Pelo sétimo ano consecutivo, as receitas de música gravada nos Estados Unidos aumentaram e atingiram um recorde de 15,9 bilhões de dólares, como consta o artigo escrito por Niccolo Conte que foi publicado na Visual Capitalist.
O texto mostra toda a trajetória da evolução tecnológica da indústria fonográfica, desde o vinil, passando pelos cassetes e CDs, até a música digital.
O gráfico acima usa dados da Recording Industry Association of America para traçar a evolução da indústria musical nos últimos 50 anos.
Leia Mais:
- Indústria Fonográfica global cresce em 2020 com apoio do streaming, apesar da pandemia
- Mercado fonográfico brasileiro arrecadou R$ 2,5 bi em 2022, aponta Pró-Música
- Pro-Música é a nova agência do ISRC no Brasil; saiba mais
A era analógica: do vinil às cassetes e aos CDs
O texto lembra que a década de 1970 emergiu como uma época de ouro para os discos de vinil, dando origem a clássicos atemporais como ‘Dark Side of the Moon’, do Pink Floyd (1973), ‘IV’, do Led Zeppelin (1971), e ‘Rumours’, do Fleetwood Mac (1977), que continuam a cativar colecionadores e entusiastas da música até hoje.
O vinil foi logo seguido pela conveniência portátil das fitas cassete na década de 1980. O Walkman e os toca-fitas se tornaram elementos fundamentais do período. No entanto, o texto aponta que, foi na década de 1990, a chegada da maior mudança de jogo do século XX: a música digital e os discos compactos.
A revolução digital da indústria musical
O artigo diz que devido ao salto significativo na capacidade e qualidade de áudio em comparação com as cassetes, o CD rapidamente se tornou o líder em vendas, atingindo o pico em 2000, em cerca de 2,5 milhões.
Até os anos 2000, a vendagem dos CDs permaneceram em alta. Mas a essa altura os primeiros tocadores de MP3 já estavam entrando em cena, segundo o artigo.
Em meio ao crescimento da música digital, as receitas também atingiram US$ 1,1 bilhão em 2007, constituindo 10% dos ganhos da indústria musical naquele ano. O artigo aponta que, ao mesmo tempo, a música digital permitiu aos consumidores comprar músicas individuais mais baratas em vez de álbuns completos, e tornou a pirataria mais fácil e generalizada, reduzindo as vendas.
Atualmente, este mercado outrora lucrativo diminuiu significativamente, como consta no artigo. Apenas 4,5 milhões de toques foram adquiridos em 2022, gerando modestas receitas de US$ 11 milhões e representando apenas 0,1% dos ganhos da indústria musical do ano.
A mudança do som
Nos últimos 20 anos, o streaming assumiu o controle da indústria musical. As receitas da música digital representaram 89% da indústria musical dos EUA em 2022. Serviços de streaming como Spotify, Amazon Music e Apple Music representaram 84% da receita total da indústria, segundo o Visual Capitalis.
De acordo com os dados do artigo, o número de assinaturas pagas de serviços de música sob demanda ultrapassou os 92 milhões. Pelo terceiro ano consecutivo, o rapper porto-riquenho Bad Bunny foi o artista mais escutado, com 18,5 bilhões de streams, seguido por Taylor Swift, Drake, The Weeknd e BTS.
Recentemente, em um artigo, o Wall Street Journal disse que o sucesso dos serviços de streaming não está apenas transformando o negócio da música, mas também está trazendo mudanças à música.
O artigo diz que isso ocorre porque as empresas compensam os artistas com base no número de reproduções mensais. No entanto, só as contabilizam se o usuário ouvir uma música além dos 30 segundos iniciais.
Para minimizar a “taxa de salto”, os artistas musicais reposicionam estrategicamente o refrão de uma música após a janela inicial de 30 segundos, explica o artigo. Além disso, há uma tendência crescente de músicas mais curtas , permitindo que os artistas tenham mais faixas transmitidas simultaneamente.
A volta do Vinil
Ainda segundo o artigo, embora a música digital continue a crescer, isso não significa necessariamente o fim do formato físico. As vendas de vinil, por exemplo, também cresceram em 2022.
No ano passado, os vinis venderam mais que os CDs em termos de unidades pela primeira vez desde 1987, como aponta o Visual Capitalis. As pesquisas revelam que os consumidores da geração Y são os que estão impulsionando as vendas.
Os motivos para essa tendência variam, incluindo fatores como a qualidade superior de áudio do vinil, a percepção do vinil como item de colecionador e até o apelo de ter um lindo toca-discos na sala, de acordo com o texto.