O tenor Andrea Bocelli teceu duras críticas sobre a forma como o governo italiano tratou a pandemia de coronavírus no país. Contudo, o artista se disse “humilhado por conta do lockdown” e incitou as pessoas a desobedecerem as regras de quarentena em vigência. Além disso, disse desacreditar no Covid-19. Detalhe: o próprio recebeu diagnóstico “positivo” em março e transmitiu a doença à esposa e dois filhos.
O comentário foi feito durante uma audiência no Senado italiano, em uma conferência na qual estavam presentes políticos de extrema-direita, que tem atacado o governo do primeiro-ministro Giuseppe Conte por sua condução da crise do coronavírus.
“Eu me senti humilhado e ofendido. Eu não podia deixar minha casa mesmo não cometendo nenhum crime”, disse Bocelli.
Entretanto a fala do cantor chamou atenção porque, no ápice do lockdown, ele foi o símbolo de união dos italianos na luta contra o Covid-19 ao cantar numa vazia Catedral de Milão no domingo de Páscoa. O evento “Music for Hope” foi transmitido ao vivo.
O lockdown na Itália teve início em março e seguiu-se pelos três meses seguintes, quando foram instauradas as fases de “reabertura”. Neste período, Bocelli confessou ter furado a quarentena e disse não ter conhecido ninguém que tenha precisado de tratamento intensivo.
Vale ressaltar que mais de 35 mil italianos morreram por conta do coronavírus.