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Anitta responde a perguntas da audiência na rádio: os 10 assuntos mais comentados


Anitta foi o foco total de mais de duas horas de programa na rádio Mix na noite desta quarta-feira (29/11). A cantora, estrando o novo visual de franja, respondeu sobre tudo o que lhe foi perguntado: o “checkmate”, sucesso de “Downtown”, funk, recentes acusações feitas na internet, parceria dos sonhos, feminismo, erotização infantil e ainda se viu em uma saia justa quando teve que escolher entre dois assuntos em um “bate-pronto”.

A gente selecionou 10 trechos da entrevista (que está na íntegra logo abaixo)!

Criminalização do Funk
Acho que tem coisa mais importante neste momento para ser cuidado que o funk. A pessoa que não tem conhecimento e contato com o dia a dia da comunidade, com as pessoas que precisam do funk… porque assim, para as pessoas que estão no asfalto, como a gente chama, o funk é uma coisa, mas para quem está lá [dentro] é outra coisa. Um MC dá renda para um motorista, um produtor, um DJ, duas bailarinas, então assim, é um monte de gente que consegue ter renda com aquela música, com aquele baile. Ele dá renda também para quem está trabalhando no baile, a festa não é só o bandido, a coisa ruim, mas tem o cara que está ali vendendo o churrasquinho, a cerveja. Infelizmente a gente vive em um país que não dá oportunidade, “ah ok, é um ‘trabalho irregular’ (…) mas e aí? A gente tem condição para dar a essas pessoas? A pessoa nasce e tem uma escola maneira? A gente sabe que não tem!

“Downtown”
Aconteceu com essa música o mesmo que aconteceu com “O Show das Poderosas”. Eu era a única que falava que a música era boa e eu ficava “gente, é boa pelo amor de Deus!”. Ninguém queria trabalhar com ela. Aí eu falei “quer saber? Vocês não gostam, então vou fazer do meu jeito, com meu dinheiro, pronto e acabou”. E aí agora estamos no Top 30 Global [Spotify] e foi uma coisa inédita. Acho divertido essas coisas, eu sou muito intuitiva, supersticiosa.

Checkmate
A partir do momento que eu disse ‘vou fazer’ foi porque eu estudei tudo e vi que não havia risco porque se ele existisse eu não faria. Eu não sabia todas as músicas do projeto, mas sabia as propostas que eu faria. Sabia de três e faltava só uma que é essa “Downtown”, mas eu já sabia que seria uma latina e como fazê-la acontecer. Na verdade, ela seria uma outra música com dois gringos muitos gigantes, mas eles são tão gigantes e de gravadoras diferentes que começou a dar [problema]. Aqui no Brasil, a cultura do consumo de música é bem diferente dos outros países. [O que vai ter] Em 2018 eu não sei! O ‘Checkmate’ é novo, é algo muito inédito e você então não tem como seguir um caminho já feito por alguém. Você tem que criar do zero esse caminho então no “Checkmate” a ideia foi de colocar material na rua em outros idiomas sem cansar meu público, sem enfraquecer as músicas e não ficar muito tempo sem lançar música em português. Para “Will I See You” a gente não queria números, queríamos quebrar o preconceito de que eu não sei cantar porque eu sou funkeira, o objetivo era romper barreiras e não virar um hit. Com “Is That For Me” o objetivo era outro. Era ter um material em inglês legal para quando viesse o próximo a galera ter o que ouvir meu anterior, comercial e popular. E a latina era para ser uma música minha para a rádio porque eu já tinha “Paradinha”, que foi meio como “Meiga e Abusada” que me apresentou aqui no Brasil. “Downtown” é a música da rádio e está cumprindo seu papel. E ‘Vai Malandra” é de mostrar minhas origens, então a gente conta essa história de eu cantando em outros ritmos, línguas e voltando para as minhas origens e mesmo assim sem perder a coisa do internacional porque é uma participação com um rapper gringo.

Álbum internacional
Não pretendo lançar ainda. Ainda estou no início e um álbum gera pressão e expectativa. Aqui no Brasil minha carreira é muito grande, mas lá fora não é, eu estou começando. Então se eu faço um álbum internacional, ele não vai ter o mesmo alcance que o nacional porque o Brasil consome menos quando a música não é a sua língua nativa (…) então eu ainda corro o risco de ouvir aqueles comentários “não deu certo, flopou”. Então agora não, só quando eu tiver a segurança do não risco.

Drake
Meu sonho é uma parceria com ele (…) não está perto de acontecer.

Festival próprio e Rock In Rio
Calma! É uma ideia que não morreu, mas leva tempo. É algo muito grande e não gosto de fazer nada cagado. [Entra assunto Rock In Rio] Rolou o convite da Fergie no início e depois rolou uma conversa com o festival e eu não fui fazer com a Fergie. Aí depois conversando com ela a gente falou da Pabllo [Vittar] então ela perguntou se podia cantar com ela e ‘Sua Cara’. Ainda não sei se vou cantar no Rock In Rio Lisboa. Há conversas. É um sonho você cantar em qualquer lugar que seja grande e que você mostre que você quebrou barreiras. Qualquer tipo de festival que tenha reconhecimento e que eleve você como artista, acaba sendo um sonho.

Bate-Pronto
“Sucesso no amor x na música”: na música. O relacionamento não existe um sucessos, é algo que vai lidando, aprendendo.
“Programa de fofoca x sensacionalista”: De fofoca.
“Sua Cara x Loca”: Sua Cara
“Carnaval x Revéillon”: Carnaval
“Spotify x Youtube”: essa pergunta você me prejudicou um pouquinho. Depende se você quer ouvir ou quer ver.
“Beyoncé x Rihanna”: depende. A Beyoncé, se você quer aprender de carreira, de performance, é ela. Mas se você quer pegar uma vibe, uma persona, é a Rihanna.
“Honório Gurgel x Tijuca”: Honório Gurgel
“Lucas Lucco x Nego do Borel”: o Nego porque e ele é meu irmão há muito mais tempo.
“Maluma x Sonia Abrão”: meu assessor não bateu esse negócio com você, né? Logo vi. Eu assisto a Sonia como programa de comédia, acho divertidíssimo, é para você achar graça.
“Iggy Azalea x Pabllo Vittar”: Pabllo Vittar
“Preta Gil x David Brasil”: David porque conheço ele a mais tempo
“Marília Mendonça x Ivete Sangalo”: eu sempre fui fã da Ivete, mas a Marília se tornou uma amiga. A Ivete tem ainda esta coisa de endeusar, mas a Marília é uma pessoa muito próxima e admiro muito essa coisa da novidade dela de “não me importa, sou plus size mesmo, bebo mesmo etc”. Admiro claro a Ivete, mas a Marília além de ter se tornado uma amiga traz coisas muito novas para mim.
“Maiara e Maraísa ou Simone e Simaria”: ai… cara, a Maiara é uma irmã. É que as pessoas não sabem porque a gente não cantou juntas ainda, estamos preparando para o ano que vem, mas as pessoas não tem noção. Mas somos amigas de ficar 3h no telefone escovando o dente e tomando banho.
“Paje ou padre”: pajé (risos)

Acusações feitas na internet esta semana
Da onde que vocês tiraram que é socialite só para gente entender? Não é um barraco não, gente! Estamos conversando! Olha só… eu disse pela minha assessoria porque o grande problema dessa questão é quando as pessoas dão voz a pessoas loucas. Por isso que eu não me manifesto. Ok, o crime é outra coisa. Tem a coisa da Giovana, do Bruno, tá tudo certo. Foi um crime praticado. Agora, contra mim, a pessoa pode falar que eu cheiro, que eu tava na rua dando pra alguém, que eu tava pelada não sei onde, que eu mato, que eu roubo, que eu faço, que aconteço… isso não é crime. Então assim, o que eu vou ganhar na minha vida? É porque na vida da pessoa não muda nada. O que pra mim é absurdo, que eu não dou voz e por isso não me manifesto, não falo, é a galera dar voz a isso. Obviamente o crime existe, aí depois que todo mundo detectou esse crime e para sair do foco, vem outra coisa e todo mundo dá atenção. A gente não pode dar voz a essas maluquices. Temos que dar voz para coisas importante. É uma pessoa que quer ficar conhecida, mesmo que negativamente. Hoje em dia, o ego, a fama, alimenta as pessoas de uma maneira muito louca. Essa coisa de internet, de números… ela tem alimentado as pessoas mais do que comida, que dinheiro, que casa pra morar, roupa lavada, banho… A gente não pode fazer com que as pessoas que tentam chamar atenção diminuindo o outro sejam mais importantes que os outros assuntos importantes, que são essas questões do racismo e da homofobia.

Feminismo
Eu me acho feminista, mas acho que hoje está tudo muito extremo, muito distorcido. Quando você fala feminista, por ser uma palavra derivada do feminino, as pessoas entendem que é ‘a mulher é melhor que o homem’. E não é isso, o feminismo prega a igualdade. Isso eu sou sem dúvida [a favor]. Hoje em dia as pessoas tem levado tudo ao extremo e todo mundo briga, eu tenho um pouco de receio disso. Eu não sou essa pessoa.

Erotização infantil
Sempre falo em meus shows das Poderosinhas, como você viu [disse para a mãe que fez a pergunta e que foi 2x ao show da cantora voltado para as crianças]: a criança não tem essa noção,. O adulto tem. Ela não tem essa compreensão da sexualidade. Ela terá depois quando ficar mais adulta. Enquanto isso ela só entende a melodia, a coreografia, o figurino. Por isso sempre tenho muito cuidado com meus conteúdos, nos programas que eu vou participar, com o que eu vou falar, o que vou vestir.