Baú por Amanda Faia: a vida de Pharrell antes de “Happy”

Quem acompanha a carreira do Pharrell Williams torcia há alguns anos para que o produtor voltasse aos holofotes como vocalista principal. A última vez que Pharrell estourou sem ser como “feat” de alguém foi há quase dez anos. Claro que a mídia norte-americana voltada para a música negra sempre esteve ao lado do líder do N.E.R.D. graças à sua assinatura em diversos hits que você pode nem saber que tem o dedo dele.

Desde o início da carreira, quase uma dezena de Grammys enfeitam as prateleiras da sua casa incluindo dois gramofones ganhos pelo The Neptunes. O time de produção, formado também por Chad Hugo, foi criado no início da década de 90 e responsável por singles como “I’m A Slave 4 U” e “Boys” (Britney Spears); “What’s Going On: All-Star Tribute”; “Girlfriend” (N SYNC); “Hella Good” (No Doubt); “U Don’t Have To Call” (Usher); “Señorita”, “Like I Love You” e “Rock Your Body” (Justin Timberlake); “Beautiful” (Snoop Dogg); “Hollaback Girl” (Gwen Stefani); “Give It 2 Me” (Madonna); e “Hot In Herre” (Nelly) para citar apenas alguns.

Paralelo aos trabalhos com produção e vocais convidados, Pharrell sempre deu um jeitinho de criar suas próprias canções. Foi assim que em 2003 o produtor lançou o álbum “The Neptunes Present… Clones” com parcerias de Snoop Dogg, Busta Rhymes e Jay Z, quatro discos com o N.E.R.D. e em 2006 liberou seu primeiro disco como solista, “In My Mind”. “Frontin'” foi seu primeiro grande hit como cantor solo alcançando posições importantes nas paradas dos Estados Unidos e Europa.

Agora, Pharrell está pronto para assumir novamente sua faceta como lead singer. Os “feats” com Daft Punk (“Get Lucky”) e Robin Thicke (“Blurred Lines”) obviamente contribuíram para o retorno do interesse em Pharrell como vocalista, mas foi “Happy” que devolveu a confiança ao mercado. A faixa foi lançada em junho do ano passado juntamente com o filme “Meu Malvado Favorito 2”, franquia que traz Pharrell creditado como produtor da trilha sonora.

Para lançar a música como seu single – e não apenas como tema de uma animação – Pharrell teve uma ideia ainda restrita a ele e titulada de “o primeiro videoclipe 24 horas do mundo”. Desconhecidos e famosos convidados passam um dia inteiro dançando alegremente a música em um “grande clipe” montado parar durar 24 horas. A notícia repercutiu com críticas positivas e ajudou o recorte da faixa para as rádios. Sucesso garantido.

Nesta segunda (3), Pharrell lança seu segundo disco solo. Em “G I R L” o produtor não abriu mão das parcerias, mas imprime um estilo próprio em todas as faixas. O álbum é um prato cheio para quem seguiu seus passos como líder de grupo de hip-hop, produtor e solista. Há referências de todas estas etapas reunidas em experiência de mais de 20 anos de carreira.