Deu-se início esta semana mais uma temporada do “American Idol”. Há 13 anos, o reality show tem o propósito de descobrir novos ídolos da música nos Estados Unidos e a lista de cantores que deixaram o palco do programa para as paradas mundiais não é nada pequena. Kelly Clarkson, Carrie Underwood, Adam Lambert, Daughtry e Jennifer Hudson estão entre os competidores que se deram bem e ainda hoje colhem os frutos de terem dado uma chance à produção de Simon Fuller.
Mas o “American Idol” é muito mais que estes nomes. São artistas menos conhecidos do grande público que saíram das audições itinerantes e foram descobertos ainda quando a bancada era formada por Simon Cowell cabeludo, Paula Abdul menos avoada e Randy Jackson sem tantas gírias. Turma que, unida, solificou o nome do reality show no mercado transformando o Idol na mais eficiente fábrica de talentos das séries semelhantes.
Mesmo já tendo revelado grandes nomes como Kelly Clarkson, Carrie Underwood, Fantasia Barrino, Ruben Studdard e Clay Aiken entre 2001 e 2005, foi em sua quinta edição que ele mostrou para o que veio. A temporada de 2006 foi, provavelmente, a mais frutífera. Boa parte dos finalistas conseguiu agarrar seu espaço e criou bases de fãs com nomes próprios muito antes dos Little Monsters, Selenators, Katycats etc. Com um futuro pendendo para o stand up comedy visto a sua “inocência”, Kellie Pickler, ganhou notoriedade e respeito na música country e divide atualmente o mesmo espaço que outros Idols aclamados como Carrie Underwood e Scotty McCreery.
Katharine McPhee chegou à grande final graças a sua beleza e extensão vocal, mas se achou na atuação fazendo parte de elencos como do filme “A Casa das Coelhinhas” e das séries “Smash” e “Modern Family”. O vencedor Taylor Hicks pode ter fracassado na recepção dos seus discos, mas encontrou na Broadway e em sua residência em Las Vegas o ganha pão. Tanto que ele figura entre os Idols que mais faturaram em 2013 eleitos pela Forbes. Elliott Yamin, terceiro lugar, também chegou lá lançando seis discos por selos independentes e mostrando que, às vezes, por trás de uma história triste há uma grande voz – o cantor de pop/R&B possui diabetes tipo 1 e perdeu parte da audição de um dos ouvidos. Já Mandisa se voltou para a área Gospel com seis discos lançados.
Não poderia encerrar a lista sem citar Daughtry. O cantor saiu precocemente da temporada – fazendo a produção criar posteriormente o “save” dos jurados – retomou sua própria banda e tem uma carreira nos Estados Unidos na mesma levada de artistas como Nickelback e Matchbox 20.
Se fôssemos relembrar todos os Idols que participaram nas 12 temporadas passadas e que merecem destaque, o Baú teria algumas outras edições dedicadas ao reality show.
Com mais uma edição começando, os jurados e produtores tem um caminho árduo pela frente: repaginar a fórmula. O público que era adolescente durante a estreia do Idol, por exemplo, já se encontra na casa dos 30 e está cansado das mesmas notas, temas e candidatos agarrados em suas zonas de conforto. Já os mais novos
telespectadores estão acostumados com bancadas estrelares de jurados e repertórios atualizados.
Talvez nunca mais tenhamos uma edição tão florida e diversificada de gêneros musicais – o que facilitou a identificação do público –
como a quinta temporada do “American Idol”, mas é inegável a contribuição do programa para a música. Você pode até buscar ‘a’ voz e o famoso fator ‘x’, mas para ser ídolo mesmo você precisa ter a dosagem correta de cada um destes ingredientes. Que o diga os mentores/jurados da concorrência, exemplos perfeitos da fórmula buscada pelo “Idol”.