Com a pandemia COVID-19 em curso, estamos no terceiro mês em quarentena e, pela primeira vez, já é possível ter uma leitura clara sobre o consumo de música no Brasil. Sem shows, baladas e festivais, a rua perde o protagonismo e o potencial viral nas redes sociais é o que define o quem faz sucesso ou não. Luisa Sonza caminha para se tornar a arista pop mais escutada durante a crise sanitária no Brasil. Já são mais de seis milhões de ouvintes mensais só no Spotify. Mas como ela conseguiu isso?
Luisa Sonza e a força da Internet
Diferente dos virais que surgem do dia para noite no TikTok e chegam ao topo do Spotify, o caso da Luisa Sonza é diferente. Estabilidade é a palavra que melhor define o seu auge (até aqui). Para entender melhor o lugar alcançado pela gaúcha – sim, ela se tornou a maior representante do seu Estado na música pop da história recente -, é preciso voltar um ano atrás.
Em junho de 2019, ela colhia os primeiros frutos do seu primeiro álbum de estúdio “Pandora”. Parcerias certeiras com Pabllo Vittar, Gaab e Vitão ajudaram a loira se livrar do rótulo de cantora de covers e paródias da internet e entrar no clã de artistas pop. A força na internet foi fundamental para Sonza ganhar espaço nas mídias convencionais – ela passou a tocar nas rádios e fez parte do “Dança dos Famosos”, do Faustão. Ela também passou a fazer shows em festivais e casas noturnas – deixou para atrás as apresentações para público infanto-juvenil em teatros. Precisamos também mencionar seu êxito no mercado publicitário, com contratos e campanhas de grande porte.
“Combatchy” e “BRABA”: pontos de virada para Luisa Sonza
O convite da Anitta para integrar o squad na música “Combacthy” simbolizou o resultado de um processo lento de desenvolvimento de imagem e repertório. Uma comprovação do seu crescimento e relevância. A ideia da faixa foi do produtor Wallace Viana (Hitmaker) e Anitta escolheu a dedo quais seriam as artistas que estariam no projeto. Para Luisa, uma realização, afinal de contas há menos de dois anos seu vídeo mais bombado no YouTube era um cover de “Paradinha”, hit da Anitta, em plena paulista. Já entendendo o mercado, Luisa prontamente aceitou o convite e soube também construir uma relação bem próxima com Anitta.
Já em 2020, Luisa foi firme para lançar a faixa no começo do pandemia. Enquanto Lady Gaga, sua colega de gravadora, adiava o lançamento de álbum, ela seguiu sua intuição e arriscou. Esperta, ela adiantou a faixa para produtores de conteúdo de maquiagem. “Braba” foi enviada primeiro para Luccas, que produz vídeos virais mostrando o processo de make up. Deu certo: em duas semanas, #BrabaChallenge já tinha mais de 30 mil publicações. Agora, quase três meses depois, já passou de 140 mil e a música segue no Top 5 do Spotify Brasil.
OS NÚMEROS DE BRABA
Só no Spotify, “Braba” soma mais de 40 milhões de plays. No próximo dia 18, o single completa três meses de lançamento e já chegou quatro vezes ao topo do ranking diário da parada de streaming. Atualmente, em segundo lugar, Sonza superou todos os sertanejos nas últimas 24 horas e comprova estabilidade absoluta. No YouTube, são mais de 76 milhões de plays no clipe oficial e seu canal chegou a marca de 5 milhões de escritos.
Hoje, Luisa Sonza é a terceira cantora mais escutada do país, atrás apenas de Anitta e Marília Mendonça, que detêm repertórios com volume maiores que ela. Agora, ela sobe nas paradas em dueto com Dilsinho, que é um dos maiores expoente do samba/pagode carioca. “Não Vai Embora” está dentro do Top 50 e tem ganhado força dia após dia. Há uma grande expectativa para a faixa que soma seis milhões de plays.
Há expectativa para a carreira da Luisa pós-pandemia. Seu cachê de shows deve aumentar e seu ticket médio (cálculo do potencial de venda de ingressos e bar de um artista) vai levá-la para eventos ainda maiores. Estava na sua estratégia uma turnê de verão pelos Estados Unidos – agora, em junho, ela já era presença confirmada na Parada do Orgulho LGBT de Nova York, simplesmente a maior do mundo.
