Alanis Morissette afirmou ter sido estuprada quando tinha 15 anos em um novo documentário intitulado “Jagged“. O filme vai estrear no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF) nesta semana, mas sem a presença da cantora no evento. Ela alega vários casos de estupro quando era adolescente. “Levei anos na terapia para admitir que não houve consentimento de minha parte. Eles que são pedófilos”, diz Alanis no filme, de acordo com o Washington Post.
Foto: Rob Ball
A artista não revelou a identidade dos homens que lhe causaram tamanho sofrimento. Mas disse ter contado a algumas pessoas na época. Porém, ninguém fez questão de ajudá-la. “Você sabe que muitas pessoas dizem ‘por que aquela mulher esperou 30 anos para contar? E eu não dou a mínima. Porque a cultura, de um modo geral, é não escutar”, completou Alanis.
“Jagged” levanta questões difíceis sobre a indústria musical e foi dirigido pela premiada documentarista Alison Klayman. Será transmitido pela HBO após sua estreia no festival. O filme faz uma retrospectiva da vida e da carreira da estrela canadense. No ano passado, Alanis falou sobre a importância da terapia em sua vida: “Se eu não tivesse uma equipe inteira de terapeutas ao longo da minha vida, não acho que ainda estaria por aqui”.
O filme celebra a obra que Alanis construiu, mas traz diversas nuances. Ele é construído a partir de uma animada entrevista com a cantora em sua casa na Califórnia. Relembra os tempos em que ela era uma prodígio do dance-pop no Canadá até a transformação em uma poetisa-musicista confessional de Los Angeles. Acompanha também sua colaboração com o produtor Glen Ballard no álbum “Jagged Little Pill” (1995), a famosa turnê de 18 meses que quase destruiu sua vida e lida com as dificuldades do megaestrelato.
Cerca de três quartos do filme, Alanis aborda o tema do abuso sexual durante seus primeiros anos de adolescência. “Vou precisar de ajuda porque nunca falo sobre isso”, ela começa, antes de mergulhar de vez no tema.
