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Brasileiro diminui consumo de redes sociais na pandemia

Foto: Thomas Ulrich/Pixabay

O atual cenário da o coronavírus não está tão diferente do registrado há um ano atrás, mas a relação dos consumidores com o conteúdo tem mudado em relação aos meses anteriores à pandemia. Para entender essas transformações, a Nielsen, em parceria com a Toluna, realizou em janeiro uma nova rodada de pesquisa para mapear seus hábitos de consumo de internet, entretenimento, vídeos e uso de tecnologia, de forma geral.

De acordo com o Meio & Mensagem, o mapeamento, feito com 1127 consumidores de todo o Brasil, foi chamado de Digital Consumer Study. A pesquisa teve uma primeira onda em junho de 2020, quando a ideia era mensurar o impacto inicial da Covid-19 na rotina das pessoas.

Agora, os resultados que acabam de ser revelados pelos institutos de pesquisa apontam uma redução do consumo de redes sociais, desgaste de alguns formatos (como as lives), alta do streaming na rotina cotidiana e o crescimento da utilização de desktops para acessar a internet, como reflexo do trabalho remoto.

“O que observamos, de maneira geral, é que após aquela forte alta do consumo de conteúdo e de internet, observada nos primeiros meses de pandemia, voltou aos patamares normais posteriormente”, analisa Stephanie Castus, responsável pela pesquisa Digital Consumer Study na Nielsen.

Em junho de 2020, na primeira onda do estudo, 67% dos entrevistados afirmaram que tinham aumentado o tempo dedicado à navegar nas redes sociais. Na edição mais recente, esse percentual recuou para 56%. Ao mesmo tempo, 12% afirmaram que, na verdade, diminuíram o tempo passado nas redes sociais (eram 8% no primeiro levantamento).

Se o tempo dedicado ao entretenimento vem diminuindo, em contrapartida, é notável a maior dedicação dos entrevistados ao trabalho: 18% dos respondentes afirmaram passar mais de 15 horas trabalhando, enquanto 23% declarou que trabalha, diariamente, de 10 a 15 horas. Essa rotina impulsionou o uso do desktop no acesso à internet. O device, agora, ficou em segundo lugar como a tela preferida para assistir a filmes e vídeos, perdendo apenas para o smartphone.

Streaming

Ainda de acordo com a publicação, outra diminuição observada foi em relação ao tempo utilizado para assistir a filmes, vídeos ou programas de TV. Em meados de 2020, entre os respondentes, 75% afirmaram que estavam dedicando mais tempo a essas atividades. Já no início de 2021, o percentual recuou para 65%.

A Nielsen e a Toluna destacam, no entanto, que o interesse por conteúdo de streaming deve permanecer mesmo após esse período atípico. Segundo o estudo, o consumo nesses meios já passa o da TV aberta em termos de horas. O YouTube lidera entre os canais de streaming mais utilizados, sendo citado por 86% dos entrevistados. Na sequência, aparece a Netflix, consumida por 77% das pessoas. O Prime Video, da Amazon, fica na terceira posição na lista dos streamings, citado por 42% dos entrevistados.

Para Stephanie, da Nielsen, o streaming tende a manter o interesse das pessoas por mais tempo pelo próprio formato dos conteúdos oferecidos por essas plataformas. “As séries e conteúdos dessas plataformas são produzidas para garantir um maior tempo de consumo por parte da audiência, que já criou o hábito de maratonar e assistir às produções continuamente”, diz.

Segundo o M&M, essa lógica também serve para explicar o arrefecimento do interesse pelas lives, que ganharam as redes sociais e também a mídia tradicional no primeiro semestre do ano passado, mas que foram perdendo espaço nos meses seguintes. “As lives funcionaram como um formato de entretenimento passageiro e não foram capazes de engajar as pessoas a longo prazo. É um tipo de conteúdo voltado ao consumo momentâneo”, pontua.

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