Em 1968 no Festival Internacional da Canção, em plena Ditadura Militar, Caetano Veloso foi vaiado por subir ao palco com Os Mutantes e cantar “É Proibido Proibir”, ocasião em que o cantor fez um célebre discurso e desabafou em plenos pulmões: “Vocês não estão entendendo nada, nada”. 51 anos depois desse acontecimento, convidado por Daniela Mercury o cantor aparece em “Proibido o Carnaval”. Música composta pela própria cantora, “Proibido O Carnaval” é uma mistura de marcha carnavalesca com frevo e ainda acordes do pagodão da Bahia.
A canção é o primeira gravação de Daniela Mercury com Caetano Veloso e a cantora está radiante com o resultado: “Quando compus a música só me vinha na cabeça Caetano cantando comigo. Fiz o convite e ele topou assim que ouviu a canção. Me senti muito honrada! Mais ainda porque ele participou do videoclipe. Caetano adorou… Acho que abusei um pouco dele nas cenas”.
O mais interessante da faixa é que para além do clima de festa e da brasilidade expostas, a música também se trata de uma canção satírica e crítica diante de muitos acontecimentos do Brasil atual com referências à fala da Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que afirmara: “Meninas de rosa, meninos de azul”. Na canção Daniela e Caetano questionam: “Vai de rosa ou de azul”. Além disso eles também dão um salve para a diversidade de gênero nos versos: “Abra a porta desse armário que não tem censura pra me segurar”.
