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Beyoncé fala sobre aceitação corporal, shows e legado na edição de setembro da Vogue


Beyoncé estampa duas capas diferentes da edição de setembro da revista Vogue. Além das fotos, Beyoncé redigiu vários textos para a revista sobre diferentes temas entre eles aceitação corporal, legado, família e os mais recentes shows apresentados.

A edição com Beyoncé tem alguns destaques dentro da moda como ser a primeira afro-americana na principal edição da revista por duas vezes e ter o primeiro fotógrafo afro-americano de apenas 23 anos a fazer uma capa para a Vogue. “Quando eu comecei, 21 anos atrás, me disseram que seria difícil me colocar em capas de revista porque o negro não vende. Claramente foi provado que é mito”, disse. “É importante para mim abrir portas para jovens artistas. Se as pessoas em posições de poder continuarem a contratar pessoas que se pareçam com elas, soem como elas, se criaram na mesma vizinhança que elas, eles nunca terão um grande entendimento de experiências diferentes das delas. A beleza das mídias sociais é a sua completa democracia. Todo mundo tem voz. A voz de todos conta e todo mundo tem a chance de pintar o mundo a partir de sua própria perspectiva”.

Confira abaixo as fotos e trechos:

“Eu estava com 98 quilos quando dei à luz a Rumi e a Sir. Eu sofria de toxemia e eu estive em repouso por mais de um mês. Minha saúde e a dos meus filhos estavam em perigo então eu fiz uma cesariana. Passamos semanas na UTI neonatal. Meu marido foi um guerreiro e um sistema de apoio para mim (…) Eu tinha passado por uma grande cirurgia. Alguns dos seus órgãos mudam de posição temporariamente, e em raros casos, removidos temporariamente durante o parto. Eu não sei se todos conseguem compreender isso. Eu precisava de tempo para me curar, para me recuperar. Durante a recuperação, eu me dei amor e cuidado e abracei ser curvilínea. Aceitei o que meu corpo queria ser. Depois de seis meses, comecei a me preparar para o Coachella. Me tornei vegana temporariamente, larguei o café, álcool e todos os sucos de fruta. Mas eu fui paciente comigo e amei minhas curvas. Meu marido e filhos também. É importante que as mulheres e homens vejam e apreciem a beleza em seus corpos naturais. Por isso eu larguei as perucas e extensões de cabelo e usei menos maquiagem para este ensaio”, disse.

“Eu venho de uma linhagem de relacionamentos de homem-mulher mal sucedidos, abuso de poder e desconfiança. Apenas quando eu vi isso claramente  pude resolver esses conflitos em meu próprio relacionamento. Conectar com o passado e conhecer a nossa história nos deixa machucado e belos. Eu pesquisei meus ancestrais recentemente e aprendi que eu venho de um dono de escravos que se apaixonou e se casou com uma escrava. Eu tive que processar essa revelação. Agora acredito que é porque isso que Deus me deu gêmeos. A energia masculina e feminina coexistiram e cresceram em meu sangue pela primeira vez. Eu rezo para que eu possa quebrar as maldições de gerações em minha família e que meus filhos tenham uma vida menos complicada”.

“Eu não gosto de algo estruturado. Eu gosto de ser livre. Eu não estou viva a não ser que esteja criando algo. Não estou feliz se não estou criando, sonhando, criando um sonho ou transformando em algo real. Não estou feliz se não estou evoluindo, seguindo em frente, inspirando, ensinando e aprendendo”.

“Estive no inferno e voltei, e sou agradecida a cada cicatriz. Eu vivi traições e coração partido de várias formas. Eu tive meus descontentamentos em parcerias na indústria como na vida pessoal e eles todos me deixaram sentindo negligenciada, perdida e vulnerável. No decorrer disso eu aprendi a rir, a chorar e a crescer. Eu olho para a mulher que eu era aos 20 anos e vejo uma jovem crescendo em confiança, mas com intenção de agradar a todos ao seu redor. Eu agora me sinto mais bonita, mais sexy e mais interessante. E muito mais poderosa”.

“Eu tinha uma visão muito clara para o Coachella. Era tão específico porque eu não a via, não a ouvia e estava escrita dentro de mim. Um dia eu estava cantando o hino nacional negro para Rumi enquanto a colocava para dormir. Comecei a sussurrar para ela todos os dias. Uns dias depois eu percebi que a melodia estava errada. Eu estava cantando o hino errado. Uma das partes mais legais do show foi fazer uma mudança. Eu juro que foi uma alegria para nós. Eu sei que a maioria dos jovens no palco e na audiência não conheciam a história do hino nacional negro antes do Coachella. Mas eles entenderam o clima. Foi uma celebração de todas as pessoas que sacrificaram mais do que nós podemos imaginar, que moveram o mundo para a frente e puderam receber uma mulher de cor como headliner de um festival como o Coachella”.