IZA aproveitou o período de isolamento para escrever cartas. Em uma delas, enviada ao POPline, a cantora contou a história de Thereza Brown, drag queen e performer da periferia de Osasco, em São Paulo. O portal foi atrás de Thereza para saber mais sobre sua vida e descobriu que a artista tem uma amizade antiga com a carioca. Dentre os trabalhos que já fizeram juntas está a gravação do clipe de “Let Me Be The One”, single que será lançado por IZA e o rapper americano Maejor, no dia 21 de maio.

A música nova, que aborda a crise dos refugiados e a diversidade, será tema de uma campanha humanitária global da ONU junto à Humanity Lab Foundation.

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Para Thereza, foi uma honra e um privilégio participar deste projeto. “É de uma importância imensurável. Foi demais porque vai muito além de uma música e um clipe. Tem muitas mensagens poéticas. Eu me peguei pensando no planeta de forma geral, na saúde mental, física e espiritual. Era notável que todo mundo tava nessa mesma energia”, comentou.

Carta conta história de Thereza

Na carta que escreveu para divulgar a canção, IZA traçou um breve perfil da história da vida de Thereza. “Thereza cresceu na periferia de Osasco, em um bairro humilde, em um ambiente repleto de amor, rodeado por familiares e amigos que sempre lhe deram muito suporte”, relatou a cantora.

A cantora também comenta sobre a construção de identidade da artista.

“Filho único, ao longo da vida ganhou muitos irmãos que a vida deu e foram eles que o ajudaram a seguir em frente e finalmente reencontrar sua identidade como Thereza. Foi na transformação como drag queen que ele finalmente enxergou o seu espaço”

Em outro trecho, a cantora falou como Thereza é uma inspiração para um mundo com menos preconceito e mais igualdade. “Com seu trabalho e sua vivência, Thereza vem inspirando pessoas com sua arte, sonhando com um mundo com menos preconceito e um futuro com mais igualdade sexual e racial. Ele enxerga a edução e o amor como ferramentas transformadoras para o nosso futuro”, disse.

Primeiro show em homenagem à Rihanna

O nome de batismo de Thereza é Samuel Antonio, mas os amigos o conhecem como Samy. Ele conta que a primeira vez que se montou de drag foi no final de 2015. “Foi uma sensação muito diferente de tudo que ja tinha sentido até então. Me olhar no espelho totalmente diferente do meu “eu do dia-a-dia”. Eu brinco: Uma nova faceta do meu diamante. Foi transformador”, relata.

Para sua primeira performance, ele lembra que escolheu homenagear outra diva pop: Rihanna. “Foi em 2016 e eu me lembro como hoje. Fiz Rihanna e me senti a minha própria diva. Foi lindo!”.

Thereza também é cantora e diz que suas maiores inspirações – além de Rihanna e IZA – são Whitney Houston e Naomi Campbell.

Ainda sem música autoral ou clipe lançados, ela diz que faz alguns covers e que tem aproveitado a quarentena para aflorar esse lado. “Tenho cantando em algumas lives e estou gostando. Quem sabe não seja a porta pra um novo momento na minha vida Drag?!”, comenta.

Seu objetivo como artista, diz, é levar sua minha mensagem através da arte “para todos os lares e corações”. “Quero despertar a vontade de ser e de viver a arte em outras pessoas. E levar entretenimento para o mundo. Mostrar que a arte transforma!”.

Amizade antiga com IZA

Thereza, que também é hair stylist, conta que conheceu IZA por intermédio de Glória Groove há um tempo atrás. “Eu tive o prazer de trabalhar com ela diversas vezes e pude ver que ela é bem mais que aquilo que todo mundo imagina. A cada trabalho dela e com ela eu só anseio mais e mais seguir os passos dela”.

As duas se encontraram a primeira vez nas gravações do clipe de “Brisa”. Depois, trabalharam juntas em “Yoyo”, de Glória Groove, em uma campanha publicotaria de uma marca de maquiagens e no clipe “Talismã”.

Em uma de suas performances, a drag queen chegou a copiar o visual de IZA para homenagear a cantora. “É inegável que a Iza é um ser de luz. Onde ela passa vira Primavera. Fica lindo”.

Thereza ficou emocionada em ter sua história contada por IZA na ação. “É mais que importante . Ela é forte, passou por coisas semelhantes a mim durante a vida. Então temos esse laço invisível que se chama vivência entre nós. Durante as gravações houveram muitas conversas e foi um momento muito delicado de trocas de experiências. Foi aí que surgiu o convite. Eu só não sabia a forma que seria contada, mas ter essa conexão com ela e oportunidade foi uma honra”, concluiu.