Nesta sexta-feira chegou às plataformas digitais “Mi Amor”, mais uma parceria internacional de Claudia Leitte, desta vez com o cantor franco-georgiano Bera. O single trilíngue foi lançado simultaneamente em nosso país e na Europa e traz produção com assinatura brasileiríssima dos Dogz, Ruxell, Pablo Bispo e Sergio Santos.
A colaboração antecede o lançamento de um álbum que Bera está preparando especialmente para o Brasil. O cantor de apenas 25 anos tem uma relação bastante pessoal e apaixonada com o país, que ele considera como sua segunda casa. Conversamos com Bera sobre este amor tão intenso pelo Brasil, seus planos de vir ao páis novamente após a quarentena, sua relação com os fãs brasileiros, música brasileira e, é claro, Claudia Leitte e “Mi Amor”.
POPline: Bera, por que você decidiu lançar essa música no Brasil?
Bera: Já faz algum tempo que tenho uma conexão especial com o Brasil. Tudo começou quando eu estava apenas lançando músicas online sem focar em nenhum país em especial e de alguma maneira o mercado brasileiro foi o que começou a reagir à minha música e a mim também, como pessoa. O Brasil mais do que qualquer outro país, o que foi muito surpreendente porque eu venho de um país que está a léguas de distância, então o Brasil não era o primeiro lugar que vinha à minha cabeça quando eu pensava em lugares onde minha música fosse chegar. O amor e o respeito que comecei a receber dos fãs brasileiros foi inigualável. Também temos história juntos com a difícil questão da floresta Amazônica, sabe? Foi quando eu decidi que desta vez eu estaria ao lado do povo brasileiro do meu jeito e ajudaria da maneira que eu pudesse, iria visitar e ver com meus próprios olhos. Desde então a conexão tem sido mais e mais especial. Conheci muitas pessoas legais no Brasil, fiz músicas no Brasil e foi assim que essa história começou.
O que você acha do Brasil e da música brasileira?
Eu sempre gosto de dizer que o Brasil é a minha segunda casa. Assim que for possível viajar de novo, eu planejo levar minha esposa e meu filho ao Brasil e ficar um tempo… Eventualmente comprar uma casa por lá ou ter o Brasil como minha segunda casa literalmente e isso mostra o quanto amo este país. Eu amo a comida, a cultura, as pessoas, toda a atmosfera no geral. O que eu mais gosto da música e do showbiz brasileiro é que há muito mais liberdade, quando comparado a outros mercados. Foi o que eu percebi quando trabalhei com produtores brasileiros, porque eles tocavam músicas bem melódicas com ótimos refrões e eu pensava “eu adoraria ter isso pra mim, mas será que vai funcionar na rádio?”. Hoje em dia, com a música americana, a rádio ganhou um formato muito específico e esses caras que têm algo como 10 ou 20 músicas na parada brasileira me diziam “isso vai funcionar no Brasil” e foi isso que fez eu me apaixonar, o ato de fazer música para o povo brasileiro! Não há fronteiras, eles fazem qualquer coisa que lhes dê prazer musicalmente e eu sou assim. A coisa que foi mais difícil para mim na indústria da música foi o quanto ela é limitadora e o quanto ela força o artista a seguir tendências e fórmulas. Por isso gosto do mercado brasileiro, pois é possível ser único e ser visto.
Nos conte um pouco sobre sua colaboração com a Claudia Leitte? Por que a escolheu?
Tudo aconteceu de maneira muito orgânica. Ela ouviu a música através de um amigo nosso em comum. Ela amou a música e perguntou se poderia fazer parte daquilo e, cara, eu não poderia ter ficado mais feliz em tê-la como uma participação especial nessa música. Ela gravou os versos dela e elevou a música a outro nível! Música é isso, compartilhar sentimentos, compartilhar talentos e emoções e foi exatamente isso que aconteceu. Já em uma abordagem mais pessoal, Claudia e eu compartilhamos valores familiares semelhantes, assim como princípios morais e isso fez com que a parceria ficasse ainda mais fácil, sabe? Mais fácil de trabalhar juntos e colocar nossos nomes lado a lado, porque eu sei que, assim como eu, ela também observa o todo e é ótimo estar ao lado de alguém que compartilha os seus valores e crenças na vida em geral.
O que você espera desta colaboração e desta música?
Eu sempre gosto de dizer que nunca se sabe o quão longe uma música pode chegar e aqui eu não estou falando de números aqui, sabe? Você pode prever números enormes de visualizações, vendas ou streamings que você gostaria de ter, mas você nunca sabe o quanto sua música poderá se conectar com indivíduos ou o que a sua música representa na vida de alguém, como uma espécie de trilha sonora. Essa música pode tocar tanto a vida de alguém, pode levar uma pessoa pedir outra em casamento ou ser trilha de um verão e anos mais tarde te trazer memórias incríveis. Então, você pode prever números, mas não há como prever a real intenção e a conexão emocional que as pessoas terão com a música. Eu acredito que esta música é cheia de sentimentos e de amor e é por isso que ela vai tocar muitos ouvintes diretamente em seus corações. Essa é a minha expectativa.