A história do “rapaz latino-americano” Belchior, artista cearense que morreu em 2017, aos 70 anos, com mais de 40 anos de carreira, será contada em “Belchior – Amar e mudar as coisas”, telefilme que acaba de ser aprovado pela Ancine para ser produzido pela Clariô Filmes, com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e estreia exclusiva no canal Curta!. O telefilme leva no título um dos versos mais famosos do artista, originário da canção “Alucinação” (1976), e indica o caminho da produção: costurar histórias através de algumas obras icônicas de Belchior, tecendo uma narrativa poética.
“Belchior – Amar e mudar as coisas” terá direção de Natália Dias e codireção de Camilo Cavalcanti, que também assinam o argumento original do documentário. Paulo Henrique Fontenelle — diretor e roteirista dos aclamados documentários sobre artistas da música brasileira “Cássia Eller” (2014) e “Loki, Arnaldo Baptista” (2008) — irá assinar roteiro e montagem.
A vida de Belchior é repleta de algumas “lendas”, como os seus “desaparecimentos” em 2009 e 2012 e a sua fuga da mídia, já que o seu último álbum de inéditas lançado, “Vício Elegante”, foi de 1996. Em 2005 Belchior deixou a então mulher Ângela para viver com Edna Prometheu, depois de conhecê-la no ateliê do amigo comum Aldemir Martins. Posteriormente o cantor deixou de fazer shows e abandonou bens pessoais. Enfrentou processos judiciais relacionados às pensões alimentícias de duas filhas e um processo trabalhista. Devido a esses processos, Belchior teve suas contas bancárias bloqueadas e estava impedido de retirar o dinheiro relativo aos direitos de suas músicas. O cantor se encontrava em Porto Alegre, onde morou em hotéis, casas de fãs e mesmo em uma instituição de caridade.
O filme “Belchior – Amar e mudar as coisas” contará com uma seleção de imagens de arquivo e depoimentos de diferentes momentos da carreira do artista responsável por compor “Como Nossos Pais”, “Mucuripe”, “A palo seco” e “Apenas um rapaz latino-americano”, entre tantos sucessos. Elba Ramalho, Erasmo Carlos, Fafá de Belém, André Midani, Zeca Baleiro, Hermeto Paschoal, Toquinho, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Fagner, entre outros parceiros e amigos de Belchior, serão procurados pela produção do filme para dar entrevistas, que ainda está sem data de estreia para previsão