforçam o compromisso da DC com todos os públicos, ao criar histórias e oportunidades onde todos se sintam incluídos e representados.

Foto: Stephane Roux (DC Comics)

Embora o meio nerd/geek não seja tão acolhedor e inclusivo quanto deveria, por mais incoerente que isso possa ser já que milhares são as obras que defendem, falam e são estreladas por grupos minoritários; é muito significativo observar a mudança no comportamento de grandes corporações em abraçar audiências comumente deixadas de lado por executivos conservadores, que não entendiam o real simbolismo das obras que desejavam obter lucro.

Até que o mundo seja um lugar verdadeiramente gentil, acolhedor e igualitário para todos, sem nenhum tipo de distinção, é nosso dever apoiar o famoso lema do Superman, o primeiro super-herói da história: “verdade, justiça e um amanhã melhor“.

Afinal de contas, o que vale é salvar o dia, independente da origem, cor, credo, identidade de gênero ou orientação sexual do super-herói.