Chris Martin, ilustre vocalista do Coldplay, respondeu a um apelo para que o primeiro concerto da banda na Malásia fosse cancelado. No início deste mês, foi anunciado que a banda britânica iria se apresentar na capital Malaia, a cidade Kuala Lumpur, em 22 de novembro.
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Enquanto o primeiro-ministro do país, Anwar Ibrahim, comemorava o anúncio do concerto nas redes sociais, o deputado da oposição Nasrudin Hassan, líder do Partido Islâmico da Malásia (PAS), pediu para o governo a cancelar o show, uma vez que Martin já foi fotografado no passado segurando bandeiras do Orgulho LGBTQIAP+.
“Será que o Governo quer fomentar uma cultura de hedonismo e perversão neste país?”, perguntou ele nas redes sociais. “Aconselho-vos a cancelar a performance deste grupo na Malásia. Não traz nada de bom para a religião, a raça e o país”.
Agora, numa entrevista à estação de rádio malaia HITZ, Chris Martin abordou explicitamente o tema.
“Toda a gente é bem-vinda ao nosso espetáculo. Adoramos todas as pessoas, todos os tipos de pessoas, todas as religiões, todos os líderes, todos os seguidores – ninguém é excluído”, disse o vocalista dos Coldplay.
“Queremos que venham ao nosso espectáculo e que se sintam à vontade para serem vocês próprios e para deixarem que todos sejam eles próprios. Se alguém não estiver satisfeito com a nossa presença, lamentamos muito, mas também te adoramos”.
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O músico acrescentou ainda que sente sempre “uma sensação de amor e calor” por parte do povo malaio. No início da entrevista, o artista revelou ainda que a banda está a aproveitar a turnê mundial “Music of the Spheres” para atuar em locais onde nunca tinha tocado antes, em parte porque eram “um pouco difíceis”. O show do Coldplay em Kuala Lumpur, em novembro, é atualmente a última data prevista da turnê dos músicos europeus.
O governo da Malásia foi rápido em responder a Hassan, com o ministro do desenvolvimento do governo local, Nga Kor Ming, dizendo: “A minha sugestão é simples: não comprem os bilhetes e fechem os olhos”. A mídia local citou o ministro acrescentando: “Não se trata apenas de um concerto, mas é bom para o crescimento econômico. A maneira antiquada de pensar do PAS não é adequada para a nossa sociedade multicultural”.
Vale lembrar que não existem direitos LGBTQ+ na Malásia, sendo criminalizadas as relações entre pessoas do mesmo sexo e a não conformidade de gênero. Ao abrigo de legislação que remonta ao domínio britânico, a sodomia é proibida, sendo o sexo anal e oral punível com até 20 anos de prisão.
Confira a seguir o trecho da entrevista: