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Baú – Entrevista: Jay Sean


O mercado americano nem sempre foi tão convidativo para artistas de fora dos Estados Unidos. Muitos tiveram que ralar para beliscar um pedaço do maior mercado fonográfico do mundo e um deles é o nosso mais recente entrevistado.

A série de entrevistas do Baú fala hoje com Jay Sean, dono da sétima música mais vendida digitalmente em 2009 nos EUA. “Down” foi lançada nos Estados Unidos com a ajuda de Lil Wayne e colocou de novo um britânico no topo da Hot 100, a principal parada de singles da Billboard, tornando o cantor apenas o quarto nome do UK a conquistar tal feito na década dos anos 2000. A gente tem certeza que se você era ligado em música pop/R&B nessa época, você ouviu o hit!

POPline: Oi, Jay! Muita gente acha que você sumiu, mas você vem lançando vários singles este ano.
Jay Sean: Verdade. Eu me reuni com Cory Enemy, o Rock Mafia e esse incrível jovem compositor Bazzi. Nos divertimos muito fazendo “Do You Love Me”. É uma música bem pra cima e ótima de verão!

E ano passado ainda teve “Make My Love Go” com Maluma e Sean Paul. Maluma ganhou bastante evidência aqui no Brasil com a nossa Anitta. Você está apenas com esses lançamentos soltos ou tem um álbum a caminho. Conta pra gente!
Bem, eu acho que em algum momento o álbum vai se concretizar, mas o modelo de música atualmente é diferente e eu acho que é melhor apenas fazer o maior número de músicas possíveis e lançá-las. Se elas se reunião em um álbum em algum ponto, ótimo, mas por enquanto eu penso apenas em lançar muitas músicas. E vem mais por aí!


(mais recente single lançado em julho)

A gente sabe que muitos artistas estão nessa de lançar singles ao invés de um álbum por completo.
É, acho que agora a ideia é liberar múltiplas músicas. Você precisa atingir as pessoas com música por todos os lados. É uma questão de ter um bom conteúdo. Os fãs lhe dirão o que eles amam de maneira bem mais rápida que antigamente. O Spotify, em questão de dias depois do lançamento, já nos dá uma ideia se a música causou uma boa reação ou não. Isso só significa que a gente tem que caminhar com calma.

Essas mudanças na indústria da música te fazem pensar em outra abordagem?
Ahh não, vou apenas ser eu mesmo!

Na época que “Down” saiu, por exemplo, não era assim. A música já vai fazer 10 anos, você acredita?
É muito maluco! E antes disso eu ainda comemoro 15 anos do lançamento da minha primeira música nas paradas do Reino Unido [“Eyes on You”, 2004]. Eu sou muito agradecido por ter uma longa carreira. Eu valorizo todas as conquistas.

Muita coisa certamente mudou com o sucesso? E a gente imagina a pressão para se manter no topo.
Ahhhh cara… há sempre pressão. Mas posso dizer com certeza que eu apenas tento me manter focado e dou apenas um passo de cada vez. Todo grande sucesso também vem atrelado a fracassos e com os fracassos os ensinamentos. Eu valorizo o aprendizado tanto quanto o sucesso.

Depois de “Down”, você ainda lançou “Do You Remember”, “2012 (It Ain’t the End)” e “Hit the Lights” que pontuaram na Billboard. Depois não mais. Como você lidou com isso?
Claro que magoa quando uma música não vai tão bem, mas levo numa boa. Isso só me dá mais gás para trabalhar ainda mais duro. A gente não se mantém 15 anos no jogo sem ser um pouco teimoso (risos).

O que você lembra daquela época?
Tenho incríveis memórias. Lembro de rir até doer com Baby e Slim, de me arrepiar pela primeira vez que [Lil] Wayne me abençoou com um verso e me sentir orgulhoso sabendo que “2012” foi uma das primeiras músicas pop que Nicki [Minaj] participou… e agora olhe onde ela está! Ela faz TODOS os estilos. Eu só tenho amor e positividade pelo meu time da Cash Money. Eles acreditaram em mim…. deram ao garoto indiano de Londres uma chance para provar os maiores palcos do mundo. Eles estavam certos também! (risos).

Eu conheço seu trabalho desde “Stay” e sou uma fã do R&B, mas a gente sabe que o gênero não tem mais aquele espaço na rádio como antes! Você também sente isso?
Então eu vou te dar uma dica. Ouça os meus dois álbuns “The Mistress” e “The Mistress Pt2”. São tipo 25 músicas clássicas de R&B. Estão em todos os lugares… pode procurar! (risos)

Mas há uma boa notícia. A indústria agora está muito mais aberta a artistas de fora. Olhe os seus conterrâneos Ed Sheeran, Adele, claro, Harry Styles e tantos outros. Quando você começou era bem mais difícil chegar no mercado americano.
Oh, um dia eu espero alguém dizer “valeu parceiro”, mas honestamente só aconteceu porque eu ralei muuuuuuito. Alguns de nós que derrubamos algumas portas, eu, Craig David, Taio [Cruz] e Tinie [Tempah] e Jessie J também.

Você trabalhou com grandes nomes da indústria, mas a gente tem certeza que tem gente ainda na sua listinha de desejos.
Ahhh vamos começar pelos nomes de quem eu trabalhei primeiro… porque essa é A lista! Mary J Blige, Sean Paul, Lil Wayne, Nicki Minaj, Rick Ross, Busta Rhymes, Lupe Fiasco, Craig David, Tinie Tempah, Maluma, J Balvin, Pitbull, Justin Timberlake, acho que estou esquecendo de alguém! (risos)

Tá, mas diz então quem você está ouvindo no momento.
Drake, claro. Bruno [Mars] está arrasando! Gosto muito também do PARTYNEXTDOOR e nunca esqueço dos clássicos como Biggie [Notorious B.I.G.], 2 Pac, Eminem e JAY-Z.

Fazendo esse retorno rápido ao passado conosco, você pensa que teria feito algo diferente?
Acho que eu teria tentado forçar a Cash Money a lançar “War” como terceiro single do “All Or Nothing”. Eu tinha um pressentimento bom em relação a essa música e eu não lutei como deveria ter lutado por ela. Não é bem um arrependimento, mas algo que eu mudaria na trajetória se eu pudesse voltar no tempo.

Obrigada, Jay. Quer aproveitar o espaço e deixar um recado aos fãs?
Quero! AMO VOCÊS! Vocês tem feito a minha vida incrível por 15 anos. Obrigado, obrigado, obrigado.

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Texto e tradução: Amanda Faia
Edição de vídeo: Ricardo Oliveira
Produção e supervisão: Amanda Faia