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Artistas se pronunciam e repudiam crime de racismo sofrido por Ludmilla no Prêmio Multishow

O crime de racismo do qual Ludmilla foi vítima no Prêmio Multishow abalou a classe artística. Uma premiação “da classe” tende a ser vista como um ambiente seguro e receptivo. Nomes como Preta Gil e MC Rebecca já se pronunciaram sobre o vídeo que Ludmilla divulgou nesta quinta (31/10), no qual mostra que foi chamada de “macaca” por alguém não identificado até o momento. Seja quem for, a pessoa estava na lista de convidados do evento fechado.

“Qualquer ato racista é repugnante. Eu tenho pena dessas pessoas e espero que um dia despertem para o mal que causam de maneira gratuita e odiosa. Ludmilla é uma vencedora e tem meu respeito, carinho e amizade”, disse Preta Gil, ela mesma já vítima de racismo anteriormente. No Prêmio Multishow, a cantora ficou visivelmente emocionada com o discurso de vitória de Ludmilla, quando levou o troféu de melhor cantora e superou as vaias recebidas no próprio evento, minutos antes.

Para MC Rebecca, é inacreditável que Ludmilla tenha sofrido racismo “escancaradamente, na presença de centenas de pessoas”. “Imagine o que não acontece, então, em situações menores e nas redes sociais, onde muitas pessoas se escondem atrás de celulares para manifestar ódio e racismo?”, questiona a funkeira, “ninguém é obrigado a gostar do trabalho da Ludmilla ou de nenhum outro artista, mas respeitar é sim uma obrigação de todos”. É importante lembrar que Ludmilla já foi à delegacia anteriormente registrar queixa por causa de racismo na Internet. Nesta quinta, a cantora postou o seguinte nos stories:

No Twitter, Ludmilla compartilhou um tweet que interpreta muito do que ela vem passando como racismo. “Ludmilla não pode comemorar a Ivete cantando SUA composição. Ludmilla não pode comemorar SEUS prêmios. Ludmilla não pode comemorar seus feitos. Ludmilla não pode isso, não pode aquilo.. QUE MER**, SOCIEDADE RACISTA QUE O TEMPO TODO TENTA CALAR A VOZ DO NEGRO EM QUALQUER SITUAÇÃO”, diz o texto.

No Twitter, a cantora Késia Estácio, ex-“The Voice Brasil”, chamou a atenção para o racismo estrutural. “Uma rainha como Ludmilla merece ser respeita e aplaudida”, escreveu, “uma mulher negra, periférica, no topo, incomoda muita gente. Às vezes até gente nossa, lamentável. Uma mulher preta viva já é motivo de celebração. Mulher preta, periférica, viva contrariando as estatísticas, vencendo a cada passo. Reinando em vida, levando música boa sim, canta pra caramba sim, é bonita sim. E a raiva do povo é racismo sim. Guardem seus ódios para mais tarde, porque essa mina tem muito para incomodar mais”.

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