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Beyoncé 40 anos: a influência da cantora no pop global

Como a cantora impacta a indústria dentro e fora do Brasil

Beyoncé. Foto: Instgaram

Excelência, qualidade e perfeccionismo: Beyoncé completa 40 anos neste sábado (4/09), com forte especulação de um retorno triunfante, além de músicas inéditas, trilha de filme e tudo mais. Mas já parou para analisar a relevância da recordista do Grammy na construção do cenário pop ao longa das duas décadas em que a estrela esteve brilhando dentro e fora dos palcos?

Beyoncé gravará feat. novo até semana que vem
(Foto: Getty Images / Uso autorizado POPline)

A influência global é tamanha, que não é difícil ver nomes da atualidade rendendo homenagens a esse legado e a colocando no hall das grandes inspirações. Dona de uma discografia impecável, Bey inspira não só pelo sucesso musical, mas também pela disciplina – como uma boa virginiana -, e também pela relevância de sua voz na luta contra o racismo e o empoderamento feminino.

Aqui no Brasil, por exemplo, IZA, Ludmilla (que iniciou a carreira como MC Beyoncé) e Anitta, são algumas das que já exaltam a diva pop. Pelo mundo, Normani, Chloe x Halle, apadrinhadas pela estrela, são outros exemplo. E tem até artista K-Pop entrando nessa.

SAMUEL KOBAYASHI
SUNSET- Ceelo Green convida Iza – Rock in Rio 2017

“A Beyoncé é referência para esse banda de mulher que está cantando por aí. Todo artistas deveria assistir ao show dela, é uma aula, é impressionante. O trabalho dela acaba influenciando muito e mexe muito sobre ela. ‘Black Skin’ mexeu muto que é fã dela, e é muito legal ser estimulada a falar de acentralidade e a falar de onde você, o que me inspirou para poder fazer o meu próximo álbum”, contou IZA, em entrevista ao ‘TVZ’, do Multishow,

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Antes de ficar conhecida em todo o Brasil como Ludmilla, que caiu na boca do povo como MC Beyoncé, é fã de carteirinha da diva norte-americana. Ao Gshow, ela falou, recentemente, da relação que tinha com a música na infância e relembrar o início da carreira, que teve início após assistir um DVD da voz de “Halo”, ainda na infância. Depois disso, a carioca chegou até a grava a faixa em seu último DVD, o “Hello, Mundo”, gravado no Rio de Janeiro, em 2019.

“A lembrança que tenho da minha infância que me marcou musicalmente foi estar passando numa feira e cruzar com o DVD da Beyoncé. Foi dali que me deu o start de que eu queria virar uma cantora, com bailarinos, banda, me vestir daquele jeito, me sentir poderosa. Eu queria ser grande, queria ser igual à Beyoncé. Ela é o meu espelho”, disse ela, entusiasmada.

Foto: Instagram @Ludmilla

Desde esse primeiro contato com as músicas de Queen B, Lud não deixou de se inspirar nas forma como a cantora se portava no palco. “Até hoje continuo com essa sina pela Beyoncé”, diverte-se.

Uma das maiores estrelas do nosso país, Anitta, que está prestes a lançar o álbum “Girl From Rio”, seu primeiro internacional, destaca a excelência e perfeição dna trajetória de Beyoncé, que assim como ela, iniciou a carreira muito jovem. O impacto na indústria já teve início lá no Destiny’s Child, girlgroup formado por ela, Kelly Rowland e Michelle Williams.

segredo da Anitta
Foto: Reprodução Instagram / Anitta

“Beyoncé é um símbolo de perfeição e excelência. A qualidade de tudo o que ela lança é tão alta. Esse padrão é algo que se estende a todo o seu trabalho; não está apenas em sua música”, disse Anitta, o “The Line”.

E não pense que essa aclamação é coisa de brasileiro, não. Na gringa, a trajetória da nossa estrela, que completa 40 anos neste sábado, também é uma fato consumado. Afinal, a cantora tem 234 músicas e 1.266 gravações cadastradas pelo ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Distribuição. Sendo uma das artistas mais consumidas nas plataformas e em material físico.

Normani ainda está iniciando sua carreira como artista solo, mas seu estilo é sempre muito comparado com Beyoncé. O clipe de “Motivation” ressalta às referência dessa inspiração, mostrando que o mundo pop nunca foi o mesmo desde o lançamento de “Crazy in Love”.

Mãe de Normani diz que filha é vítima de boicote
(Foto: Divulgação)

“Isso é o melhor elogio entre todos os elogios. Eu não escolheria nenhuma outra pessoa pra ser comparada ou pelo menos estar na mesma conversa. Mas eu acho que ainda tenho muito trabalho pra fazer e, então, merecer ser comparada com ela. Eu não sinto que mereço ainda, eu fui inspirada por ela de tantas formas, mas ainda preciso crescer muito para chegar lá”, comenta.

Quem é fã da Beyoncé conhece bem o nome Chloe x Halle, amadrinhadas pela estrela, as duas cantoras foram convidadas para a turnê do aclamado álbum “Formation” e repetiram o ato de abertura para Beyoncé na turnê “On The Run II”, em colaboração com JAY-Z em 2018.

Álbuns internacionais que você tem que ouvir antes do fim de 2020
(Foto: Divulgação)

A história com Beyoncé começa quando as duas ainda acreditavam que postar covers no YouTube era a sua maior vitrine. Foi ao assistir a uma versão da dupla para “Pretty Hurts”, em 2013, que o sinal de Bey foi ligado. Se você der o play no vídeo abaixo fica claro o motivo de ter se impactado com o talento das duas. Na épocam Chloe tinha 13 anos e Halle 11. Um dos resultados mais palpáveis do sucesso de Queen B como empresária e produtora é a ascensão das meninas

Foi quando veio um convite do próprio ídolo para assinar com a Parkwood Entertainment, selo musical de Bey. Outra curiosidade: o primeiro vídeo de cover gravado especialmente para o YouTube foi de outra música da Beyoncé: “Best Thing I Never Had”.

E após lançar o aclamado “Black in King”, pela Disney+, Beyoncé, que contabiliza inacreditáveis 28º troféu Grammy em sua estante, mostrou influência até mesmo na produtora de filmes infantis. Logo que abriu sua empresa, a Parkwood Entertainment, Bey sentiu falta de mulheres negras no comando dos negócios e também à frente das telas. 

Beyoncé e Chloe x Halle (Foto: Twitter @chloexhalle)

“Eu não via muitas mulheres negras sentadas nas mesas da diretoria, então tive que construir minha própria diretoria. E aí convidei as melhores para ter um assento na minha mesa, contratando mulheres, homens e as pessoas mais talentosas”, frisou ela.

A partir daí, ela fez revolução. A Disney oficializou o elenco da nova versão do clássico “A Pequena Sereia”, que será protagonizada pela primeira vez por uma negra. A escolhida foi Halle Bailey, que forma dupla com sua irmã Chloe. Obviamente, uma sugestão da nossa aniversariante.

Com passos estrategicamente calculados e uma qualidade inegável, Beyoncé percebeu que a única forma de se sentir representada pela indústria do entretenimento é se infiltrando em espaços em que uma mulher negra não costuma ser bem quista. E parece que não valeria a pena estar no topo do mundo, se não fosse para levar outras para lá também.

Em 2020, acompanhamos um lançamento duplo: “Black Is King” é, ao mesmo tempo, um filme musical e um álbum visual e balançou a indústria, além de levantar debates sociais ao redor do mundo. Assim como a dublagem e a trilha sonora de “O Rei Leão”.

Beyoncé aparece na TV, dá entrevista e libera trechos de "BLACK IS KING"
(Foto: Divulgação)

Temas como ancestralidade, afrofuturismo, estereótipos e racismo foram amplamente discutidos ao redor do mundo, o que alçou a estrela a um patamar quase inatingível, ao lado da realeza da arte (e dos business). Agora, é a vez de Chloe x Halle. A escolha de Halle para viver Ariel em um filme da empresa parceira de Bey não é em vão. Só a repercussão desta nomeação já mostra ao mundo a sua importância.

“Elas nos ensinou que está ok sermos nós mesmas. Você pode ser assim de coração e completamente. Você não precisa diminuir sua luz. Obviamente, amamos e apreciamos as dicas que ela nos dá”, disseram Chloe e Halle, à Rolling Stone, sobre a importância da estrela, tanto em suas carreiras, como na vida pessoal e em seu empoderamento.

Até mesmo no K-Pop a diva mostra seu poder. Os movimentos de dança do BLACKPINK mostram que as influência direta na artista norte-americana. Tanto que numa apresentação televisiva, o quarteto se arriscou num número de “Partition”, com passos muito similares aos que já apresentam em suas canções próprias.

Cantada

E, cá para nós, toda diva que se prese está na letra de alguma música, né? Não é surpresa que Beyoncé é uma das maiores artistas do mundo. Sendo assim, vários cantores já citaram a Queen B em suas canções. E, a gente listou algumas delas das quais a musa aparece.

Desde que Fifth Harmony foi formado como grupo no The X Factor ficou claro que Beyoncé era uma das influências da girlband. Já que até hoje Normani e Dinah Jane se inspiram na Queen B. Desse modo, em “Me & My Girls” a Beyoncé é citada em “We get Queen B on it yeah“.

Em “(Fuck A) Silver Lining“, o Panic! at the Disco cita Bey e seu álbum “Lemonade” na ponte da música. De fato, Brendon já havia dito que Beyoncé é sua rainha. Mas há teorias de que a citação é pelo fato de que a diva pop começou em um grupo e virou artista solo. Assim como o P!ATD que começou como banda e agora é apenas Brendon Urie.

Em “Sheezus“, música que intitula o terceiro álbum de estúdio da Lily Allen, é feita a menção de várias cantoras pop. Entre elas, claro, a Beyoncé. A diva pop é citada em “Queen B’s going back to the drawing”. Além disso, o “Sheezus” é ironia ao “Yeezus” de Kanye West.

Tanto é que na música Lily diz que acha ridículo tanta comparação, apesar de estar pronta para tal. Em outra oportunidade, Allen fantasiou-se de Yoncé em uma boate gay e fez um cover de “Drunk in Love“.

‘Exemplo de artista’

Beyoncé completa 40 anos de idade neste sábado (4/9). Para comemorar a data, o ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Distribuição divulgou a lista das 20 músicas dela mais tocadas no Brasil. O balanço tem base em execuções nos “principais segmentos de execução pública” nos últimos dez anos.

Filósofa negra, Djamila Ribeiro faz novo texto na Folha de S.Paulo sobre "Black is King", de Beyoncé. Foto: Divulgação
Filósofa negra, Djamila Ribeiro faz novo texto na Folha de S.Paulo sobre “Black is King”, de Beyoncé. Foto: Divulgação

 

“Halo” é a música mais tocada da Beyoncé no Brasil nos últimos dez anos. De acordo com dados do ECAD, essa também foi a música que mais rendeu direitos autorais para a cantora no país em 2020.

“Beyoncé é um exemplo de artista global completa, suas performances e lançamentos sempre atraem atenção de um público cada vez maior”, diz Marcelo Castello Branco, diretor executivo da UBC.

Veja o rankink completo:

01) Halo
02) Crazy In Love
03) Irreplaceable
04) Sweet Dreams
05) Ego
06) Single Ladies (Put a Ring On It)
07) Perfect Duet
08) Beautiful Liar
09) Formation
10) Telephone
11) Say My Name
12) Get Me Bodied
13) Partition
14) 7/11
15) Dance For You
16) The Girl Is Mine (feat. Destiny’s Child & Brandy)
17) Survivor
18) Rise Up
19) Hold Up
20) Upgrade U