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Como os games estão mudando a indústria da música?

Camila Arias é pós-graduada em Marketing Digital pela FGV. Atualmente trabalha como Gerente de Marketing Digital para a Live Talentos, além de atender diversos outros clientes. Entre os mais de 20 artistas que gerencia, estão Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano, Edson e Hudson, Sambô e Make U Sweat.

Nos últimos 40 anos, os games tiveram enorme influência cultural em todo o mundo. Os desbravadores foram os fliperamas e videogames históricos, como os saudosos Atari, Super Nintendo e PlayStation. Mas, há muito tempo, o mercado deixou de ser território ocupado apenas por “nerds” e conquistou cada vez mais fãs, tornando-se uma atividade bilionária, chamando atenção não somente de marcas, mas também de artistas musicais.

Se você ainda não sabe, o faturamento do setor supera o do cinema e da música – juntos – e com larga folga. Não por acaso, o mercado de videogames é considerado o mais rentável da indústria de entretenimento mundial. Segundo relatório da SuperData, especializada nas movimentações financeiras desta indústria, em 2019 as companhias de games trabalharam com a quantia recorde de, nada mais, nada menos, do que US$ 120 bilhões.

E já que estamos falando em números…

A consultoria Newzoo, especializada no mercado de games, estima que 2020 vai terminar com 150 milhões de novos jogadores, totalizando 2,7 bilhões no mundo.

No Brasil, esse o público supera 75 milhões de consumidores e registrou aumento de 7,1% em jogos online e em visitas a sites de games em março, num possível reflexo do isolamento causado pela pandemia do novo coronavírus.

Em relação ao gênero, há quem se engane ainda que este mercado é composto em sua maioria por homens. A verdade é que as mulheres representam 47% do mercado nacional, segundo pesquisa da Datafolha. Já a faixa etária principal de jogadores no Brasil é composta de jovens adultos, entre 16 a 24 anos, representando 29% de todo o público. Depois vem os  jovens de 25 a 34 anos (22%).

Fonte e Créditos: BGS/Data Folha

A boa notícia para a nossa praia é que essa imensa massa de consumidores é antenada no mercado da música. 

E o que as grandes marcas estão fazendo para não ficarem fora dessa “brincadeira”?

Grupo Globo

O Grupo Globo investe nos esportes eletrônicos, conhecidos como eSports. O SporTV exibe competições nacionais e internacionais de grandes jogos como League of Legends, Counter-Striker, Pro Evolution Soccer, Free Fire, e outros. O Grupo também é idealizador e produtor do Prêmio eSports Brasil, que elege os melhores times e atletas brasileiros. Somente em 2019 foram mais de 10 milhões de votos nas categorias populares.

Segundo Leandro Valentim, diretor de eSports e games da Globo, “a cobertura tende a aumentar com o surgimento de novos games e ligas, e o envolvimento cada vez maior de organizações e entidades de esportes tradicionais. Times como Flamengo, Santos e ligas como NBA, Fórmula 1 e WSL estão cada vez mais próximas dos esportes eletrônicos”.

 

Spotify

A Riot Games se uniu com o Spotify como parceira oficial para eventos globais de eSports do famoso League Of Legends. Incluindo o Campeonato Mundial (Worlds), o Mid-Season Invitational (MSI) e o evento All-Star, a parceria ainda conta com uma série de entrevistas, bastidores da criação das músicas e efeitos sonoros do jogo, podcasts, e playlists de músicas relacionadas ao game. As músicas do jogo já estão no Spotify e a mais ouvida tem mais de 154 milhões de streams.

Quem fala da atualidade e do que está a caminho é June Sauvaget, chefe global de Marketing de Consumidor e Produto do Spotify:

“Nossa parceria com a Riot Games vai criar um universo de áudio inédito para os milhões de fãs do Spotify e de League of Legends em todo o mundo. Como parceiro global e exclusivo de serviços de áudio para League of Legends eSports, planejamos criar a melhor experiência possível de streaming de áudio para nossos usuários, tornando a descoberta de músicas e podcasts mais fácil do que nunca“.

E continua Naz Aletaha, chefe de Parcerias Globais de eSports da Riot Games: “A música e a narração de histórias se tornaram uma parte intrínseca do nosso esporte e jogo, por isso estamos entusiasmados por fazer essa parceria com o Spotify e fornecer aos nossos fãs outra plataforma para desfrutarem de uma nova manifestação dos eSports de League of Legends“. Movida por nosso compromisso mútuo com a inovação, a parceria com  o Spotify abre ainda mais nossa capacidade de mesclar esportes, tecnologia e música, a fim de criar experiências e conteúdos inesquecíveis de entretenimento.“

 

Rappi

Em julho deste ano, a Rappi anunciou a Rappi Games contando com mais de 150 jogos de diferentes gêneros, rankings de pontuação e premiação. Além de competir com os amigos, os usuários podem trocar os pontos que fazem na ferramenta por produtos disponíveis no aplicativo. A iniciativa já acumula mais de 266 mil usuários únicos.

Além disso, a Rappi é uma das marcas patrocinadoras do Clutch, torneio de Counter Strike, que é realizado pela holding BBL, e tem apoio de marcas como Philips, Fallen, Logitech e Gigabyte.

O que os artistas estão fazendo?

Travis Scott

Esse é um clássico dos games. O rapper Travis Scott fez um show no jogo Fortnite promovendo seu disco Astroworld (2018). Travis teve o cuidado em criar ainda uma experiência interativa para quem estava jogando ou assistindo. Aparecendo como um gigante, o artista explodiu planetas, se transformou em robô, deu velocidade aos jogadores –  tudo isso cantando suas músicas como “Sicko Mode”, “Goosebumps” e o lançamento de “The Scotts”.

De acordo com a Epic Games, foram mais de 12 milhões de jogadores em partida durante o show e outros 2 milhões acompanhando por lives no YouTube e Twitch.

 

 

Post Malone

O rapper Post Malone comprou parte de uma famosa equipe de eSports do Texas, a Tem Envy. A equipe é responsável pelo time Dallas Fuel na Overwatch League e Dallas Empire na Call of Duty League. 

“Eu cresci no Texas e tenho jogado games minha vida inteira, então isso me soou certo. Eu sempre quis fazer parte desse negócio de trazer o mundo dos games para o âmbito profissional, então estar envolvido com o que a Envy está fazendo em minha cidade natal parece ser uma combinação perfeita”.

 

Katy Perry

A cantora Katy Perry anunciou o lançamento do seu novo álbum “Smile” junto com um videogame chamado de “Katy’s Quest”, inspirado no universo circense do clipe da música que leva o nome do novo trabalho.

O game traz Katy como personagem principal com diversas brincadeiras envolvendo parques de diversão, como levantamento de peso, dança, lançamento de facas. “Me ajude a encontrar meu sorriso (e espalhar sorrisos enquanto você escuta o novo disco)”, escreveu a artista no seu Instagram.

 

Projota

Já aqui no Brasil, não poderia ser diferente. O rapper Projota estreou em agosto o canal “Projota Game Room”, com foco no Youtube, IGTV e Twitch.

Jogando os mais variados games, tudo acontece na sala de casa, com direito à quadros variados, como convidados especiais (como músicos e jogadores de futebol) duelo de casal, lives, gameplay, clipes e outros.

 

 

Kondzilla

Depois das transmissões de games e um talk show, Felipe “YoDa” vai se lançar em uma nova frente. O streamer fechou uma parceria com o Tropkillaz, dupla composta pelos DJs e produtores musicais Zé Gonzales e André Laudz, para criar o PlaYlisT, programa que mistura os jogos com a música na Twitch. 

Anitta

É claro que a Anitta não ia ficar de fora. A partir de 3 de setembro, os fãs da artista acompanham uma série de transmissões ao vivo semanais exclusivas no Facebook Gaming. Ela joga e compartilha com os fãs sua experiência em jogos populares como The Sims, GTA, Free Fire e Euro Truck Simulator.

Alok

Ano passado, o DJ Alok foi anunciado como um dos personagens do Free Fire. Ele foi responsável ainda pelo tema musical do Mundial do Battle Royale, com a música “Vale Vale”, que virou febre na comunidade dos gamers.

Alok ainda criou o torneio Alok Game Changer, com inscrições gratuitas e prêmio de R$ 70 mil. O canal do Youtube já tem mais de 624 mil inscritos e mais de 15 milhões de visualizações.

 

Esses são alguns exemplos das diversas estratégias mundiais envolvendo música e videogame. É necessário valorizar, mais do que nunca, a importância deste mercado e se atentar ao que você, marca ou artista, consegue se inserir. No meu universo de artistas, posso compartilhar em breve algumas novidades e estratégias que estamos desenvolvendo.

Conto em breve. Até mais!

AS APOSTAS ESTÃO NA MESA. AUMENTA O SOM!

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Camila Arias é pós-graduada em Marketing Digital pela FGV. Atualmente trabalha como Gerente de Marketing Digital para a Live Talentos, além de atender diversos outros clientes. 

Entre os mais de 20 artistas que gerencia, estão Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano, Edson e Hudson, Sambô e Make U Sweat. 

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