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Beyoncé: Spartakus Santiago publica análise do álbum “Lemonade”

“Ela quis mostrar como a estrutura racista impacta até hoje famílias pretas e faz com que pessoas negras sejam praticamente socializadas para não conseguirem ficar juntas”, diz influenciador.

Spartakus Santiago publicou um vídeo em seu canal no YouTube analisando o álbum visual da Beyoncé. “É seu álbum mais aclamado e consistente”, destaca. O influenciador, que já havia analisado o significado de “Formation”, agora se debruça sobre o disco de 2016.

Veja o vídeo completo aqui:

Para Spartakus, Beyoncé quis mostrar o impacto da escravidão e do amor entre pessoas pretas. “Ela quis mostrar como a estrutura racista impacta até hoje famílias pretas e faz com que pessoas negras sejam praticamente socializadas para não conseguirem ficar juntas”, diz. A temática tem a ver com as questões pessoais que a cantora enfrentava na época da criação do disco, enfrentando uma crise conjugal com Jay Z. Havia boatos de traição na mídia.

“Lemonade” parte daí: o que fazer diante de uma traição? Spartakus explica que o álbum é dividido em 11 capítulos inspirados pelo “Modelo Kubler-Ross de Luto”, teoria de que o ser humano passa por cinco fases do luto: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. O luto, no caso da Beyoncé, é a traição. E ela adapta o modelo para essas fases: intuição, negação, raiva, apatia, vazio, responsabilidade, reforma, perdão, ressurreição, esperança e redenção.

(Foto: Reprodução / YouTube)

Spartakus detalha pormenores do disco

Segundo Beyoncé, os desafios de seu casamento a fizeram morrer e renascer em seu relacionamento. Ela quebrou com a ideia de relacionamento perfeito – e isso é retratado no álbum visual, quando ela se joga do prédio. Depois de um período de negação, quando Beyoncé se liberta (a cena em que abre a porta com a enxurrada de água e o vestido amarelo), a cantora faz uma referência a Oxum – orixá feminina que pauta sua vida e carreira.

“Minha interpretação é que Beyoncé se libertou da culpa cristã através do candomblé. Foi a espiritualidade africana que a tirou desse lugar passivo, de dor em seu relacionamento. A gente vê mulher, que antes estava adormecida, ressurgir cheia de poder, dona de si, com a força de um rio. É provavelmente a imagem mais mainstream de Oxum na cultura pop”

(Foto: Reprodução / YouTube)

No vídeo, Spartakus destrincha também as reflexões de Beyoncé sobre autoimagem, negritude e padrões de beleza. Elas surgem porque Jay Z teria traído a cantora com uma mulher branca (a “Becky do cabelo bom”). Em “Hold Up”, Beyoncé avisa que, caso ele a traia novamente, a perderá. “Neste momento, a raiva passa, e ela começa o próximo capítulo, a apatia”, explica Spartakus. Na música “Sorry”, Beyoncé diz que não está arrependida de brigar com o marido. No vídeo dessa música, Beyoncé retrata Nefertiti, rainha do Egito e símbolo do poder feminino.

No capítulo 5, Beyoncé aparece com um vestido vermelho, rodeada de fogo. Spartakus vê isso como uma referência à Pombagira, “uma entidade das religiões de matriz africana que representa uma mulher livre e sensual”. Nesta parte, Beyoncé retrata o sexo e à falta do marido. Há referências a prostíbulos. Na música “6 Inch”, Beyoncé assume para si mesma que, apesar de tudo, quer o marido de volta.

(Foto: Divulgação)

O restante da análise, Spartakus divulgará em seu próximo vídeo.

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