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Ariana Grande

Ariana Grande fala sobre (tentativa de) superação pós-atentado terrorista

Ariana Grande estampa a capa da nova edição da revista americana TIME, que traz como tema “Os líderes da próxima geração”. Sim, a cantora pop é apontada como um deles. Na manchete, a publicação diz: “Ariana Grande e mais 9 ativistas, artistas e atletas em ascensão”. Confira duas fotos e um vídeo divulgado:

A matéria diz que Ariana Grande está feliz e tem todos os motivos para isso. Começa falando do single “No Tears Left To Cry”, que trata de resiliência: “o que aconteceu [o ataque terrorista] é parte da música, mas a música não é sobre o que aconteceu”, diz a revista. Sobre o clipe que desafia a gravidade, a própria cantora explica o conceito: “bagunçamos com a ideia de não conseguir encontrar o chão novamente, porque eu sinto que estou finalmente me recuperando e ficando de pé agora”. Na entrevista, Ariana diz que neste álbum novo, ainda inédito, ela realmente assumiu as rédeas da composição – o que nunca havia feito ante. “Eu antes estava apenas muito empolgada por cantar. Então, eu co-escrevia, mas nunca estive tão envolvida quanto agora”. O processo contou com ajuda de Pharrel Williams, Max Martin e Savan Kotecha. “Eu me senti mais inclinada a explorar meus sentimentos porque estava passando mais tempo com eles. Eu estava falando mais sobre eles. Eu estava mais em terapia”, contou.

Nesta parte da entrevista, Ariana revela ter lutado contra ansiedade no passado. “Eu nunca me abri sobre isso, porque pensei que era assim que devia ser a vida”. Quando o repórter pergunta o que despertava sua ansiedade, ela balança a cabeça: é duro falar sobre isso. Uma situação delicada aconteceu após o atentado terrorista de Manchester. Foi ideia de seu empresário Scooter Braun levá-la de volta à mesma cidade para o “One Love Manchester”, para angariar fundos para as vítimas. Ariana já tinha voado para a casa da avó nos Estados Unidos e queria ficar lá. “Eu disse: ‘precisamos fazer um show e voltar lá’. Ela me olhou como se eu fosse insano. Ela disse: ‘eu nunca mais vou conseguir cantar essas músicas de novo. Eu não posso vestir essas roupas. Não me coloque nesta posição'”, conta o empresário. Eles chegaram a decidir cancelar o restante da turnê, mas Ariana mudou de ideia dois dias depois. Scooter Braun saiu de um voo e encontrou 16 mensagens dela no celular, pedindo que lhe ligasse. Ela disse: “se eu não fizer ago, essas pessoas morreram em vão”. O “One Love Manchester” nasceu e arrecadou US$ 12 milhões para as vítimas e seus familiares. Ariana foi nomeada cidadã honorária de Manchester.

Ariana seguiu com a turnê até o fim – como podia – e mergulhou em um período sombrio após o fim da agenda. Com o processo criativo do álbum, ela se viu no meio de um dilema: tratar sobre o atentato musicalmente poderia ser uma exploração do tema, mas ignorá-lo poderia ser insensível. “Vou fazer o meu melhor”, ela disse, “há muitas pessoas que sofreram uma perda e uma dor enormes. O processamento disso vai durar para sempre”. Ela não quer falar sobre o ataque terrorista.

– Não quero dar a isso tamanho poder. Algo tão negativo. É absolutamente o pior da humanidade. Foi por isso que eu fiz meu melhor para reagir como reagi. A última coisa que eu quereria era que meus fãs pensassem que o terror venceu. Música deve ser a coisa mais segura do mundo. Acho que é por isso que ainda é tão pesado no meu coração todos os dias. Eu gostaria de poder consertar mais as coisas. Você pensa que será mais fácil falar sobre isso com o tempo. Ou que você ficará em paz com isso. Mas todos os dias eu espero essa paz chegar e ainda é doloroso”.

Por isso tudo, seu álbum novo se chama “Sweetener” (adoçante). Ela queria passar a mensagem de que você pode transformar uma situação ruim em algo melhor. “É quando você assume um desafio, ao invés de sentar lá e reclamar sobre isso. Por que não tentar fazer algo bonito? Estou feliz. Estou chorando, mas estou feliz”.

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