O documentário “AmarElo – É Tudo Pra Ontem”, do rapper Emicida, já está na Netflix. O filme traz o registro do show icônico do artista no Theatro Municipal de São Paulo ao mesmo tempo em que revisita marcos da cultura brasileira protagonizados por figuras invisibilizadas na história.
“Quando histórias grandiosas, como as que aparecem no documentário, são invisibilizadas, todos nós perdemos enquanto sociedade brasileira. Não à toa, começamos e encerramos o filme com o ditado iorubá sobre Exu, porque é tudo pra ontem e a gente vai no hoje corrigir os problemas que aconteceram antes de a gente chegar”, comenta Emicida.
Theatro Municipal de São Paulo, escolhido a dedo por Emicida
O show de Emicida no Theatro Municipal, no ano passado, foi visto com uma vitória também. Muitas pessoas – tanto na equipe técnica quanto na plateia – nunca haviam entrado naquele espaço antes. “Vários daqueles moleques nunca pisaram no Municipal, mano. A partir de agora, vai ser nosso. Essa é nossa forma de dizer, para todas as pessoas que têm uma origem que nem a nossa, que a gente precisa, sim, ocupar esse tipo de espaço”, pontua.
O rapper define a experiência como “a realização dos sonhos de muitos que vieram antes de mim”. “Por que o Municipal? Porque não tem uma viga, não tem uma ponte, não tem uma rua que não tenha tido uma mão negra trabalhando”, diz.
“Lançar esse conteúdo na Netflix, que nos leva para a sala da casa de milhões de pessoas, também é uma conquista. Assim, a gente começa a tirar o verniz de invisibilidade que amaldiçoa a história”, completa.
O documentário tem 90 minutos de duração e conta com participações especiais de Pabllo Vittar, Majur, Fernanda Montenegro, entre outros. O filme acompanha o processo criativo do álbum “AmarElo” e os bastidores do show no teatro. A direção é de Fred Ouro Preto.
Detalhe: o contrato do Emicida com a Netflix prevê ainda outro projeto, para 2021.