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Clima de despedida, mas não de tristeza, marca o último show da majestade do rock nacional, Skank

Foto: Instagram (@skankoficial)

O clima era de despedida, mas não de tristeza. O fim de uma era da banda que mudou o curso do que chamamos de rock nacional. Estamos falando do Skank que, na noite de ontem (26), fez uma apresentação digna de um saudosismo precoce. Samuel Rosa, Lelo Zaneti, Henrique Portugal e Haroldo Ferretti subiram ao palco pela última vez para apresentar seus maiores sucessos – aqueles que trazem não só o gênero rock, mas os diversos elementos estilísticos – como a forte influência jamaicana – cravando uma marca de autenticidade.

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Foram cerca de 50 mil pessoas no gramado do Mineirão cantando aos pulmões os hits  “Garota Nacional”, “Jackie Tequila” e “Vou Deixar”. Quando o quarteto apareceu, os ares do estádio se assemalhavam aos de um jogo de futebol: uma torcida insana gritando a cada gol (música) cantada pelos caras.

O show teve início com “Dois Rios”, música composta por Samuel Rosa em parceria com Nando Reis, e que integra o álbum “Cosmotron”, de 2003. Após fazer jus ao prometido e entregar tantos hits de sucesso como “É uma partida de futebol”, “Esmola” e “Pacato cidadão”, Samuel Rosa também usou o palco para fazer uma reflexão:

“Vou usar a palavra envelhecer porque ela é muito digna. Nós envelhecemos e estamos emocionados por termos feito diferença para a vida de tantos de vocês”, disse.

Entre uma canção e outra, o vocalista aproveitou o ensejo para falar que o show daria origem a um DVD, como forma de documentar a apresentação.

O setlist seguiu com os singles “É proibido fumar”, “Saideira”, “Canção noturna”, “Ainda gosto dela”, “Amores imperfeitos” e “Formato mínimo”.

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Antes de “Ela me Deixou”, Samuel justificou a escolha brincando que a música que viria honraria o “pezinho” que a banda tem na Jamaica, uma referência a primeira fase do Skank.

No decorrer do show, é claro que não poderia faltar aquele que, segundo o vocalista, é o motivo da banda estar viva até hoje. A presença de Milton Nascimento, Bituca, trouxe ao palco o hit “Resposta”.

Diante de um público deveras emocionado, a banda encerrou a apresentação com “Tão Seu”.

Projetos solos

Até o momento, informações oficiais dão conta de que Samuel Rosa seguirá carreira solo, no entanto, sem muitos detalhes. Em março de 2022, o vocalista da banda mineira respondeu à revista Quem, como se sentiria fora do Skank, após tanto tempo junto aos demais companheiros, respirando música e a banda por completo:

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“Eu tinha 25 (anos) quando começamos e agora tenho 55 [à época]. Passei mais tempo sendo do Skank do que fora da banda. Mas minha relação com a música começou aos 14 anos, sou muito grato à minha trajetória, meus professores, os discos que escutei. Não me causa estranheza me imaginar sozinho, apesar de eu ser um integrante do Skank mesmo fora do palco. Costumo dizer, pra quem idealiza essa vida de músico, com viagens e massagem no ego, que tudo isso é bom, mas você veste uma roupa e nunca se desvencilha dela, você não descansa dessa alter ego. É intrigante pensar como vai ser, tenho uma vida fora da banda, outros anseios, não fiz do Skank minha única fonte de satisfação. A banda é uma delas e tenho certeza que posso achar outras”, cravou o artista.

Henrique Portugal, tecladista da banda, também seguirá em carreira solo, mas também dará continuidade ao projeto da Solar Big Band, cujo baterista é Xande Tamietti – conhecido também por ser integrante do Pato Fu.

Henrique também possui um projeto com Lelo Zaneti (baixista do Skank), o Nie Myer que, ao que tudo indica, também terá continuidade.

De acordo com uma recente entrevista concedida ao Jornal O Globo, Haroldo pretende se debruçar em funções de estúdio:

Pretendo deixar a poeira baixar, mas vou me dedicar a estudar técnicas de gravação, mixagem, produção. Parte da assinatura do Skank se deve aos grooves feitos por mim e pelo Lelo. Isso tem um valor incrível. Acho que temos um bom caminho se quisermos explorar isso. E também seguir nas minhas aulas de piano e de idiomas. É o que me dá prazer.

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