in ,

Captou tudo? Decifre o clipe de “Verdinha” da Ludmilla com a gente!


(Foto: Rodolfo Magalhães)

Ludmilla estreou o clipe de seu novo single, “Verdinha”, nesta sexta (29/11) e está atraindo a atenção do público. A hashtag #LudmillaVerdinha está entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil. Mas você conseguiu captar as minúcias e referências do vídeo? Assinando a composição e o roteiro do clipe, Ludmilla traz bastante informações.

“Verdinha é uma música que eu adoro e tenho imenso carinho. Ela fecha esse ano, que foi um dos melhores da minha vida, com muita dança e animação. Espero que meus fãs e o público que me acompanha goste”, comenta Ludmilla.

O vídeo, dirigido por João Monteiro, tem como referência “Pour It Up” – clipe de 2013 da Rihanna, visto 350 milhões de vezes no Youtube. “Trazendo referências da cultura da ostentação, algo muito clássico no rap/hip hop, a ideia de colocar Lud no comando da plantação foi também para exaltar o trabalho que ela faz para conquistar seus objetivos e, além de toda a brincadeira, claramente uma busca por transformações sociais por meio dessa discussão”, diz o diretor.

>> Plantação de alface

Ludmilla já inicia o clipe fumando – o que não deixa dúvida alguma do que se trata a “verdinha”. Mas ela aparece no meio de uma plantação de alfaces – metáfora bem-humorada encontrada por ela e o diretor João Monteiro para tratar do tema. Aqui, Ludmilla trata da erva sob a ótica do empreendedorismo e do agronegócio, como gerador de renda e de empregos. O foco do clipe é mais a produção do que o consumo da maconha, mostrando um cenário hipotético em que a maconha é legalizada.

(Foto: Reprodução / Youtube)

>>Empoderamento feminino

Ludmilla é a grande fazendeira e dona do negócio apresentado no clipe. Ao seu lado, em cargos de liderança, estão apenas mulheres. Os homens aparecem somente no serviço braçal, cuidando da horta, sob a supervisão da cantora. Em “Verdinha”, quem está no poder e toma as decisões são as mulheres.

(Foto: Reprodução / Youtube)
(Foto: Reprodução / Youtube)

>>Racismo e diferença de classes

Em 00:58, Ludmilla aparece a frente de uma balança equilibrada, com alfaces roxos dos dois lados. Os verdes estão nas prateleiras. Interpreta-se como uma referência ao racismo e à marginalização dos pobres. Um dos maiores argumentos dos ativistas defensores da legalização da maconha no Brasil é que, na prática, a lei é aplicada com “dois pesos, duas medidas”. Os presos, em sua maioria, são negros e pobres. A criminalização é seletiva. Há quem defenda, com todas as letras, que a proibição da maconha é racista. Ludmilla, que já foi vítima de racismo diversas vezes, é amiga do DJ Rennan da Penha, funkeiro que foi preso por associação ao tráfico neste ano – o que a classe artística em geral considera fruto de uma discriminação com o funk e sua origem periférica.

(Foto: Reprodução / Youtube)

>>Orgulho LGBTQI+

A cantora aparece armada ao lado da namorada, a dançarina Brunna Gonçalves, em 1:40. O espectador pode associar imediatamente a arma com o tráfico, mas não se trata disso. Quando Ludmilla atira, o que sai da arma é uma bandeira do arco-íris, símbolo da luta pelos direitos civis LGBTQI+. Desta forma, Ludmilla inclui também este tema no clipe: o orgulho LGBTQI+. É a primeira vez que ela aparece com outra mulher em um clipe seu – até então seus pares românticos eram homens.

(Foto: Reprodução / Youtube)

Tigre em forma de fumaça

O clipe se encerra com a fumaça do baseado de Ludmilla formando o desenho de um tigre. É uma referência bem-humorada às notícias de fevereiro, quando um homem invadiu uma casa abandonada para fumar maconha e foi surpreendido por um tigre lá dentro. O animal “atrapalhou” o barato do cara, que ligou para a polícia para que fossem resgatá-lo. O caso aconteceu em Houston, nos Estados Unidos.

(Foto: Reprodução / Youtube)