A cantora gospel Cassiane estreou um clipe novo, “A Voz”, na última sexta (17/7) e vem sendo criticada desde então – inclusive pelos próprios fãs. O vídeo retrata uma história de violência contra a mulher e Cassiane está sendo acusada de romantizar o tema.
Confira o clipe de “A Voz”:
Embora a descrição do vídeo traga a mensagem “DISQUE 180 para denunciar violência contra a mulher”, não é isso que o clipe retrata. Nele, a personagem agredida pelo marido ora a Deus para que o homem mude, em vez de denunciá-lo. Os dois terminam o clipe fazendo as pazes quando o marido aparece com a mão na Bíblia.
“A Voz” repercutiu muito mal
Até o momento do fechamento desta matéria, o clipe havia recebido 28 mil “dislikes”, contra somente 8,2 mil curtidas. A maioria dos comentários no YouTube é negativa. Uma mulher escreveu: “não se esqueça de denunciar o vídeo. Violência doméstica é crime!”.
Outra pessoa falou: “que desnecessário esse clipe! Com tantas lutas e empenho de mulheres, tal qual a Maria da Penha, vem alguém fazer um incentivo sem fundamentos. A Bíblia ensina a orar? Ok! Mas ensina a vigiar primeiro. O texto diz ‘vigiai e orai’. A ordem não é inversa”.
Diretora artística rebate as críticas
A diretora artística Marina de Oliveira, a frente da gravadora MK Music, que representa Cassiane, rebateu a onda de críticas no YouTube. “Não podemos esperar que pessoas que ainda não foram alcançadas pela graça de Deus compreendam a profundidade da história. Essas pessoas não acreditam que Deus em sua misericórdia tem poder para mudar a vida e o comportamento de uma pessoa. Para enxergar e compreender isso é preciso se converter”, escreveu.
“Como esta mulher do clipe, existem milhares de outras que sofrem agressão e a decisão da denúncia é de cada uma delas. Notem que não fica claro no clipe se a mulher denunciou o marido. Quem sabe, quando ela foi embora também não ligou para denunciar? (…) Assim como não aparece a mulher denunciando, também não aparece ela voltando para casa. O clipe termina em aberto justamente por ser um assunto tão íntimo, delicado e polêmico”, diz.