Megan Thee Stallion, Coldplay, Mary J. Blige, Christina Aguilera, Alicia Keys e John Legend estão entre os artistas que assinaram uma carta publicada com três grandes gravadoras – Warner, Sony e Universal – e três plataformas digitais – Spotify, Tik Tok e YouTube – no The New York Times e no Atlanta Journal-Constitution nesta terça-feira (1). A publicação pede para que o sistema judiciário dos Estados Unidos restrinja o uso de letras de rap como provas em julgamentos.
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Além dos artistas citados, também assinaram a petição Future, 50 Cent, Willow,Travis Scott, Post Malone, Jack Harlow, 2 Chainz, entre outros. A carta aberta, chamada “Art on Trial: Protect Black Art“, é um lobby da indústria pelo fim de uma prática considerada “racialmente direcionada“. Os signatários pedem aos promotores que deixem de usar letras e elementos de rap em julgamentos de ações. Eles também solicitam aos legisladores estaduais e federais que limitem a forma como a música pode ser usada contra réus nos tribunais.
Today, we joined together with an unprecedented group of artists, industry leaders and legal experts to publish an open letter in @nytimes and @ajc calling attention to the racially discriminatory practice of treating rap lyrics as confessions. (1/4) pic.twitter.com/W3Kg3TKV06
— Warner Records (@warnerrecords) November 1, 2022
“Nos tribunais de toda a América, a tendência dos promotores usarem a expressão criativa dos artistas contra eles está acontecendo com uma frequência preocupante. Os rappers são contadores de histórias, criando mundos inteiros povoados com personagens complexos que podem interpretar heróis e vilões. Mas, mais do que qualquer outra forma de arte, as letras de rap estão sendo usadas essencialmente como confissões na tentativa de criminalizar a criatividade e a arte negra”, diz um trecho da carta.
O texto menciona alegações contra Young Thug e outros membros da gravadora Young Stoner Life. Conforme noticiado pelo NME, no inicio deste ano, as letras dos rapper foram citadas em uma acusação por suspeita de envolvimento com gangues pois foram tidas como “um ato aberto de conspiração”. Algumas letras de Gunna foram acusadas do mesmo crime. Nos dois casos, os artistas se declararam inocentes, mas permanecem presos até os seus julgamentos. A promotora afirmou que continuará usando as letras dos rappers como prova.
A carta ainda diz que há um “óbvio desrespeito” pela liberdade de expressão e expressão criativa, conforme exige a primeira emenda da Constituição dos EUA. Os artistas Jay-Z, Kelly Rowland e Meek Mill contestaram as atitudes dos promotores em janeiro.
A prática jurídica vem sendo contida em alguns lugares, como na Califórnia, e movimentos políticos por mudanças também estão acontecendo. Os senadores estaduais de Nova Iorque Brad Hoylman e Jamaal Bailey enviaram uma proposta de mudança na legislação a fim de evitar que os promotores usassem letras de rap, exceto em casos de prova “clara e convincente” de ligação entre as músicas e o crime.