MC Cabelinho é o parceiro de Anitta no seu primeiro single do projeto “Brasileirinha”, “Até o Céu”. Porém, o jovem carioca de 23 anos, além da música, também está no ar em “Amor de Mãe”. Ele é o Farula, um dos ex-comparsas de Kátia (Vera Holtz). A sua vida artística começou a dar uma guinada quando gravou o clipe de rap e funk “Poesia Acústica 6”, que o abriu portas para fazer o teste de elenco.
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“Minha maior inspiração no funk é MC Orelha”
Durante uma entrevista para o canal Kondzilla, MC Cabelinho revelou que MC Orelha, conhecido pelo hit “Vacinado Contra a Inveja”, sempre foi a sua maior inspiração no funk: “Minha inspiração desde o início no funk é MC Orelha. Quando eu o vi no “Rio Parada Funk”, eu chorei, de verdade. Eu curtia o trabalho dele desde criança, já chegamos a cantar juntos nas rodas de funk. No poesia acústica a rapazeada do rap me recebeu muito bem, eu gostei demais! Transitar entre o funk e o rap é uma parada desafiadora para mim. O rap já era uma coisa que eu queria estar participando há muito tempo. É desafiador, mas eu estou gostando e quero fazer mais”, explicou o cantor.
Das favelas para o mundo – conheça a trajetória de MC Cabelinho
Em entrevista ao “Globo”, MC Cabelinho revelou que ficou nervoso após ser aprovado para o papel na TV, embora já tinha sido figurante quando criança no filme: “Cinco vezes favela: agora por nós mesmos”, de 2010. “Lá atrás nem contou. Passei correndo atrás dos protagonistas e nem apareci direito (risos). Agora meu personagem está fazendo muitas cenas de ação, recebendo as ordens dos chefes e agindo com frieza. Nascido e criado no complexo de favelas Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na Zona Sul do Rio, MC Cabelinho revela que antes da vida artística era vendedor ambulante nas ruas de Copacabana.
“Antes de começar a rimar, fiz muita coisa. Ajudei meu tio a vender papel de presente no Natal, trabalhei varrendo oficina de carro, fui estoquista em loja de shopping. O dinheiro que eu ganhava garantia meu corte de cabelo e a roupa para passar o Ano Novo”.
“Tenho amigo de infância, que, infelizmente, hoje em dia são do crime”, lamenta MC Cabelinho
Antes de passar no teste, eu estava ansioso, ensaiei por três dias sozinho no meu quarto. Mas depois fiquei tranquilo. Acho que ajuda o fato de eu estar acostumado a lidar com o público. E tudo o que o personagem me exige, aquela sagacidade, eu aprendi no morro. Tenho amigos de infância que, infelizmente, hoje em dia são do crime. Não quero dizer que eles me ensinaram, mas vi muito disso desde pequeno. Quando eu olhava pela janela, tinha uma boca de fumo. Minha mãe dizia: ‘Sai daí’. Eu não acompanhava tudo, mas a gente acaba crescendo muito próximo dessa realidade e nossa essência fica marcada. O sofrimento na favela nos faz ser sagazes e, com isso, adquirir um instinto diferente”, finalizou o artista.