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‘Como existem muitos nichos dentro do Rap, é essencial compreender o que está crescendo e os seus públicos’, diz Vithor Reis, editor de música da Deezer

Hungria, Baco Exu do Blues, Emicida, Poesia Acústica e 3030 - Artistas em ascensão na plataforma da Deezer Brasil

O Raprhythm and poetry (ritmo e poesia) – feito no Brasil possui uma data que é celebrada a sua existência, exatamente hoje: 6 de agosto. A data comemorativa é instuída por lei e aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

O gênero que segue em constante transformação ecooa problemas sociais, posicionamentos políticos e a música permance sendo a plataforma para que esses temas sejam discutidos.

Além disso, possui a característica de unir outros ritmos como o trap, funk, reggae, pop, emo, samba, por exemplo.

Selecionamos cinco artistas de Rap que seguem em ascensão nos rankings da Deezer: Hungria, Baco Exu do Blues, Emicida, 3030 e Poesia Acústica, projeto da Pineapple StormTV.

Para pensar sobre o gênero no Brasil e como ele vem se desenvolvendo, o Mundo da Música entrevistou Vhitor Reis, editor de música da Deezer.

Veja a entrevista completa abaixo e os artistas de Rap em crescimento na plataforma.

 

Hungria

Capa da Playlist ‘Segue o Rap’ da Deezer, Hungria é um dos mais populares artistas do gênero na atualidade.

 

Seu single ‘Um Pedido’ lançado há um mês, já possui mais de 56 milhões de visualizações.

 

 

Baxo Exu do Blues

Rapper baiano Baco Exu do Blues, conquistou o Grand Prix (GP) na categoria “Entertainment for Music” (entretenimento para música), do Cannes Lions 2019. O GP é a premiação máxima do festival internacional de criatividade, considerado o mais importante do mercado publicitário do mundo.

Produzido pela AKQA São Paulo e a Stink Filmes, o clipe dividiu o prêmio principal da categoria com o videoclipe de “This is America”, do também rapper Childish Gambino. Foi a primeira vez que o Brasil conquistou o Grand Prix na categoria.

Atualmente, Baco trabalha com o single ‘5 Conto’ com o clipe oficial lançado no final de julho.

 

 

Emicida

Um dos principais nomes do gênero, Emicida lançou recentemente o single de “AmarElo (Sample: Sujeito de Sorte – Belchior)” em uma parceria com Majur e Pabllo Vittar.

Após exaltar de onde emana o poder verdadeiro no single “Eminência Parda”, Emicida encaixa mais uma peça em seu próximo projeto de estúdio, que ele tem preferido chamar de experimento social em vez de disco – “apesar de ser nobre conduzir uma experiência sonora por, mais ou menos, uma hora, é preciso ter cuidado para cultura da música não ser engolida pela cultura das plataformas”, diz o artista.

Lançada pela Laboratório Fantasma e distribuída pela Sony Music, “AmarElo” é a segunda música apresentada pelo rapper paulista e também a faixa que dá nome ao novo trabalho que está sendo proposto por ele.

 

 

 3030

Grupo brasileiro de Rap fundado em 2008 pelos rappers Rod, LK e Bruno Chelles e característico pela abordagem musical do Hip-Hop, MPB, Samba, Jazz entre outros ritmos.

Em março de 2019 a banda participou do Lollapalooza ao lado do DJ e Produtor Bhaskar. O Trio cantou ‘Manhã de Sol’, canção que ficou entre as 10 mais tocadas das rádios do Rio de Janeiro e acumula mais de 13 milhões de visualizações.

Já o canal oficial do 3030 no YouTube possui mais de 341 milhões de views.

Recentemente lançaram o seu décimo projeto o álbum ‘Tropicália’ com influências de diversos gêneros musicais como Trap, Funk, Pop e Reggae; fruto da inspiração do trio durante uma viagem a Los Angeles.

Veja o clipe mais recente do projeto com a faixa ‘Cuidar de Mim’ part. Nano abaixo:

 

 
 

Poesia Acústica – Pineapple StormTV 

 A empresa Pineapple surgiu como marca de roupas no Rio, antes de tirar o foco da moda têxtil e entrar no rap.

A série de vídeos Poetas no Topo foi o primeiro projeto dentro do canal do YouTube PineappleStormTV, parceria de Paulo Alvarez, fundador do projeto; com o vizinho e produtor musical Lucas Malak, do estúdio BrainStorm.

Nomes como Bk e Djonga, que cresceram a popularidade nos últimos meses, são oriundos desse projeto. 

Com o estilo do Cypher – MC’s reunidos que alternam rimas sob a mesma base musical – o projeto tem crescido e dado força ao movimento do “Rap Acústico”.

A Poesia Acústica com o maior número de visualizações, que superam 326 milhões em uma música com 8 minutos de duração, está abaixo:

 

 

‘Como existem muitos nichos dentro do Rap, é essencial compreender o que está crescendo e os seus públicos’

 

Mundo da Música (MM) – De acordo com o último relatório global da IFPI, três dos cinco principais artistas da música gravada mundialmente, são do gênero do Rap, respectivamente: Drake (1º), Post Malone (4º) e Eminem (5º).

Como é o consumo do rap internacional no Brasil? E como você acha que influencia na produção artística do país?

 

Vithor Reis, Editor Deezer – O consumo ainda não é expressivo no Brasil comparando com os gêneros locais, mas a grande parte dele vem de smash hits.

Por exemplo, Old Town Road (Lil Nas X), que está bombando esse ano ou o Drake, com vários hits no ano passado.

Porém, o trap e o emo rap são subgêneros que influenciam diretamente a produção do rap nacional. Boa parte dos lançamentos de rap são trap, até Emicida entrou na onda com Eminência Parda.

 
 

MM – O bom desempenho do Rap no relatório da IFPI também traz a influência do gênero em outros estilos musicais, como na música Pop, por exemplo.

Aqui no Brasil esse processo de parcerias com outros estilos está ganhando popularidade, apesar de ter enfrentado resistência no início. Na Deezer dá pra notar o aumento do fluxo de parcerias ‘híbridas’ no Rap?

 

Vithor Reis – Sim, isso é bem claro, um dos maiores hits do rap que está no mainstream no momento é a “Poesia Acústica #7” que tem participação de MC Kevin o Chris, MC Hariel e outros. Ano passado, IZA bombou com “Ginga” que conta com o rapper Rincon Sapiência. 

Essas parcerias também estão ultrapassando diversas barreiras não apenas entre o Pop e o Rap; o Funk e o Sertanejo utilizam muito esse tipo de parceira também.

MM – Nas músicas populares da atualidade há uma tendência que caracteriza a duração das faixas, em média, para menos de 3 minutos.

Contrapondo com o histórico do rap, com letras mais longas, você caracteriza que o fluxo das produções de Rap continuam seguindo sua própria dinâmica ou um modelo mais ‘comercial’?

 

Vithor Reis –  Isso está bem alternado, temos o grande sucesso comercial da Poesia Acústica que tem músicas que chegam até 12 minutos e os cyphers de longa duração.

Mas também vemos que outros hits tem acompanhado essa tendência, de músicas que não chegam a 2 minutos.  

MM – O diálogo com os nichos dentro da música é uma das características na produção de conteúdo da Deezer.

Quais ferramentas vocês utilizam para conversar com o público do Rap e entender suas necessidades, até mesmo, para a construção de playlists, por exemplo?

 

Vithor Reis – Sempre estudamos os subgêneros e os assuntos abordados, conseguimos trabalhar desde rap acústico, trap, militância e clássicos de formas distintas.

Como existem muitos nichos dentro do rap, é essencial compreender o que está crescendo e os seus públicos, além de analisar a performance do gênero, subgênero, artistas e faixas dentro da plataforma. 

 

MM – A primeira transmissão de áudio da Deezer foi com o show do Baco Exu do Blues, em São Paulo. Na percepção da Deezer, o público atingido foi o que consome normalmente o Rap, ou outros estilos musicais?

 

Vithor Reis –  A gente não consegue trackear exatamente o perfil das pessoas que entraram na plataforma para escutar o show, mas como a comunicação foi feita direcionada para os fãs de Rap e também nas redes sociais do artista, acredito que parte é sim de pessoas que consomem Rap.

Além disso, o streaming dá a possibilidade na palma da mão das pessoas experimentarem e descobrirem novos gêneros e ritmos que gostam. Eu arriscaria dizer que foi um mix, justamente por o consumo do rap na plataforma ainda não ser tão expressivo.

No entanto, apesar de não termos um projeto exclusivo para o gênero no Brasil, o Rap é bastante forte na França, e a gente tem curadoria humana para o gênero no Brasil.

No ano passado, por exemplo, Cynthia Luz foi uma das escolhidas para o Deezer Next, programa mundial de incentivo a novos talentos.

Ela foi uma das representantes brasileiras, gravou conosco um Deeezer Sessions, se apresentou em um pocket show na Deezer e fez o parte do projeto “Music With Sole”, que uniu rap, moda e grafite.

Neste projeto, o artista urbano Pomb foi desafiado a customizar três pares de tênis e fez leituras sinestésicas sobre a música “Deixa Ela”, de Cynthia.

O resultado foi crescimento de 650% em de streams de músicas da artista na plataforma depois do anúncio do NEXT, em janeiro, até início de novembro de 2018. 

 

 

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