Atualmente, o funk é um dos gêneros musicais mais consumidos no país; alcançando pessoas de diferentes idades e classes sociais. Para além de nossas fronteiras, o ritmo que nasceu nas favelas também tem conquistado seu espaço; chegando em locais onde há dez, quinze anos, ninguém imaginava ser capaz. Porém, as barreiras do preconceito não caíram assim tão facilmente, tampouco rapidamente. Foi necessário muita luta de seus artistas percursores, como por exemplo o cantor Buchecha, que nessa sexta-feira (25) apresenta um funk politizado no álbum “Canto de Paz“.
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“Esse álbum fala muito sobre mim, um cara que veio da comunidade e sabe os problemas e as virtudes de crescer ali. Apesar de reunir muita gente boa, infelizmente o povo das favelas brasileiras precisam lidar com muita carência e a juventude muitas vezes fica com poucas opções“, explica Buchecha.
Aos 47 anos de idade, o artista que se tornou conhecido no país inteiro pela dupla Claudinho & Buchecha ainda acrescenta: “Pensando nisso resolvi me juntar com o DJ Hunter e montar um trabalho de funks conscientes para que de alguma forma a minha música possa trazer conforto, conhecimento e também servir como protesto para mudar essa realidade.”
Com 11 faixas no total, o disco possui quase 40 minutos de duração. Em “Guerreiro de Fé“, por exemplo, ele rima versos de sabedoria, ou seja, manda o “papo de visão”: “Quem tá ligado não erra / Não se envolve no rolo / Segue o livro das regras e sabe que proceder bem vale ouro […] Guerreiro de fé nunca gela / Chega onde quiser sem cancela / Mesmo se tiver numa cela / Continua rei na favela“.
Sem mais delongas, ouça o álbum “Canto de Paz” no player abaixo: