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Artistas independentes lançaram 8,5 vezes mais músicas do que as gravadoras em 2020

Artigo da MIDia Research antecipa os números sobre mercado musical em 2020

Artistas Independentes lançaram mais músicas do que as grandes gravadoras em 2020, aponta a MiDiA Research
Foto: Unsplash

O mercado da música está acompanhando de perto a ascensão da indústria independente que a cada ano possui mais força. Em um artigo publicado pelo analista Mark Mulligan para a MIDiA Research, ele relata detalhes dos três principais assuntos do mercado da música em 2021: o crescimento do artista independente; aumento das ferramentas para o criador e as dores do crescimento do streaming.

Entre os principais pontos, Mulligan revela que a MIDia Research lançará os números sobre mercado musical em 2020, e que as ferramentas disponíveis no mercado para criadores estão ajudando a impulsionar o mercado independente, que ele considera que está “de dar água na boca”. Os artistas independentes estão fazendo muito mais música do que as gravadoras tradicionais, lançando 8,5 vezes mais do que as grandes gravadoras em 2020, e há mais delas do que nunca, com cerca de 5 milhões no final de 2020, cerca de um terço do valor em 2019, aponta o artigo.

Para colaborar com a sua tese, Mulligan utiliza os dados da distribuidora CD Baby incluindo o fato de que aumentou os pagamentos dos artistas em 26% em 2020, com US$ 125 milhões de receita de streaming e 111% de crescimento na receita do YouTube. De acordo com a análise, 2020 foi o ano das ferramentas do artista e criador independente e esse impulso continuou no início de 2021.

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Foto: Goldman Sachs aponta que o streaming é fundamental para manter a indústria da música viva a longo prazo/Divulgação

Pequenos independentes e artistas diretos cresceram muito mais rápido do que o estabelecimento de uma gravadora.

“Essa mudança de liderança têm muitos impactos, mas a principal dinâmica é que o número de pequenos artistas e gravadoras está crescendo mais rápido do que a receita de streaming. Eles estão pegando uma fatia cada vez maior do bolo, mas estão dividindo de outra forma. Para plataformas de streaming, isso significa: a) maior consumo; e b) maior fragmentação de seus parceiros, o que facilita sua posição de negociação. Para os artistas, é o paradoxo de mais artistas alcançando mais públicos, mas, obtendo receitas menores”, aponta Mulligan.

O streaming foi a mudança econômica de que a indústria da música gravada precisava para entrar na era digital. No entanto, o streaming agora está passando por dificuldades crescentes, devido à desaceleração do crescimento em mercados maduros, declínio da média de receita por usuário mensal em mercados emergentes e mais artistas e mais faixas compartilhando os royalties. Para Mulligan, a investigação parlamentar do Reino Unido sobre a economia do streaming pode anunciar uma forma de remuneração justa, mas pode prejudicar os compositores no processo, ilustrando que não há soluções fáceis para a remuneração do streaming.

A indústria está movimentando muito dinheiro  para os setores de ferramentas de artistas e criadores independentes, porque os grandes investidores identificaram que é aí que um novo negócio de música paralelo pode ser construído.

“Vamos apenas esperar que o artista independente permaneça no centro da remuneração e não apenas no foco da criação de receita. Esta é uma oportunidade de construir um novo e mais equilibrado ecossistema que pode complementar o existente, não simplesmente construir uma reconfiguração”, diz Mulligan.

Em tempo, mm um movimento pioneiro e revolucionário na indústria, o SoundCloud anunciou nesta quarta-feira (03), a introdução do Fan-Powered Royalties (royalties movidos por fãs): uma nova forma de pagamento que, segundo eles, é “mais justa e transparente para artistas emergentes e independentes ganharem dinheiro na plataforma”. Saiba mais detalhes acessando aqui.