Chuva de água e lasers, fã invadindo o palco e um anúncio do Will.I.am sobre sua mudança para o Brasil em 2011 deixaram Recife extasiada. Nosso editor Alan Manga entrevistou a produção da banda e alguns fãs, enquanto manteve, juntamente com Flávio Saturnino, todos virtualmente presentes no segundo show do Black Eyed Peas na parte brasileira da “The E.N.D World Tour”.
No último domingo, 17, a capital pernambucana era território dominado pelo Black Eyed Peas e seus fãs. A cidade,
estampada por propagandas da banda em verde e preto, aguardava uma explosão internacional no Jockey Clube, que estava cercado por ambulantes que vendiam DVDs não oficiais com a discografia do grupo. No entanto, não demorou muito para que os fãs abandonassem o aquecimento do lado de fora para dançar ao som do DJ paulistano Ricardo Menga que ecoava do palco em uma mega estrutura de som.
Em um local discreto e mais afastado do palco uma porta minúscula em meio às divisórias de ferro dava acesso ao backstage. Um grupo de 30 fãs aguardava ansiosamente as instruções da produção e o aviso de que seus ídolos já se encontravam no local. Entrevistamos o produtor da banda, que nos informou que grupos de 5 ou 6 pessoas por vez teriam 5 minutos para percorrer um corredor atrás do palco: “É um enorme corredor e os fãs posarão para uma foto com o grupo. Todos os fãs deverão estar juntos neste momento e não poderão de qualquer forma fotografar a banda. O fotógrafo oficial fará esse trabalho e enviará para o e-mail de cada um”, disse.
Perto da entrada para o backstage estava uma das duas lojas de produtos oficiais. O item mais barato vendido no Brasil é um pôster de R$ 10,00, passando por adesivos de R$ 15, Tour Book de R$ 40,00, chegando ao produto mais caro de R$ 70: uma camisa preta oficial com a foto dos integrantes. A organização informou que todos os produtos eram importados e nada exclusivo foi desenvolvido para o Brasil, mas que todas as pistas teriam acesso às lojas durante o espetáculo. Quem comprou os produtos antes do show teve que se esconder da chuva que aconteceu momentos antes do Peas subir ao palco para não ter os produtos de papelaria destroçados. A chuva fez o palco ser coberto rapidamente por lonas pretas para garantir a segurança elétrica, mas não demorou muito para estiar. Assim como a entrada da banda no palco, que atrasou apenas meia hora.
Ao som de “Lets Get Started” a banda deu as boas vindas aos fãs e gritou o nome da cidade diversas vezes. Apelidada de “Cife” pelos integrantes, Recife respondia cada vez mais alto ao ouvir seu nome. Telões vermelhos incendiavam o palco e um teto de laiser azul passava por cima da pista Premium, fortalecendo o visual futurista da turnê. O solo da Fergie era um dos momentos mais aguardados pelos fãs entrevistados e enquanto conversávamos com eles, a produção do show passou rapidamente na nossa frente e grudou no chão da passarela quatro folhas de papel com o set da turnê para cada integrante não se perder durante uma hora e meia de espetáculo. No primeiro intervalo, Fergie comenta: “Finalmente conseguimos chegar aqui! Como vocês estão Recife?”. O público ficou em êxtase, afinal, a parte brasileira da turnê teve várias alterações de data e Recife foi um dos últimos locais a ser confirmado. Taboo e Apl.de.ap foram os primeiros a fazem seus solos, seguidos pela Fergie, que fez todos cantarem juntos Fergalicious, Big Girls Don’t Cry e Glamorous. Em sua única balada, a cantora aproveitou para conversar com os fãs, segurar uma bandeira do Brasil e tocar na mão de alguns sortudos. Will.I.Am veio logo após com um set que incluiu hits de Michael Jackson, A-ha, sambas antigos e Usher, todos remixados ao vivo em seu notebook suspenso em uma plataforma na passarela do palco. A bandeira do “Brazil”, com Z mesmo, tomou conta do palco em “Mas Que Nada”, acompanhada por bailarinas brasileiras que sambaram com com os BEP no melhor estilo Caldeirão do Huck. Em seguida Will fez uma declaração: “Preciso falar sério com vocês. Eu queria dizer que o Brasil é o lugar que mais amo em todo o mundo e que no próximo ano vou comprar uma casa aqui e me mudar de vezes. Me sinto brasileiro desde os 18 anos e vocês são o povo mais ‘sangue-bom’”, completa arriscando falar a gíria em um português americano.
“I Gotta Feeling” foi oficialmente a última música, mas a banda aproveitou para cantar o “Rap das Armas” e uma canção de despedida, que foi alterada quando um fã invadiu o palco e tentou beijar a boca do Apl.de.ap. Rapidamente seguranças entraram e o imobilizaram no chão do palco. Will.I.am aproveitou para fazer uma música em auto-tune, modulada ao vivo, como durante todo o show, com as frases: “What are u trying to do/What do you want?/ Do you wanna kiss him?”. Will.I.Am confirmou ainda durante o show o lançamento do novo álbum da banda, “The Beginning”, para 30 de novembro e relembrou seu amor por açaí e guaraná enquanto se declarava mais uma vez ao Brasil.
Assim, uma das bandas internacionais mais apaixonadas pelo Brasil deixou o palco em meio a chuva de papel e muita fumaça, confirmando-se como uma explosão eletrônica, deixando 20.000 pessoas deslumbradas com a produção impecável, vocais modulados ao vivo, enorme estrutura do palco e com o show de lasers que completaram a viagem ao futuro tão presente para o Black Eyed Peas.
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