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Discurso de Roger Waters no Conselho de Segurança da ONU é criticado

Sergiy Kyslytsya, embaixador da Ucrânia na Organização, sobre o baixista: mais um tijolo na parede da desinformação

Roger Waters | Foto: Getty Images

Parece que teve gente que não gostou nadinha do discurso de Roger Waters no Conselho de Segurança da ONU, que aconteceu nesta quarta-feira (8). Sergiy Kyslytsya, embaixador da Ucrânia na Organização teceu alguns comentários criticando veementemente o “lado” do ex-vocalista do Pink Floyd na guerra.

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Roger Waters discursa ao Conselho de Segurança da ONU | Foto: Ed Jones/AFP

O diplomata elencou que a banda havia sido banido pela União Soviética por protestar contra a invasão do Afeganistão em 1979. Ele também ironizou ao dizer que Waters é um “tijolo na parede” – em referência a música “The Wall” – da desinformação russa (via NME):

“É irônico, se não hipócrita, que Waters tente agora encobrir outra invasão”, disse Kyslytsya. “Que triste para seus ex-fãs vê-lo aceitando o papel de apenas mais um tijolo na parede – a parede da desinformação e propaganda russas.”

Vale lembrar que a reunião do Conselho de Segurança foi convocada pela Rússia para discutir a entrega de armas ocidentais à Ucrânia, depois de países como Estados Unidos e Alemanha anunciaram o envio de poderosos tanques de guerra.

A decisão de Moscou em convidar o baixista, também foi criticada por um diplomata do Conselho de Segurança da ONU, que falou sob condição de anonimato, à agência de notícias Reuters. “A diplomacia russa costumava ser séria. O que vem depois? O Mr. Bean?”.

Toda essa confusão em torno do astro se deu por que, em setembro de 2022, ele publicou uma carta aberta em seu site direcionada à primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, argumentando ser contra o fornecimento de armas a Kiev. O músico pedia para que ela e seu marido, o presidente Volodymyr Zelensky, buscassem “uma rota diferente” para “parar o massacre na Ucrânia”.

Roger Waters volta a criticar ex-companheiros de banda

Waters já havia criticado os integrantes remanescentes do Pink Floyd por lançarem o single “Hey Hey Rise Up” no ano passado, música que levantou fundos para instituições de caridade humanitárias para ajudar os afetados pela guerra. “Isso encoraja a continuação da guerra”, disse Waters. “Associar [Pink Floyd] agora a algo assim…guerra por procuração me deixa triste.”

Fotos: Getty Images

Não satisfeito, o cara voltou falar de David Gilmour e sua trupe dizendo que eles não sabiam compor na época do Pink Floyd. Durante uma entrevista ao site The Telegraph, que aconteceu ontem (8), o músico disse que, após a morte do saudoso tecladista Richard Wright, teve de tomar rédeas das composições, já que os outros não conseguiam:

“Eles não são artistas, eles não têm ideias…Eles nunca tiveram e isso os enlouquece.”

Treta entre Roger Waters, David Gilmour e Polly Samson

A mais recente briga entre os dois começou a se desenvolver na última segunda-feira (06) quando a esposa de Gilmour, a escritora Polly Samson, usou sua conta no Twitter para criticar de forma severa o apoio de Waters à invasão russa na Ucrânia.

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Numa curta e grossa mensagem, Samson chamou o ex-baixista do Floyd de “antissemita podre”. E acrescentou: “Um apologista de Putin e um mentiroso, ladrão, hipócrita, sonegador de impostos, dublador, misógino, doente de inveja, megalomaníaco. Chega de suas bobagens.”

Após o post de SamsonWaters respondeu com uma mensagem própria publicada por suas redes sociais, dizendo que estava ciente dos “comentários incendiários e extremamente imprecisos feitos sobre ele”, os quais refuta, e sugere que deverá tomar medidas jurídicas contra o ataque. “Ele está atualmente aconselhando-se para tomar uma posição”, diz o comunicado.

Na sequência, o astro David Gilmour replicou o Tweet de sua esposa e manifestou-se sobre o assunto de forma sucinta: “Cada palavra [que Samson escreveu] é comprovadamente verdadeira”, disse ele.

Um ponto que pesa nas duras palavras escritas por Samson – para além do declarado apoio de Waters ao poder Rússia –  é a ligação de sua família com o povo ucraniano. Um mês após o conflito, Gilmour escreveu no Twitter“Soldados russos, parem de matar seus irmãos. Não haverá vencedores nesta guerra. Minha nora é ucraniana e minhas netas querem visitar e conhecer seu lindo país. Parem com isso antes que tudo seja destruído”.