Lady Gaga volta aos cinemas nesta semana com “Coringa: Delírio a Dois”, filme em que divide os holofotes com Joaquin Phoenix. Uma curiosidade envolvendo o longa-metragem é que tanto Gaga quanto Phoenix são “atores de método”. O chamado “método de atuação”, do inglês “method acting”, é uma técnica opcional de interpretação, que nem todo mundo entende do que se trata.
(Foto: Divulgação / Warner Bros. Pictures)
O método de atuação, como ficou conhecido nos Estados Unidos, é um desenvolvimento da abordagem criada pelo ator e diretor de teatro russo Constantin Stanislavski (1863-1938). Ele defende que a melhor maneira de representar é buscar aqueles sentimentos e vivências dentro de si. Ou seja, para fazer uma cena triste, o melhor é lembrar de algo triste de sua própria vida, para reviver essa emoção em cena.
A ideia é que os atores tenham empatia por seus personagens, ao resgatar em suas próprias trajetórias os mesmos sentimentos que precisam despertar. A técnica visa aproximar o ator do personagem. Nos Estados Unidos, alguns atores levam isso ao extremo e “vivem como o personagem” durante a gravação de uma série ou filme. É o caso de Lady Gaga.
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Exigência nos bastidores de “Coringa: Delírio a Dois”
Para “Coringa: Delírio a Dois”, ela não atendia quem a chamasse de Stefani ou Gaga no set. Pediu que a tratassem apenas por Lee – apelido pelo qual o Coringa trata a Arlequina. Gaga também demandou um pianista no set, para que ela e Joaquin Phoenix cantassem de verdade durante as cenas – em vez de dublarem gravações pré-gravadas – o que conferiria mais naturalidade e verdade.
“Não sei exatamente o que significa [o método], mas eles levam a sério”, o diretor Todd Phillips disse ao site Variety, “Joaquin Phoenix não fica no personagem o tempo todo, mas ela [Lady Gaga] faz isso muito mais. Como diretor, apoio qualquer coisa que os leve ao lugar onde precisam estar”.
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A experiência de Lady Gaga como Patrizia Reggiani
“Coringa: Delírio a Dois” é o terceiro grande papel de Lady Gaga no cinema, depois de “Nasce Uma Estrela” (2018) e “Casa Gucci” (2021). Neste último, ela interpretou Patrizia Reggiani, uma mulher que existe de verdade e foi presa por mandar assassinar o marido, Maurizio Gucci. Lady Gaga também mergulhou profundamente no papel e não saiu da personagem mesmo longe do set.
Ao passar pelo local do assassinato em Milão, a popstar diz que sentiu peso na consciência e pensou “o que foi que eu fiz?”. “Eu peguei a dor que senti ao ser atacada quando era uma jovem garota, de sentir que fui deixada pra trás pelas pessoas que eu amo, de me sentir presa ao ponto de não conseguir sair pelo mundo que eu amo. Eu peguei essa dor e eu dei pra ela”, contou sobre seu processo de imersão.
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Tal mergulho e entrelaçamento entre ator e personagem, claro, dificulta o distanciamento das emoções ao fim do trabalho. No caso de “Coringa: Delírio a Dois”, Gaga admite que as gravações terminaram e ela sentiu que não havia terminado com a Arlequina. Por isso, gravou o álbum “Harlequin”, lançado na semana passada.
“Tenho certeza que não é segredo que me interessei por fazer esse filme porque ele é muito sobre ter uma personalidade alternativa que te protege. Eu diria que me identifico muito com isso. Essa sou eu verdadeira. Eu definitivamente brinco com o artificial. Amo fantasias e acho que maquiagem pode ser uma maneira fascinante de se expressar”, conclui.
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