A relação entre Beyoncé e o Grammy Awards é pra lá de paradoxal. Ao mesmo passo em que é a artista mais premiada da história da premiação, com 32 gramofones, ela é considerada por muitos como a artista mais subestimada pela Recording Academy. Isso pode ser ilustrado, por exemplo, pelo fato de que ela nunca levou para casa o prêmio de maior prestígio da honraria, o de “Álbum do Ano”. Agora, a um mês do anúncio dos indicados para a edição de 2025, intensificam-se as especulações em torno do “COWBOY CARTER”, disco voltado ao country que Beyoncé lançou em março. Que espaço o álbum terá no próximo Grammy?
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Beyoncé já foi indicada a “Álbum do Ano” quatro vezes, no entanto, nunca venceu a categoria. Os fãs da cantora, em sua maioria, não acreditam que isso mudará em 2025. Para eles, porém, seria um choque se ela ficasse de fora da lista de indicados à categoria, embora o “COWBOY CARTER” não tenha provocado nem metade da comoção que o aclamado “RENAISSANCE” (2022) despertou.
Fato é que este ano tem sido marcado por muitos lançamentos e, aos olhos do público e da crítica, é certo que entrem no páreo pelo gramofone mais concorrido nomes como Billie Eilish (“HIT ME HARD AND SOFT”), Taylor Swift (“The Tortured Poets Department”), Charli XCX (“BRAT”) e Chappell Roan (“The Rise and Fall of a Midwest Princess”) – discos que fizeram barulho ao longo dos últimos meses. Dito isso, conclui-se que a concorrência está apertada para as 8 vagas da categoria.
Em contrapartida a esses fatores, é preciso destacar que o “COWBOY CARTER”, apesar de não ter obtido o melhor desempenho comercial, deu luz a questões importantes, sobretudo o espaço para artistas pretos no country – gênero que é dominado por artistas brancos.
Beyoncé, com sua potência e enorme visibilidade, teve um inegável impacto em trazer a discussão à tona, e, como consequência disso, inspirou e empoderou novos artistas negros que desejam trilhar carreira no country. A cantora, inclusive, ajudou a catapultar o cantor estadunidense Shaboozey, que é uma das parcerias do “COWBOY CARTER”.
Um outro ponto favorável à Beyoncé é que, pouco antes da revelação dos indicados ao Grammy 2025, em 8 de novembro, a própria Recording Academy alegou que esta é a bancada de votantes mais diversa que a premiação já teve. Por esse motivo, há por parte de algumas pessoas a expectativa de que a Academia quebre alguns ciclos – o que, eventualmente, poderia favorecer Queen B.
Além disso, a artista foi ignorada entre os indicados ao CMA Awards 2024, a maior premiação de country dos Estados Unidos. A ausência de Beyoncé e do disco “COWBOY CARTER” nas categorias chocou não só os fãs como também especialistas e, ao olhar de alguns críticos, a Recording Academy poderia por ventura ‘reparar’ essa lacuna sentida nas indicações ao Grammy.
O páreo para “Melhor Álbum Country” também parece estar acirradíssimo. De acordo com a Billboard US, 79 álbuns do gênero estão elegíveis à categoria, sendo que, no fim das contas, apenas 5 receberão indicações. Para críticos de música norte-americanos, apesar de todo o histórico ‘nebuloso’ entre a cantora e a premiação, é quase uma certeza que ela estará indicada nessa categoria – levar o gramofone, porém, já é outra história…
A 67ª edição do Grammy Awards está prevista para o dia 2 de fevereiro, com cerimônia a ser realizada na Crypto.com Arena, em Los Angeles.