A Pro-Música Brasil, associação afiliada e representante nacional da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), divulgou os dados especializados do Brasil com base no IFPI Global Music Report, divulgado essa semana (22). Com crescimento de 32% comparado ao ano anterior e mantendo resultados ascendentes pelo 6º ano consecutivo, o mercado fonográfico brasileiro alcançou a receita de R$ 2,1 bilhões em 2021.
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Mantendo o posicionamento entre os principais mercados do mundo, o Brasil permaneceu na 11ª posição no ranking mundial, repetindo a mesma colocação de 2020. Considerando apenas as vendas físicas e digitais o mercado brasileiro cresceu 34,2% atingindo R$ 1,8 bilhão. Já em relação ao Streaming, o Brasil é o 10º principal mercado do mundo. Enquanto que na Execução Pública, o país é o 8º mercado do mundo.
A arrecadação de direitos de execução pública para produtores, artistas e músicos atingiu R$ 280 milhões, um aumento de 19,1% em relação a 2020, ano mais impactado pela pandemia neste segmento de receita. O mercado total atingiu R$ 2,1 bilhões, o que representa que, em valores nominais e em moeda local, o setor quase que dobrou seu faturamento nos últimos 3 anos – 2019 a 2021 -, se comparado a 2018.
O crescimento do mercado em 2021 foi, mais uma vez, majoritariamente influenciado pelas receitas de streaming, que subiram 34,6% em 2021, atingindo R$ 1,8 bilhão. Os valores desta modalidade são responsáveis por 85,6% das receitas totais do setor.
A distribuição de música gravada em áudio e vídeo através de plataformas de streaming “on demand” continua sendo a principal fonte de recursos para o mercado fonográfico brasileiro. Considerando-se apenas o somatório das receitas de vendas físicas e digitais, o streaming representou 99% em 2021 (98,7% em 2020).
As receitas com assinaturas em serviços como Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube Music, Napster, Amazon Music, entre outros, alcançaram R$ 1.084 milhões, com crescimento de 27,8% em relação a 2020. Já o faturamento gerado pelo setor de streaming de áudio remunerado por publicidade (ad supported), atingiu R$ 318,2 milhões, com variação a maior de 35,4% em
relação ao verificado em 2020.
Os vídeos musicais em streaming com interatividade, e remunerados por publicidade, como o YouTube e Vevo entre outros, geraram recursos de R$ 403,7 milhões em 2021, subindo 56,2% em comparação a 2020.
As receitas de vendas físicas representaram apenas 0,6% do total das receitas da indústria fonográfica atingindo R$ 12,2 milhões, apesar da pequena representatividade em valores, crescimento de 139,3% em relação a 2020. No físico, os CDs ainda foram o formato mais comercializado em 2021 com faturamento total de R$ 7 milhões (crescimento de 56,5%), seguido pelas vendas de DVDs com R$ 2,8 milhões (+337%) e discos de Vinil, com R$ 2,3 milhões (+28,1%).
Já os downloads, mobile & outros alcançaram apenas R$ 5,9 milhões (-51%), mantendo a tendência dos últimos anos, influencia direta do crescimento contínuo do streaming. Estas receitas, entretanto, representaram apenas 0,3% das receitas totais.
Paulo Rosa, Presidente da Pro–Música Brasil, comenta os resultados e o posicionamento da associação: “Após dois anos de pandemia, onde optamos por não divulgar localmente as estatísticas do mercado brasileiro, a Pro–Música retoma seu papel de principal fonte de informações sobre o setor de música gravada no País. Este relatório, apesar do foco em 2021, contém detalhadas informações sobre como o mercado comportou-se em 2020 e 2019, com a finalidade de cobrir esta lacuna em nossas estatísticas.”
Paulo Rosa continua: “Seguindo a tendência dos últimos anos no mundo e no Brasil, a distribuição de música por streaming segue como o principal modelo de negócio do setor fonográfico, já representando quase 86% do faturamento geral, seguida de longe, pelos direitos de execução pública, com pouco mais de 13% dos valores totais do mercado. Vendas físicas de CDs, DVDs e discos de vinil até tiveram crescimento em 2021, mas representam muito pouco em valores, apenas 0,6% das receitas totais.”
Em sua análise, o Presidente da Pro-Música Brasil ainda destaca: “A diversidade de modelo de negócios acaba por se verificar no próprio streaming em si, já englobando diferentes formas de oferecimento e acesso interativo, além de funcionalidades diversas para atender diferentes perfis de consumidores de música, retroalimentando toda a cadeia produtiva da música gravada, tanto por publicidade nos modelos “free” como, sobretudo, por venda de subscrições/assinaturas, modelo que gera a maior parte das receitas do setor. O potencial de crescimento no Brasil ainda é grande e, se contarmos com uma melhora dos indicadores econômicos para os próximos anos, pode ser ainda maior”, finaliza.
Top 10 Streaming em 2021 (Pro-Música Brasil)
- Batom de Cereja (Ao Vivo) – Israel & Rodolffo (Som Livre)
- Meu Pedaço de Pecado – João Gomes (Independent Artist)
- Facas (Ao Vivo) – Diego & Victor Hugo, Bruno & Marrone (Sony Music Entertainment)
- Baby Me Atende – Matheus Fernandes & Dilsinho (Som Livre)
- Ele É Ele, Eu Sou Eu – Wesley Safadão & Os Barões Da Pisadinha (Som Livre)
- Tapão Na Raba – Raí Saia Rodada (Som Livre)
- Arranhão (Ao Vivo) – Henrique & Juliano (Universal Music Group)
- Coração Na Cama – Hugo & Guilherme (Som Livre)
- Só Não Divulga – Fernando & Sorocaba, Tarcísio do Acordeon (Sony Music Entertainment)
- Ficha Limpa – Gusttavo Lima (Sony Music Entertainment)
Sobre a Pro-Música Brasil
A Associação Brasileira dos Produtores de Discos – ABPD, criada em abril de 1958, passou a se denominar Pró-Música Brasil Produtores Fonográfico Associados em 2016 e continuou reunindo as maiores empresas de produção musical fonográfica em operação no País.
A entidade se dedica a representar os interesses comuns aos produtores fonográficos em geral, promovendo o mercado legítimo de música gravada em meios físicos ou digitais. Além disso, a Pró-Música Brasil é a única entidade no Brasil que regularmente coleta dados e estatísticas de seus principais associados, para manutenção de banco de dados e divulgação à imprensa e ao público, de estatísticas sobre o mercado fonográfico brasileiro das últimas décadas.
A Pro-Música Brasil também se encarrega da emissão de certificados de “Disco de Ouro”, “Platina” e “Diamante”, que permite a seus associados dar reconhecimento público a seus artistas que tenham alcançado níveis expressivos de vendas em qualquer formato.
Tanto a coleta de estatísticas, quanto a certificação de vendas, são devidamente auditadas por empresas de auditoria de reconhecida competência no mercado brasileiro e internacional.
A Pró-Música Brasil é afiliada, e atua como grupo nacional no Brasil, da International Federation of the Phonographic Industry – IFPI, organização internacional que representa mais de 1.400 empresas fotográficas em aproximadamente 70 países.