Enquanto a indústria da música e fãs choraram os dois anos de morte de Whitney Houston no último 11 de fevereiro, o dia foi agridoce para Brandy. A cantora, que era bastante ligada à veterana, completou seus 35 anos e é a personagem do Baú desta semana.
Irmã do também cantor de R&B Ray J e prima de Snoop Dogg, Brandy praticamente nasceu dentro do show bussiness e com 11 anos já havia fechado seu primeiro contrato. Estudante da Hollywood High Performing Arts Center, Brandy lançou seu álbum de estreia com 15 anos com faixas assinadas pelo conceituado produtor Keith Crouch, parceria com Wanya Morris (Boyz II Men) e até composição de Robin Thicke (sim! Ele está a tanto tempo no mercado que renderia um Baú só dele, mas fica para uma outra oportunidade). Foram três faixas no Top 10 americano já com seu primeiro CD – que por sinal completa 20 anos de lançado em 2014 – e duas indicações ao Grammy.
No ano seguinte, Brandy manteve sua permanência nas paradas com o hit “Sittin’ Up In My Room” gravado para a trilha sonora de “Falando de Amor” – filme com Whitney no elenco.
A dominação de Brandy se completou em 96 com a chegada da série “Moesha”. Foram seis temporadas interpretando uma adolescente que, assim como ela, lidava com as mudanças no corpo, novos interesses e família. A identificação foi quase imediata e o sucesso do programa levou Brandy de volta aos estúdios para seu segundo disco.
Se nos anos 90 o R&B dominava totalmente a mídia, Brandy soube exatamente o que entregar aos fãs com seu segundo disco apesar da “competição” apertada com jovens cantoras como Aaliyah – que destacava o mesmo estilo de som marcado e quebrado. Com assinatura de Darkchild, “Never Say Never” se tornou um dos discos do gênero mais lembrados e mais vendidos dos Estados Unidos espantando de vez o estigma de que sucesso no primeiro disco era uma questão de “sorte” ou maior tempo de produção.
Faixas como “Almost Doesn’t Count”, “Top of the World”, “Have You Ever?” e, claro, “The Boy Is Mine” deram mais sucesso de crítica e público, uma turnê mundial rentável, quatro indicações e um Grammy de Best R&B Performance by a Duo or Group with Vocal à jovem de apenas 19 anos.
Vale lembrar que a cobrança dos fãs por um novo dueto levou Brandy e Monica a repetirem a parceria 14 anos depois em “It All Belongs to Me” – faixa presente no álbum “New Life” lançado por Monica em 2012.
Após “Never Say Never” e sem grande alarde mundialmente, Brandy se manteve fiel ao gênero e consistente em seus trabalhos como nos singles “What About Us?” (do disco “Full Moon”), “Who is She 2 U” (do álbum “Afrodisiac”), “Right Here (do CD “Human”) e no recente CD “Two Eleven” – que a aproximou da nova geração graças a um dueto com Chris Brown.
Com uma fanbase forte e dedicada, Brandy é uma destas vocalistas de R&B que merecia mais crédito mundialmente e espaço entre a nova geração pelos seus talentos como atriz e cantora de voz aveludada. Quem gosta do gênero precisa abrir seu baú e conferir a discografia dessa hoje que é uma veterana no mercado.