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Benedict Cumberbatch diz que não faria papel não-binário hoje em dia

Ator se arrepende de ter feito personagem não-binário em “Zoolander 2”.

(Foto: Divulgação)

O ator Benedict Cumberbatch, cotado ao Oscar deste ano, disse em uma entrevista que não aceitaria fazer um personagem não-binário hoje em dia. Em 2016, ele interpretou o não-binário Ali no filme “Zoolander 2” e foi alvo de boicote por ocupar o lugar que poderia ser de uma pessoa não-binária de verdade.

Benedict Cumberbatch diz que não faria papel não-binário hoje em dia
(Foto: Divulgação)

“Houve muita disputa em torno do papel, o que é compreensivo agora. E eu acho que, hoje em dia, meu personagem não seria interpretado por ninguém além de um ator trans. Mas eu me lembro de não pensar nisso necessariamente nesse sentido, e ser mais sobre dois dinossauros e dois clichês heteronormativos que não entendem esse novo mundo diverso. Mas saiu pela culatra”, falou em entrevista ao “Variety‘s Actors On Actors”.

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Na época, houve um abaixo-assinado com 25 mil assinaturas pedindo boicote ao filme. A criadora da petição, Sarah Rose, disse que, se o filme quisesse mesmo gerar comentários sobre a presença de pessoas trans e andrógenas no mundo da moda, deveriam chamar modelos trans e andrógenas.

“Ao contratar um ator cisgênero para fazer um indivíduo não-binário de um jeito claramente negativo, o filme endossa percepções perigosas e prejudiciais para a comunidade queer”, declarou Sarah Rose.

Ataque dos Cães: Benedict Cumberbatch leva prêmio e sai na frente na corrida pelo Oscar
(Foto: Getty Images / Uso autorizado POPline)

Benedict Cumberbatch está cotado ao Oscar com personagem gay

O filme “Ataque dos Cães” botou Benedict Cumberbatch na linha de frente na corrida por uma indicação ao Oscar. No filme, ele é um cowboy que esconde sua homossexualidade. Benedict disse que a questão de ser um ator heterossexual fazendo um personagem gay foi discutida internamente.

“Eu sou muito sensível sobre representação, diversidade e inclusão. Um dos apelos desse trabalho era a ideia de que, nesse mundo, com esse personagem específico, havia muita coisa privada, escondida das vistas. Não foi feito sem reflexão. Eu também sinto um pouco como: tem que ser público? Temos que explicar todos nossos momentos privados em nossa história sexual? Acho que não. Jane [Champion, diretora] nos escolheu como atores para esses personagens. Essa é uma pergunta para ela responder”.