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“Bocas Ordinárias”, quinto álbum do Charlie Brown Jr., ganha reedição especial em vinil


“Bocas Ordinárias”, quinto álbum de estúdio lançado pelo Charlie Brown Jr. em 2002, ganhou relançamento inédito em vinil. Liderados pelo paulistano Chorão, os garotos da cidade de Santos eram a personificação de uma tribo sem muita grana que curtia as pistas de skate e a praia. Embaladas por uma fusão de punk rock californiano, hip-hop e reggae, as letras enfurecidas e desbocadas miravam as desigualdades sociais, conquistando corações e mentes das periferias brasileiras.

Este trabalho apresentava uma pegada bem mais roqueira e azeitada que os discos anteriores, com destaque para a criatividade de Marcão nas guitarras. Champignon (baixo) e Pelado (bateria) completavam o quarteto; Thiago Castanho deixara a banda no ano anterior. Juntos, eles assinaram todas as faixas, com exceção de “Baader-Meinhof Blues”, da Legião Urbana, que ganhou uma acelerada, pulsante e competente regravação. Toda a vitalidade das incendiárias apresentações ao vivo do Charlie Brown Jr. foram impressas neste registro de estúdio produzido por Tadeu Patolla, que já havia trabalhado com a banda em “Preço curto… Prazo longo” (1999).

Primeiro single de “Bocas Ordinárias”, “Papo Reto (Prazer é sexo, o resto é negócio)” dominou as paradas de sucesso com seu refrão chiclete (“Então já era, eu vou fazer de um jeito que ela não vai esquecer”) e a costumeira contundência (“Mas eu quero que se foda essa porra de sociedade”). O desajuste social também aparece no segundo hit, “Só por uma noite”, que ganhou um divertido videoclipe no qual o titã Paulo Miklos encarna um exigente e mal-humorado diretor tentando enquadrar os rapazes que, embora elegantemente vestidos, têm pensamentos bem mundanos.

Dedicado à Cássia Eller, falecida no ano anterior de seu lançamento, “Bocas Ordinárias” alcançou a marca de 500 mil cópias.