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Claudia Leitte reflete os 20 anos de carreira: “Sou uma menina ousada”

Lançando “Samba Lento”, cantora já prepara as celebraçoes de suas décadas na música

Claudia Leitte. Foto: Divulgação

Claudia Leitte está a todo vapor em sua nova fase. E as novidades são muitas. Mostrando o poder e a importância de se reinventar independente das dificuldades no novo single, o “Samba Lento”, em parceria com o cantor panamenho Joey Montana, a estrela começa a desenhar sua volta aos palcos, além das comemorações de seus 20 anos de carreira, que serão celebrados no ano que vem. Em entrevista exclusiva ao POPline, a cantora reflete sua trajetória de sucesso até aqui, se definindo como uma artista “ousada”.

“Eu gosto de surpreender meus fãs e eles ficam catando as coisas. Eu adoro, mas acho engraçado quando eles tentam adivinhar as coisas e eu consigo surpreender. Já comecei a dar alguns sinais (sobre as celebrações), e estou muito feliz com o que a gente vem criando, mas dependemos das circunstâncias, porém, mesmo com eventuais mudanças, estamos trabalhando pelos 20 anos e vai ter muita festa. E não é subjetivo. É festa, comemoração”, entrega, fazendo mistérios em torno do que está preparando.

Claudia Leitte. Foto: Divulgação

E quando Claudia fala em ousadia, ela tem toda razão. Nesses 20 anos, a cantora, que chegou ao grande público ao liderar o Babado Novo, lá em 2001, emplacou hit atrás de hit, misturando ritmos e se tornando uma das maiores atrações do Carnaval de Salvador. Até que em 2007, deu início à carreira solo, em 2007, ao lançar “Extravasa”. E, de lá para cá, vocês sabem, apenas sucessos.

Afinal, ela foi a primeira brasileira a se apresentar no Billboard Music Awards, nos EUA, firmou parcerias internacionais, inclusive com Jeniffer Lopez, além de ser pioneira na mistura da música brasileira com o tempero latino do reggaeton, num tempo em que era preciso ousadia para emplacar o idioma espanhol nas rádios por aqui.

“Eu sou uma menininha ousada, eu nem percebia que eu era assim. Fui falando para mim para internalizar. Sempre que eu dava entrevista eu falava sobre Daddy Yankee, Ricky Martin… mas foi em ‘Bola de Sabão’, numa versão ao vivo de regaaeton na Cidade Baixa, em Salvador, isso foi em 2004, 2005 – meus Deus, faz muito tempo (risos) – , mas nessa época a gente não tinha espaço na radio, não só nessa onda latina, mas num caminho do pop. Hoje está escancarado”, reflete.

E essa mistura, que começou lá atrás volta ao seu repertório, em “Samba Lento“, com letra de Gusta, que já teve uma versão gravada pela banda baiana DH8, a canção traz um ritmo dançante e mistura samba, trap, funk e outros elementos da música pop. A faixa, que exalta a vontade de viver, vem em parceria com o Joey Montana. Trazendo a mistura do axé music, com o reggaeton. Mas muito se engana quem pensa que essa reflexão veio com a pandemia.

“Eu imaginei essa música para quando eu voltasse aos palcos, porque queria dançar. No início, ela me lembrava muito minha relação com Marcio (Pedreira, marido da cantora), porque, nessa época, tinha acabado de sair de um relacionamento e decidido virar uma ‘periguete’ profissional (risos), e conheci ele na sequência. Aquela mudança de planos inesperada. Percebi que era sobre mim (a faixa). Sobre estar feliz comigo mesma. Tem muito mais a ver com esses 20 anos do que com esse momento”, disse.

E para quem espera um álbum de Claudinha é bom segurar a onda. “Samba Lento” se trata de um single, e após o álbum “Bandeira”, a cantora planeja seguir no flow das faixas isoladas. Então, é provável que um disco não esteja nos planos das comemorações de 20 anos. Mas os shows… Ah, as apresentações estão por vir, caso estejamos todos vacinados e seguros, e o primeiro passo já foi dado com uma apresentação em Orlando, nos Estados Unidos.

“Eu nunca na vida tinha fica sem palco por tanto tempo. Eu nunca imaginei que era tão viciada num palco, e foi bem agressiva essa abstinência. Todas as coisas que eu faço no meu trabalho vem do palco. Quem sai no meu bloco, vai no meu show, sabe é uma experiência. E essa volta foi muito louca, eu tinha que me controlar, para não extravasar. Foi emocionante”, diz.

Carnaval em Orlando
Foto: Lucas Lens

E o planejamento é de que os trabalhos também venham para o Brasil, após as condições sanitárias permitirem devido à pandemia do novo coronavírus. E ela faz um apelo pela imunização. “Eu peço que vacinem-se todos. Eu quero é vacina. Uma vida sem equilíbrio é um caminho desonesto com a gente mesmo. Então, é uma decisão coletiva. Essa previsão para o Carnaval, para meus projetos de 20 anos, precisam passar por esse lugar”, reflete.

Se tudo der certo, Claudia Leitte faz seu primeiro show no Brasil, com o “Claudinha Praia”, no final de setembro, no Rio Grande do Norte. Tudo, claro, se permitido pelas autoridades de saúde. A saudade é grande. “Estou aprendendo a respirar. Estava muito ansiosa e esses shows que a gente tá começando a retomar, e as coisas que estão vindo são do fluxo que foi interrompido, a gente não pode dizer que rola, mas espero que dê tudo certo. É crucial para a saúde mental das pessoas, para economia do país, do cidadão que trabalha na área, é um setor gigantes. Estamos com expectativas positivas e com todos os cuidados. Amo fazer o que eu faço“, declara.

Claudia Leitte chorou escrevendo novo single
(Foto: Livia Elektra)

E como a definição de duas décadas de uma carreira bem sucedida ela faz uma reflexão. “Uma palavra que eu gosto muito é ‘reinvenção’, eu vejo isso em Madonna, que é uma inspiração forte para mim. Apesar das pessoas colocarem etiquetas e limites, eu vejo muitas artistas jovens, como eu fui, se deixando conduzir pelo o que os outros estão dizendo, mas a força está dentro delas. Esses limites são impostos, mas não são delas. Eu espero estar sempre conectada com a minha arte para ser feliz para a recomposição acontecer”, finaliza.