Ariana Grande finalmente se manifestou sobre “Quiet on Set: O Lado Sombrio da TV Infantil”, série documental que ganhou as manchetes em março deste ano ao expor os bastidores sombrios da Nickelodeon durante a era do produtor Dan Schneider. A artista iniciou sua carreira aos 17 anos no canal infantil em “Brilhante Victoria” (2010) como Cat, depois ganhou o próprio spin-off “Sam & Cat” (2013) com Jennette McCurdy.
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Convidada do podcast “Podcrushed”, Ariana relembrou quando foi aceita para participar de “Brilhante Victoria”. Em suas palavras, ela e os colegas de elenco eram “jovens artistas que queriam fazer isso com suas vidas acima de tudo”.
“Conseguimos, e isso foi muito bonito. Acho que tivemos algumas lembranças muito especiais e nos sentimos privilegiados por termos sido capazes de criar esses papéis e fazer parte de algo que foi tão especial para muitas crianças”, começou a artista.
Embora claramente grata pela experiência, ela confessa que agora está “reprocessando” sua relação com tudo que aconteceu. “Se isso faz sentido”, disse.
Dentre as milhares de estrelas mirins que passaram pela Nickelodeon, Ariana é a que mais se destacou profissionalmente. Sendo assim, não teria como a série documental não citá-la entre as atrizes que foram sexualizadas, principalmente porque existem cenas muito problemáticas em “Sam & Cat”. Em uma delas, por exemplo, a artista aparece tentando colocar os dedos dos pés na boca, um dos inúmeros exemplos da fixação de Dan Schneider por pés.
Em outro momento, Ariana também aparece tentando tirar o suco de uma batata de uma maneira que não cabe para um programa infantil. Na mesma cena, ainda joga em sim mesma enquanto faz barulhos estranhos. Na época, ela tinha pouco mais de 20 anos.
Ariana Grande define as histórias de abuso na Nickeloden como “devastadoras”
Nem Ariana Grande, nem os apresentadores do Podcrushed” – Penn Badgley, Nava Kavelin e Sophie Ansari – mencionaram o nome do criador “Brilhante Victoria” e “Sam & Cat”, Dan Schneider, ou da série documental no bate-papo.
Contudo, a artista declarou que tem sido “devastador” ouvir as histórias de ex-atores infantis que, para ela, são “sobreviventes”. Um dos casos mais chocantes que “Quiet On Set” revelou foi o abuso sexual praticado pelo treinador de diálogo e atuação Brian Peck contra Drake Bell, que na época tinha 15 anos.
Em seguida, Ariana opinou sobre as seguranças em sets de gravação não só para crianças, mas para todos os envolvidos.
“Acho que o ambiente precisa ser mais seguro se as crianças forem atuar, e acho que deveria haver terapeutas. Acho que os pais devem ter permissão para estar onde quiserem, e acho que não apenas nos sets de filmagem de crianças. Se alguém quiser fazer isso, ou música, ou qualquer coisa nesse nível de exposição, deveria haver no contrato algo sobre a obrigatoriedade de terapia duas ou três vezes por semana, ou algo assim.”
Ariana, então, disse que o produtor musical Max Martin sempre foi uma pessoa a quem ela recorreu para conversar. “E ele foi simplesmente incrível, mas muitas pessoas não têm o apoio de que precisam para se manterem como artistas desse nível em uma idade tão jovem… O ambiente precisa ser muito mais seguro e, como eu disse, ainda estou reprocessando em tempo real minha relação com isso.”
A artista, então, afirmou que olha com carinho para sua personagem Cat, mas reforçou que “o resto ainda está sendo trabalho”. De acordo com a cantora, as cenas e comportamentos considerados controversos pareciam “como uma diferenciação legal”, mas hoje em dia ela entende o problema.
“Especificamente em relação ao nosso programa, acho que isso era algo que estávamos convencidos de que era a coisa mais legal sobre nós – é que nós ultrapassamos os limites com nosso humor. E as insinuações eram… era como uma diferenciação legal. E eu não sei, acho que tudo aconteceu muito rápido e agora, olhando para alguns dos clipes, eu penso: ‘Droga, sério? Que merda!’… e as coisas que não foram aprovadas para a TV foram colocadas sorrateiramente em nosso site ou algo assim.”
Ela finaliou o assunto com a confirmação de que se sente afetada pelas polêmicas. “Acho que estou chateada, sim”.